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Opinião

A importância da segurança psicológica

Esse fator costuma ser o pilar da agilidade e inovação nas empresas modernas


10 de junho de 2024 - 14h00

Em um mundo corporativo cada vez mais complexo e incerto, as empresas que buscam se manter relevantes precisam adotar uma abordagem estratégica que valorize o aprendizado contínuo e a execução ágil. O segredo para essa adaptação está na criação de um ambiente no qual o medo não tenha lugar e os colaboradores se sintam encorajados a falar abertamente.

As organizações que prosperam hoje são aquelas cujas lideranças ouvem atentamente, reconhecendo que seus funcionários são tanto os sensores que detectam a necessidade de mudanças quanto as fontes de novas ideias criativas a serem testadas e implementadas.

Segundo a escritora do livro A Organização sem Medo, Amy Edmondson, em qualquer cenário desafiador da indústria, as lideranças têm duas tarefas cruciais. Primeiro, devem construir uma cultura de segurança psicológica para fomentar o aprendizado e evitar falhas evitáveis. Segundo, precisam estabelecer altos padrões e inspirar suas equipes a alcançá-los. A segurança psicológica e a exigência de alto desempenho são elementos essenciais para o sucesso de equipes e organizações em ambientes complexos e interdependentes.

Ela completa dizendo que a segurança psicológica é a base de um ambiente de trabalho mais honesto, desafiador, colaborativo e, portanto, mais eficiente. Esse conceito promove a sinceridade e abertura, prosperando em um ambiente de respeito mútuo. Isso implica que os colaboradores acreditam que podem – e devem – ser francos no local de trabalho.

No entanto, a realidade das empresas brasileiras, segundo uma pesquisa realizada pela Vittude, revela um cenário preocupante. Em 61% das companhias, os níveis de sofrimento psicológico são baixos, mas 27% apresentam nível médio e 12% enfrentam altos níveis de sofrimento. No que diz respeito à segurança psicológica, apenas 6% das empresas têm um alto nível de segurança, enquanto 35% apresentam um nível baixo e 20% estão em um nível crítico.

Essa falta de segurança psicológica tem consequências diretas sobre o comportamento dos funcionários. Eles operam com um terço a menos de sua capacidade (31% de presenteísmo), têm uma propensão de 6,3% a desenvolver burnout e 17% de probabilidade de sofrer assédio moral ou sexual.

Nas empresas com níveis críticos de segurança psicológica, os números são ainda mais alarmantes: 56% dos funcionários enfrentam alto nível de sofrimento psicológico, trabalham com menos da metade de sua capacidade (54% de presenteísmo), têm 42% de chance de desenvolver burnout e 80% de sofrer assédio.

Em contrapartida, as empresas que cultivam um altíssimo nível de segurança psicológica (6%) colhem frutos significativos. Nesses ambientes, o presenteísmo cai para 19%, a chance de burnout é praticamente eliminada, e a probabilidade de assédio é reduzida para apenas 3%.

Esses dados destacam a importância de investir em um ambiente de trabalho que promove a segurança psicológica, não apenas para melhorar a produtividade, mas também para assegurar o bem-estar dos funcionários.

A criação de um ambiente sem medo e com alta segurança psicológica é mais do que uma questão de bem-estar; é uma estratégia vital para qualquer empresa que deseje inovar, se adaptar rapidamente e se destacar em um mercado competitivo. Os líderes que entendem e implementam essa abordagem transformam suas organizações em verdadeiros bastiões de criatividade e resiliência, prontos para enfrentar qualquer desafio que o futuro possa trazer.

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