Como a Confederação Brasileira quer tornar o Atletismo mais forte?
Entidade foca em conquistar mais parceiros comerciais para impulsionar a formação de atletas nos próximos ciclos olímpicos

Confederação Brasileira de Atletismo quer tornar a modalidade mais popular e rentável (Crédito: Shutterstock AI)
Um dos esportes que mais garantiu medalhas ao Brasil em Olimpíada, com 19 premiações até 2024 (5 ouros, 3 pratas, 11 bronzes), o atletismo tem a característica de ser democrático, por envolver corridas, saltos e arremessos e de alta performance.
Para continuar mantendo os índices de medalhas no topo, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) trabalha, já para o próximo ciclo que culmina nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, focada em conquistar parceiros comerciais com o objetivo de impulsionar e desenvolver a modalidade, bem como, formar novos atletas.
Wlamir Motta Campos, presidente da CBAt, explica que o atletismo é um esporte mãe para outras modalidades e que, para desenvolver a modalidade e manter a performance histórica que vem acontecendo, já existe um projeto bem desenhado para os próximos anos.
Relação com as marcas
A entidade já conta com o apoio de Caixa, Fictor, Lindoaya e Puma, que já garantiram mais de R$ 120 milhões em patrocínio para o ciclo olímpico.
Mas o executivo diz estar no mercado em busca de mais parcerias. “Não se faz esporte sem investimentos, temos que buscar recursos que estão na iniciativa privada. O mercado tem insumos para o esporte e faz-se necessário projetos e causas para que as empresas entendem que é importante investir”, diz.
O contrato com a instituição financeira, que também apoia o Comitê Olímpico do Brasil (COB), é um dos maiores entre as confederações, com o valor de R$ 22,5 milhões por ano. A primeira grande entrega, neste caso, será o Naming Rights do Mundial de Marcha Atlética, que acontece em abril de 2026, em Brasília.
Já com a marca de materiais esportivos o contrato é o mais longevo da história, começando em 2022 com validade até 2032, fazendo com que, pela primeira vez, a Puma carregue a bandeira do Brasil em seu uniforme.
A Fictor, que também é patrocinadora do Palmeiras, tem um contrato de R$ 6 milhões por ano, que serão investidos nas viagens dos atletas e compra de equipamentos entre outros itens. Além disso, a marca quer estar presente nos centros de desenvolvimento e nas corridas de rua.
Estratégias de marketing
Para a conexão com as parceiras comerciais, a CBAt visa desenvolver uma estratégia que mostre os valores do esporte, buscando, não apenas, o resultado imediato, mas a longo prazo.
Por isso, por meio das atuais parcerias, a confederação já consegue levar o atletismo para todo o país, além de renovar os contratos para os centros de desenvolvimento da modalidade, a fim de formar novos atletas.

Dasa fecha patrocínio de quatro anos ao COB
O presidente conta que, atualmente, tem em atividade, 85 centros de inovação no País, que atendem mais de 7 mil crianças e jovens. “Estamos pensando na transformação do atletismo brasileiro e os parceiros estão comprando essa ideia”, comenta Motta Campos.
Outro ponto importante para a confederação é a construção da relação com o público e o desenvolvimento de fãs engajados. Para isso, a CBAt realiza a transmissão de eventos esportivos em seus canais e fechou uma parceria com a Globo (TV aberta e SporTV) para a exibição do Mundial de Marcha Atlética.
“É o começo da construção de uma grande parceria, quando voltamos a abrir o atletismo em diversos canais. Buscaremos essa atenção para o Campeonato Brasileiro também e acredito que vamos conseguir”, afirma o presidente.
O Boom das corridas de rua
As corridas de rua são, atualmente, a atividade física mais praticada no mundo, inclusive no Brasil, segundo o relatório Tendências Esportivas do aplicativo Strava, que analisou atividades registradas entre 1º de setembro de 2024 e 30 de agosto de 2025.
Essa modalidade também faz parte do portfólio esportivo do Atletismo. Por esse motivo, a CBAt também quer investir mais nesse segmento, também visando aumentar as receitas da confederação.
O executivo revelou que a Maratona do Rio de Janeiro R$355 milhões no estado, não apenas no marketing esportiva, mas também em turismo. “Todo mundo está consumindo o esporte. Estamos falando em um evento com crescimento médio de 40% por ano, existe a previsão de 11 mil corridas”, diz.
Por isso, o desafio da entidade é trazer essa popularidade para a modalidade como um todo. Para isso, a busca trazer o campeonato mundial para o País, com o objetivo de aquecer mais o mercado e fomentar mais corridas.

