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A vez do copo meio cheio

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Opinião

A vez do copo meio cheio

Entre 2010 e 2016, o número de pessoas com acesso à TV paga no Brasil praticamente dobrou e a audiência quadruplicou


30 de março de 2017 - 9h00

Muito se tem falado sobre a queda no número de assinantes da TV paga no Brasil. Afinal, 2016 foi um ano extremamente desafiador em todos os setores. Entretanto, ao olharmos com mais detalhes todos os números que envolvem a TV paga, percebemos que há uma ênfase ao “copo meio vazio”. Mais do que isso, estes dados que envolvem um período ainda maior possibilitam afirmar que o copo está enchendo a um ritmo considerável.

fizzy-televisao-redes-sociaisImportante salientar que o meio precisa e tem se preocupado com toda e qualquer queda, bem como não ignora o fato de não estar sozinho, muito pelo contrário, nada vale tratar dos aspectos positivos sem a devida consciência das intensas transformações nas formas de consumir os mais diferentes conteúdos, bem como da sua distribuição. A crescente oferta de conteúdos premium via VOD e/ou TV everywhere deixa claro que os grandes como HBO, FOX, ESPN, Globosat, Discovery, Turner e Fox, entre outros, reconhecem esse potencial e já atuam como multiplataformas.

Mas vamos começar a encher esse copo. Entre 2010 e 2016, o número de pessoas com acesso à TV paga no Brasil praticamente dobrou, são aproximadamente 56,7 milhões de pessoas, considerando o levantamento da Anatel em outubro de 2016 e estimativa do IBGE. Isto coloca o Brasil como oitavo maior mercado de TV por assinatura no mundo, com receita estimada para 2017 de R$ 31 bilhões, conforme PTS (maio 2016).

Outro ponto relevante, apesar da retração na base, é que, no último ano, a audiência continuou crescendo de forma sólida, praticamente dobrando nos últimos três anos. Se considerarmos o período entre 2010 e 2016, o número de pessoas representadas por um ponto de audiência quase quadruplicou, são 345.810 pessoas alcançadas de acordo com Kantar Ibope MW.

Continuo acreditando na relevância da TV por assinatura e entendo que a retomada econômica acelerará seu crescimento. Em absolutamente nada muda a importância dos outros meios, pelo contrário, o engajamento é base para todos e nisto é impossível negar que são complementares

Quando se trata de igual período, o consumo do meio cresceu 57%, enquanto a internet avançou 33%. Em meio à crise, a TV por assinatura se tornou importante opção de entretenimento ao público, justamente por sua enorme variedade e qualidade. Neste mesmo sentido, cada vez mais percebemos a relevância dos conteúdos em outros meios, basta acompanharmos um episódio de Game Of Thrones, a final do Super Bowl ou a estreia de uma nova temporada de The Walking Dead com nossas redes sociais abertas, são os principais temas discutidos, estes que perduram por dias e muitas vezes uma árdua batalha contra spoilers. Aliás, esta nova forma de consumo, o Social TV, me ensinou algo: há quem perca o amigo, mas não perde um bom spoiler.

Continuo acreditando na relevância da TV por assinatura e entendo que a retomada econômica acelerará seu crescimento. Em absolutamente nada muda a importância dos outros meios, pelo contrário, o engajamento é base para todos e nisto é impossível negar que são complementares. Até a Globo tem investido nos meios digitais porque entendeu que precisa conquistar essa audiência de consumo de vídeo online. Esse também é o caminho para a TV por assinatura. É exatamente aí que potencialmente teremos o copo totalmente cheio.

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