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Olimpíadas

Cobertura 24 por 7

Veículos investem em transmissão ao vivo em várias plataformas e novos estúdios para cativar a audiência


5 de agosto de 2016 - 8h46

Nova sede Fox Sports

Sede do canais Fox no Rio, inaugurada dia 2 de agosto (crédito:divulgação)

Por Mirella Portiolli

Os profissionais envolvidos na cobertura da Rio 2016 precisarão ter fôlego de atleta para acompanhar as 42 modalidades olímpicas e transmitir o megaevento esportivo – que entra firme na disputa do título de mais assistido e comentado da história –, na TV, em portais e nas redes sociais. Os grupos de comunicação que adquiriram os direitos de transmissão, como Rede Bandeirantes, Globo, Record e Grupo RBS, saem na frente por terem maior abrangência, mas também compartilham os direitos com Fox, ESPN e a Rádio Itatiaia.

A Rede Globo, por exemplo, terá um estúdio in loco e uma equipe de dois mil profissionais para exibir 160 horas de conteúdo. Parte em 4k, resultado de uma parceria com a Sony, captada de uma unidade móvel que permite melhor qualidade e agilidade nas transmissões. No Museu do Amanhã, a emissora promoverá sessões com exibições em 8k. Outra inovação será na mesa tática que, além de futebol, mostrará, em realidade aumentada, miniaturas dos times de basquete, handebol, natação e vôlei de praia. A Globo contará ainda com um segundo canal exclusivo para a transmissão no app e portal do Globo Esporte.

Para ganhar destaque e atrair a audiência, a Band dedicará 200 horas de sua programação às competições ao vivo. Ana Paula Padrão, Ricardo Boechat e Álvaro José comandarão a transmissão de abertura dos Jogos Olímpicos na sexta-feira, 5, de um novo estúdio construído no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. Serão 400 profissionais trabalhando na cobertura, entre eles, os medalhistas olímpicos Marcelo Negrão e Virna. A Band mostrará as transmissões simultaneamente em seu portal e no aplicativo.

Já a Record, terá 150 horas ao vivo em seu canal de notícias Record News, que, inclusive, apresentará modalidades de menor apelo como boxe, esgrima, polo aquático, levantamento de peso, rugby e vela. “O público se interessa também por outros esportes”, afirma Elisa Miho Akikusa, diretora de marketing da Record News. No caso do Grupo RBS, a estratégia é adaptar a programação de acordo com o interesse do público. A grade da RBS TV terá dez horas diárias de transmissão. O conglomerado também investiu em um portal especial com notícias e análises para o jornal Zero Hora.

Para assinantes e ouvintes
A cobertura será ainda maior na TV paga e internet. O SporTV transmitirá todas as competições ao vivo em 56 sinais (16 na TV e 40 na internet), que devem resultar em quatro mil horas de transmissão, feitas por 35 narradores e 110 comentaristas, entre eles a romena Nádia Comaneci e o cubano Javier Sotomayor, medalhistas em ginástica e salto em altura, respectivamente. “Será uma oportunidade sem precedentes de vender conteúdo exclusivo”, ressalta Bianca Maksud, diretora de marketing e produto dos canais esportivos da Globosat.

No BandSports, serão 23 horas e meia por dia de conteúdo olímpico. “O que um canal transmitir ao vivo será sempre diferente daquilo que o outro estará mostrando”, ressalta Humberto Candil, diretor executivo de esportes da área de TV do Grupo Band, destacando a tabelinha entre o canal fechado e o aberto. Os canais internacionais também reforçaram suas operações no Brasil para o período. O Fox Networks Group (FNG) aproveitou a Rio 2016 para inaugurar, nesta terça-feira, 2, sua sede brasileira no Rio de Janeiro, que centralizará a cobertura da Olimpíada. “O desafio é fazer com que o público sinta o mesmo impacto de quem está acompanhando no local”, diz Eduardo Zebini, vice-presidente sênior & chief content officer do Fox Sports Brasil.

