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Opinião

AI está na área, e andando a passos largos

Prevejo no começo das tentativas de utilização de AI a mesma sina que vemos hoje nos textos pautados pelas técnicas de SEO


8 de julho de 2022 - 6h37

(Crédito: Shutterstock)

Lembro-me de uma conversa com uma empreendedora dessas seriais há vários anos, e ela perguntou: “Você tem em sua mente que parte do trabalho de uma agência poderá ser feito por robôs, inteligência artificial, daqui um tempo?”.

Foi uma pergunta cirúrgica que colocou o tema no radar. Ao longo dos anos seguintes, inclusive com a agência produzindo conteúdo sobre o assunto, nunca mais saiu da minha `mente’.

Nos últimos dias, vemos pulular nas redes sociais experiências de usuários comuns fazendo seus primeiros testes ou brincadeiras com uma ferramenta de criação de textos em fase demo. Por ‘comuns’, quero dizer que não são cientistas de dados, devs, arquitetos de AI etc.

Os resultados pareciam impressionantes, então fui testar.

E meu queixo caiu.

Caiu porque a velocidade de produção é impressionante, e, também, conseguiu puxar informações fidedignas, criar um texto compreensível e que trazia somente informações corretas.

Num segundo teste, misturou dados de uma empresa nacional e outra inglesa, homônimas. Corrigindo o comando para identificar como empresa brasileira, pegou aleatoriamente um termo do comando e colocou como assunto principal do texto gerado, deixando de olhar a fonte indicada (uma matéria de jornal). Como resultado, um texto inútil.

Alguns dias após, outra ferramenta, agora para produção de vídeos em que se imputa o texto e a ferramenta faz o resto – essa, pretendemos usar em produtos já nas próximas semanas, mas em coisas rápidas e simples porque falta emoção ao resultado, ao avatar apresentador.

Nos dois casos, resultados impressionantes, mas há um bom caminho a andar.

Porém, é preciso admitir e internalizar em todas as agências que o que vem por aí é disruptivo, chegará para revolucionar, e deve ser logo! Porque AI é aprendizado, e a máquina aprende rápido conforme vamos corrigindo os comandos e confirmando informações.

Eu tinha, aliás, tenho convicção que algumas carreiras e áreas seriam facilmente afetadas pela AI, como o Direito mais corriqueiro. Casos similares podem ter inteligência artificial e robôs controlando prazos, mudando datas e nomes de peças prontas que foram bem-sucedidas quando a estratégia jurídica não é imprescindível.

Com esse teste, coloco tudo que é relacionado à criação de textos também na mira da AI, seja para releases, posts, campanhas, etc.

Usando um exemplo bem falado no tema, precisaremos de um jornalista para escrever a nota diária de previsão do tempo? Não.

E aos humanos, sobrará o que?

Tanto no Direito quanto no Marketing, na Criação, nas Redações, sobrará exatamente a estratégia, a criatividade, a curadoria, a apuração e a inteligência, que passa a definir como Orgânica.

Assim como um robô jurídico (ainda) não definirá a estratégia e fará uma sustentação em um tribunal, uma AI redatora não conseguirá escrever e fundamentar um bom artigo de opinião (será que terá opinião algum dia?!), colocará encantamento e emoção numa campanha, saberá qual tom utilizar com cada público, apurará as consequências de uma tempestade – para usarmos o exemplo da meteorologia.

E prevejo no começo das tentativas de utilização de AI a mesma sina que vemos hoje nos textos pautados pelas técnicas de SEO (search engine optimization) – estruturas semelhantes com resultados chatos e previsíveis.

Portanto, como escrevi neste mesmo Meio & Mensagem em 2020:

“É nossa toda a área que compreende empatia, ideação, design, criação, experiência – ou seja, tudo que não é repetição e exige criatividade, que para Albert Einstein, é a inteligência se divertindo.”

Mas agora adiciono que, por quanto tempo, não sabemos!

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