Aducation, você vai ouvir falar muito sobre isso
Entenda como a união da publicidade com a educação pode ser o futuro da comunicação das marcas nos próximos anos, principalmente na área da saúde
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Pense rapidamente sobre o cenário que você tem vivido nos últimos dois ou três anos com a verba de comunicação de sua marca. Orçamentos cada vez mais enxutos: com o mesmo dinheiro hoje, fazemos menos do que ontem. Você se sente refém do Facebook ou do Google? Se sua resposta foi sim, Check! Bem-vindo ao clube! Além da dificuldade do impacto, vem o desafio do engajamento. Como podemos atrair a audiência em meio a uma pandemia de informação dentro do digital?
Você pode até pensar: mas hoje já temos toda a estratégia de marketing de conteúdo, via funil de vendas e que funciona. Sim, eu concordo, acredito e uso essa estratégia, mas vender apenas não é mais sustentável, sabia? Uma evolução do marketing de conteúdo vem aí, o Aducation.
O Aducation, que é a junção de ad (advertising) e education (educação). Para chegar na estratégia do Aducation, vamos passear pelo entendimento desses dois mundos ads da publicidade e, depois, pelo da educação.
Breve histórico sobre a propaganda
Ouvi uma palestra do Walter Longo, publicitário de longa data. Ele separou as fases da propaganda em quatro: Anos 60/70 – Foco na funcionalidade: Conteúdos sobre o produto, de até quatro minutos, focados no funcionamento desse produto; revistas e chamadas de TV que dissertavam sobre um aspirador, sua potência, tamanho, economia de tempo que trazia etc.
Anos 80/90 – Foco na marca: A forma da mídia ficou mais prevalente e a construção de marca era o mais importante; despertando sensações e percepções emocionais, surgem anúncios lindos em que o produto em si quase não tinha relevância.
Anos 00/10 – Brand content: integrando as marcas ao conteúdo de mídia. Ficou aberto o conteúdo publicitário e editorial, juntos. Marcas produzindo eventos e séries e não apenas patrocinando. E, claro, a coroação da internet com as redes sociais e o aparecimento de influencers.
Anos 2020 – A era do propósito de marca: ele já era importante, mas essa missão das marcas se intensificou ainda mais com a pandemia.
Uma pesquisa da Edelman de 2019 mostrou que três de cada quatro brasileiros evitam a publicidade pura, e 64% dos pesquisados dizem esperar que as marcas assumam um maior papel na sociedade.
A nova era do Aducation é uma evolução do marketing de conteúdo e vem ao encontro das reais possibilidades de entrega do propósito de uma marca, ser fiel a ele. Atualmente, vender produtos de qualidade não passa de uma simples obrigação, o que as pessoas esperam é a resposta a essa pergunta: “como essa marca pode me ajudar ou ajudar o planeta?”
Entrando no cenário da Educação
Para continuarmos entendendo o porquê de unir publicidade com educação, vamos falar um pouco mais sobre essa última, especialmente no Brasil. Por aqui, apenas 18,3 milhões de pessoas possuem nível superior completo, o que corresponde a 8,7% da população brasileira (IBGE 2019). Só por esse dado você pode imaginar que proporcionar qualquer tipo de educação para o público no Brasil é algo nobre e de valor.
Já em 2019, de acordo com censo da educação feito pelo governo federal, das 16.425.302 vagas ofertadas no nível superior, 10.395.600 foram na modalidade a distância. A pandemia transformou para sempre a paisagem da educação. Pessoas que nunca haviam estudado em cursos à distância não tiveram opções, porém alguns grupos viram que isso não só é possível, como existem até inúmeras vantagens nesse modelo.
Claro que temos que lidar com questões importantes de socialização. 80% dos estudantes universitários pesquisados nos Estados Unidos disseram que o isolamento impactou negativamente em sua saúde mental. Mas, vejam, trata-se do isolamento e não do estudar online. Todos fomos impactados, é necessário isolar os fatos para tirarmos as conclusões certas. Possivelmente caminharemos para graduações híbridas.
Enquanto isso, cursos livres seguem 100% digital, obrigada. De acordo com levantamento feito pelo portal Cuponomia, esse segmento teve aumento de 224% nas vendas nos primeiros seis meses da pandemia.