Equipe ESPN (div-Willy Ertel)

Time de comentaristas e narradores da ESPN (crédito: Willy Ertel)

Para a ESPN Brasil, no entanto, o maior desafio é o de exercer o papel de anfitriã. “Vamos receber cerca de 500 profissionais de diversos países e garantir estrutura e segurança”, ressalta German Hartenstein, diretor-geral da ESPN no País. A emissora transmitirá os Jogos em seus três canais (ESPN Brasil, ESPN e ESPN+) e, simultaneamente, na plataforma digital WatchESPN. A cobertura inclui 700 horas de programação, 50 comentaristas, como Ana Moser (vôlei), Magic Paula (basquete), Diogo Silva (taekwondo) e Fernando Meligeni (tênis), que contarão com softwares de estatísticas, análises virtuais e telas touchscreen.

As rádios do Grupo Bandeirantes – Bradesco Esportes FM, Bandeirantes e Band News FM –, terão mais de 200 horas de transmissão, a partir desta quarta-feira, 3. O jogo de abertura será a partida de futebol feminino entre Brasil e China. Os esportes de maior apelo também serão prioridade da Rádio Itatiaia. A oitava participação da emissora mineira em Olimpíada contará ainda com flashes e programas especiais, produzidos pelas equipes no Rio e em BH. Carlos Rubens Doné, diretor de mercado, ressalta que o Rádio Bar, criado ano passado para reunir os fãs da emissora em Minas, terá ações durante os Jogos. “Estará de portas abertas”. A Rádio Gaúcha, da RBS, transmitirá 20 jogos de variadas modalidades.
Via alternativa

Mesmo quem não comprou os direitos terá atrações em sua grade. A RedeTV terá boletins diários ao vivo e o resumo do dia nos telejornais. A Jovem Pan utilizará a mesma estratégia na rádio, enquanto o Esporte Interativo (EI) na TV paga e nas redes sociais. “Não vamos esconder o evento”, diz Leonardo Lenz Cesar, vice-presidente de esportes da Turner, dona do EI. Já a cobertura do UOL pretende abordar temas que vão além do Jogos, com reportagens que mostram instalações em Cuba e as condições de atletas na Índia, por exemplo. “Esperamos um crescimento de pelo menos 40% nas visitas ao UOL Esporte”, projeta Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL. O SBT contratou Luize Altenhofen e Bruno Vicari como comentaristas para reforçar a cobertura e farão entrevistas com ex-atletas como Jadel Gregório e Oscar Schmidt.

Chamada Olímpica

Alex Escobar e Fernanda Gentil em frente ao estúdio da Globo no Parque Olímpico (crédito: Globo/João Miguel)

Pódio das marcas
O pacote comercial da Globo para a Rio 2016 é o maior do mercado brasileiro neste ano. São 2.680 inserções na TV aberta e 2,7 bilhões de impressões no portal Globo.com. Os cotistas são Bradesco, Claro, Coca-Cola, P&G, Fiat e Nestlé. A Band, por sua vez, oferece, além das tradicionais vinhetas e breaks, formatos como Imagem do Dia, Quadro de Medalhas, Figurinha Carimbada e Agenda do Dia, e fechou com Bradesco, BRF, Schin, Correios, Máquina de Vendas e Volkswagen. A Rádio Itatiaia, que investiu mais de R$ 1 milhão na cobertura, comercializou cotas para Volkswagen, Ricardo Eletro, Yoki, Governo de Minas Gerais, Mercado Central, Picchioni Câmbio e Investimento, Vivonline e MartMinas. Já a Fox criou uma faixa olímpica para os parceiros Axe, Dove e Nike. Os patrocinadores Shell, Caixa, terão comerciais de 30 segundos e a Visa estampará sua marca na contagem regressiva antes dos jogos exibidos pelo canal. Já no Projeto Rio 2016 do SporTV estão presentes Bradesco, Claro, Correios, McDonald’s, Nissan e Samsung. Serão 25.900 inserções. O Grupo Record contará com o patrocínio de Coca-Cola, Caixa, Perdigão, Brasil Kirin e L’Oréal. A ESPN, por sua vez, terá ações de branded content com Banco do Brasil, Blowtex, BNDES, Correios, Copel, Dunlop, Google, Nike, Piracanjuba, Powerade, Samsung, Western Union e Visa. Os patrocinadores das transmissões são Caixa, Ipiranga e Ultrafarma.

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