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Opinião

A nova geração de dirigentes pode entrar para a história

Para que isso se concretize, é indispensável diligência, atenção, consciência e percepção constante do mundo em que habitamos e do que podemos e queremos entregar para as próximas gerações


24 de junho de 2024 - 14h00

Eu vislumbro um novo alvorecer na publicidade, um renascimento que pode elevar nossa indústria a um posto de vanguarda, agora sob uma perspectiva enriquecida por inovações intelectuais, culturais, sociais e tecnológicas.

Para que isso se concretize, é indispensável a diligência. É necessário atenção redobrada e uma consciência ampliada, uma percepção constante do mundo em que habitamos e do mundo que podemos e queremos forjar e entregar para as próximas gerações. Mais do que isso, é o momento em que decidimos como nossos nomes ficarão registrados na história da publicidade brasileira.

A onda de aquisições das últimas décadas gerou um estresse e uma flagrante deterioração nas relações de trabalho, transformando qualquer trabalho em urgência e a ideia da urgência uma norma, com extenuantes jornadas folclorizadas em distintas fases de glamourização, constrangimento e questionamento.  Agora, a chegada das novas gerações e identidades (bem distintas daquela ideia do publicitário celebrado por Washington Olivetto) soma-se às tecnologias emergentes que transformam tanto as empresas quanto a vida cotidiana dos consumidores. Isso tudo demanda gestões mais comprometidas. Sob novas lideranças, focadas em garantir que as pessoas tenham uma vida além das agências, reconhecemos que a própria publicidade se nutre do que transcende seu universo.

A Abap está sob uma nova liderança e, acima de tudo, sob uma nova perspectiva, transformando-se em um verdadeiro Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário. Dessa forma, alinha-se ao presente da nossa indústria, onde a diversidade de necessidades e especialidades é a norma.

Essas novas especialidades abrem caminho para novos negócios e possibilidades de empreendedorismo. De caráter experimental, intelectual e vanguardista, muitos desses empreendimentos são liderados por jovens empreendedores que desafiam a lógica tradicional do homem branco e rico. Mulheres cis, pessoas trans, pretas, indígenas e PCDs estão prosperando em seus próprios negócios, aplicando valores progressistas que inspiram relações trabalhistas e comerciais mais adequadas às demandas e urgências sociais contemporâneas.

A indústria está mais próxima desses debates e já tem iniciativas exemplares há alguns anos. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito, incluindo a inspiração e o incentivo aos departamentos de marketing das grandes empresas a seguir o mesmo caminho. Em termos de diversidade e da potência que ela traz, os anunciantes ainda estão muito atrás, e é essencial que trilhemos esse caminho juntos.

Mais do que nunca em nossa história, enfrentamos desafios políticos. A política se manifesta agora como uma cultura cotidiana, ultrapassando as questões partidárias. Está presente em todos os aspectos da nossa existência, e não há como nos dissociarmos dela.

É crucial que a publicidade não se aproprie de pautas globais e políticas das quais não somos protagonistas, especialistas ou responsáveis diretos, como o aquecimento global. Nem tudo se resolve com um filme de 30 segundos. Por outro lado, existem causas para as quais nosso talento e influência são eficazes e bem-vindos, como no caso do abominável PL 1904/2024. Aqui, devemos não apenas nos posicionar radicalmente contra, mas também trabalhar para que a população vote de forma mais consciente, assegurando uma representação legislativa que reflita nossa ambição e potência civilizatória.

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