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Opinião

5 princípios essenciais ao funcionamento das metodologias ágeis

Diferentes interpretações do conceito podem comprometer o seu potencial e seus os reais benefícios tanto às pessoas como aos negócios.


30 de março de 2021 - 13h53

(Crédito: Axel2001/iStock)

Já ouviu falar de uma brincadeira chamada “telefone sem fio”? Nela várias pessoas ficam em sequência e uma mensagem é transmitida de pessoa a pessoa até chegar ao receptor final, que diz em voz alta a mensagem recebida e compara com a mensagem original. Para quem nunca experimentou, quase sempre, a mensagem chega bastante distorcida e diferente da original.

Pensei nessa analogia para fazer uma comparação com algo que tenho observado em nosso mercado, que vem adotando as metodologias ágeis, praticamente, como um mantra, porém, com adaptações, interpretações e versões diferentes das originais.

E antes que você pense que vou listar os quatro valores e 12 princípios do manifesto ágil, segura aí. Quero é provocar uma reflexão. Estamos abrindo espaço para uma forma diferente de pensar e agir ou apenas trocando o nome de práticas antigas para parecermos modernos?

Explico. Essas metodologias têm origem na indústria de desenvolvimento de software e foram idealizadas buscando um processo colaborativo, autogerenciável e que envolvesse as habilidades necessárias para a solução de problemas.

Posteriormente, foram adotadas por empresas digitais como o Spotify que as aperfeiçoaram e, hoje, são amplamente difundidas e usadas por muitas empresas.

Mas voltando à analogia do “telefone sem fio”, tenho visto diferentes interpretações em sua adoção, que podem comprometer o seu potencial e seus os reais benefícios tanto às pessoas como aos negócios.

Abaixo listo cinco pontos, que asseguram a adoção de uma prática ágil e convido você a refletir sobre eles:

1- Defina um problema claro e concreto a resolver – seja bem específico sobre o que espera solucionar;

2- Forme uma equipe pequena, composta por pessoas que reúnem as habilidades necessárias para solucionar esse problema e apenas elas (caso sejam cinco, seis ou sete tudo bem) – não caia na tentação de formar equipes maiores que o necessário, apenas para agradar a todas as áreas envolvidas ou pessoas que querem participar – agilidade é resultado de uma equipe enxuta e complementar, onde cada um entende seu papel na resolução do problema proposto;

3- Defina o tempo para a conclusão desse projeto – a pressão do tempo faz com que as pessoas tenham foco e evitem procrastinar, sendo forçadas a fazer escolhas para terminar o projeto no tempo definido;

4- Assegure que não exista hierarquia dentro do grupo formado, independentemente, dos níveis envolvidos. O grupo deve ser formado com base nas habilidades necessárias e não na senioridade ou rankings corporativos – todos precisam ser iguais e ter a mesma voz, até porque cada pessoa ficará responsável por tarefas específicas, dentro de suas habilidades, que somadas solucionam o problema proposto;

5- Garanta autonomia para as decisões e testes, durante o processo, empoderando o grupo.

E não se esqueça que esse é um trabalho com tempo determinado, mas em tempo integral. Importante tirar as pessoas que participam de sprints e squads de suas atividades do dia a dia.

É difícil seguir todos esses pontos? Provavelmente sim e é por isso que faço o convite à reflexão. Estamos adotando uma nova forma de trabalhar ou simplesmente renomeando formas antigas com alguns pequenos ajustes?

Fica um convite para desafiar a forma de pensamento e execução tradicionais sob as quais temos operado há tanto tempo, a gerar novos aprendizados por novos processos e, principalmente, a oferecer um ambiente de mais colaboração entre as pessoas, que passam a ter valorizadas suas fortalezas e habilidades e não suas deficiências.

E na dúvida, comece pequeno, aprenda e escale até ganhar confiança para expandir.

*Crédito da foto no topo: 

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