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Opinião

Comunicação para sustentabilidade

As empresas têm papel fundamental e estratégico no diálogo constante que levará as pessoas a viver melhor em um mundo e um país com constantes e numerosas transformações


18 de agosto de 2016 - 9h00

Quem não se depara, ao menos uma vez ao dia, com notícias e movimentos sobre mudanças ambientais, comportamentais ou políticas que estão promovendo reflexões coletivas que tendem a mudar a forma como os consumidores se comportam? Acidentes ambientais, mudanças climáticas, intrusão coronelistas em territórios de povos tradicionais, rupturas de governos, degolas ideológicas que partem de grupos extremistas, matanças psicóticas. Tudo parece muito exacerbado. Talvez por acesso à informação, o que não era possível na geração anterior, ou talvez por uma mudança radical pela qual o planeta está passando. Os hippies dos anos 70 já premeditavam e já protestavam. Mas será que eles imaginavam que chegaríamos onde chegamos? E para onde vamos?

Em meio a tanta ruptura, informação e desinformação, está a opinião popular que nunca antes teve tanto espaço e destaque para falar, criticar, se reunir para formar projetos de lei. Isso em modelos políticos que permitem a voz ativa como acontece no Brasil.

Uma nova forma de relacionamento e de conexão se estabelece entre as pessoas que estão à margem das atividades de entidades e empresas e decisões de governos. Assistimos à manifestações diversas que carregam centenas e milhares de pessoas que estão conectadas e que se mobilizam por uma causa.

Neste contexto, especialmente as empresas precisam reinventar a forma como se relacionam com seus consumidores e clientes pois já não é mais possível se relacionar apenas da forma tradicional, como ensinam os mais reconhecidos acadêmicos. É preciso inovar e dialogar diariamente para que as pessoas façam parte de decisões que vão impactar na forma como vivem.

As empresas possuem um papel fundamental e estratégico nesta relação. São elas que possuem liberdade para investir em programas e projetos que acolham seus consumidores e clientes e que os ajudem a viver melhor em um mundo e um país com constantes e numerosas transformações. Que possam gerar mais valor às suas marcas ao fazerem movimentos de valorização territorial, pertencimento e promoção de melhor qualidade de vida. Que incitem seus consumidores a viverem de uma forma mais sustentável, como sujeitos das transformações globais e não como espectadores.

As empresas que conseguirem dar este passo, terão um mercado tão disponível quanto revalorizado. Mas para isso é necessário que haja um movimento de mudança de dentro para fora, top down, nas empresas.

Este movimento é difícil de ser feito porque a cultura e filosofia estão, geralmente, enraizadas e descompassadas com a lógica do crescimento sustentável. É preciso que os dirigentes priorizem a sustentabilidade como parte integrante de seus negócios de forma a mover toda a cadeia produtiva, engajar público interno e identificar práticas e possibilidades desenhadas já em seus planos de negócios para convergir em programas e projetos sustentáveis.

Neste sentido é imprescindível que as empresas conheçam seus públicos, não apenas seus padrões de consumo mas, fundamentalmente, sua forma de vida, suas dificuldades e seus anseios para que enfrentem tais questões de forma a promover engajamento e mobilização para o negócio e, então, formar opinião.

Sustentabilidade nas empresas já não é mais uma demanda latente. Trata-se de uma estratégia de negócios que será, cada vez mais, exigida pelos consumidores e pelo mercado.

 

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