Estamos em um era de longlife learning. Trago sempre em minhas palestras que “comecei a gostar de estudar depois que me formei”, porque, aí sim, criei minha própria trilha de conhecimento, seja por cursos formais ou sendo autodidata na internet.
Você já deve ter ouvido falar na fórmula de lançamento do Erico Rocha, se não, pesquise sobre ele. Não quero entrar no mérito do método, da forma que ele prega ou sobre seu sucesso como empreendedor, mas sim focar nos milhões e milhões de pessoas que ele arrasta afirmando que é possível ensinar qualquer coisa na internet e ganhar dinheiro com isso. Se existe público para todos os nichos pagando caro por cursos que ensinam a fazer desde suspiros, passando por tirar sobrancelha, até aprender língua inglesa ou hipnose, certamente parte de seus potenciais consumidores irá se interessar pelo conteúdo que sua marca pode ofertar em formato de educação e não apenas em dicas e um post.
É no formato de um curso que você consegue responder, muitas vezes, o que a pessoa busca e tratar de sua dor. Exemplo: como emagrecer comendo o que eu gosto? Aliás, emagrecimento está no Top 3 dos temas de áreas de cursos mais vendidos no Hotmart, plataforma especializada nessa área.
Não tenha a pretensão de responder a essa pergunta em um conteúdo de blog. Faça isso em um curso com quatro módulos de cinco aulas de 10 minutos dadas por especialistas no assunto. Te garanto que não só é possível, como traz ótimos resultados para você e seu cliente.
A educação é um ótimo caminho para entregar seu propósito. Imagine só: Uma empresa de temperos promovendo cursos de gastronomia que, ao final, conferem um certificado de chef iniciante; uma empresa de suplementos nutricionais ensinando sobre dieta saudável e atividade física; ou empresas do Food Service que ajudando a formalizar os restaurantes, treinando gestão, implementando boas práticas de produção etc.
Essas são algumas sugestões possíveis no mercado em que atuo, comunicando sobre saúde e nutrição para indústrias de alimentos, farmacêuticas e de serviços de saúde.
Agora, veja alguns exemplos de empresas que já começaram investir em Aducation no Brasil e no mundo. O iFood criou um curso de apoio a gestão dos restaurantes em tempos de Covid, capacitando esses restaurantes para o delivery; a L’Oréal tem um curso de cabelereiros que você pode pagar trabalhando, e ainda ter 20% do valor em cashback para compra de produtos; a Prevent Sênior está criando uma verdadeira Netflix de conteúdos para a terceira idade; a Mint e a Empiricus vendem cursos para seus clientes aprenderem a investir cada vez mais e melhor; a Desinchá tem a Desinchá Academy, que comercializa cursos de culinária saudável e até de meditação; e a Academia da Nutrição é uma plataforma multicanal e aberta para os conteúdos e cursos de marcas que ajudem na prática clínica do nutricionista e na prescrição dos produtos aos pacientes.
Se você ainda está em dúvida sobre se vale a pena investir nesse movimento ou não, vou listar seis razões para que você faça isso:
1- Cria comunidade em volta dos temas de interesse;
2- Gera métricas e permite mais mensuração (análise de big data de engajamento);
3- Entrega conteúdo mais profundo sobre seus produtos, dentro do contexto;
4- Reforço institucional da marca, pois quem ensina algo geralmente é o líder, ou as pessoas pensam que seja;
5- Entrega, de fato, o seu propósito com uma real contribuição à sociedade sobre um tema ou causa. 72% dos consumidores têm uma visão mais positiva de marcas que trazem conteúdo (Experimental Marketing Content Report 2020);
6- Cria embaixadores, defensores da marca, que passam a amá-la pela troca que existe.
Não tenha medo de começar a pensar no seu Aducation ou no trabalho que vai dar. Conte com especialistas para isso, terceirize a operação e supervisione o conteúdo. Mas comece! Saia na frente no seu nicho. Adoraria conversar mais sobre esse assunto com você. Será um prazer bater esse papo sobre o Aducation no Brasil! Espero você!
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