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Opinião

Conheça o Chief Transformation Officer: oito chaves para o sucesso

Algumas empresas estão criando um novo cargo entre os executivos do alto escalão – o CTO. O objetivo: liderar a mudança e o crescimento


24 de abril de 2019 - 15h22

Crédito: iStock

Co-escrito por Tomoko Yokoi, pesquisadora do IMD

Nos últimos meses, o Global Center for Digital Business Transformation observou uma onda de nomeações para uma nova posição entre os executivos seniores, o Chief Transformation Officer (CTO).

O que é o Chief Transformation Officer?

Não deve ser confundido com o Chief Technology Officer. A responsabilidade mais comum do CTO é cultivar a mudança organizacional e o novo crescimento. Tanto o varejista de luxo Neiman Marcos e o grupo de logística UPS apontaram seu primeiro CTO em novembro, com o objetivo de comercializar novas ideias, liderar iniciativas de crescimento e facilitar a mudança no gerenciamento das operações. Outro varejista estadunidense, o JC Penney, realizou a contratação de um profissional do tipo em janeiro deste ano. Na empresa, o executivo é responsável por desenvolver as iniciativas estratégias com objetivo de que elas se sobreponham ao seu negócio, que já possui 116 anos de história.

Se por um lado essas posições não são inteiramente novas, as posições de liderança na transformação digital estão crescendo devido à disrupção digital em todas as indústrias. Segundo o centro de pesquisas DBT, mais de 75% dos executivos agora acreditam que o impacto da disrupção em outras indústrias é transformador ou, ainda, que é algo de extrema relevância. Em 2015, essa porcentagem foi de apenas 27%. Nossos dados mostram que o passo da disrupção digital está aumentando rapidamente, e executivos estão sentindo os impactos de forma mais aguda.

A nomeação de CTOs é uma resposta adequada?

O papel do CTO é particularmente efetivo dentro do contexto de grandes e médias empresas como um criador de sinergia.

Se o papel do CTO é fortemente suportado pelos níveis empresariais mais altos e é embutido de uma responsabilidade de mobilizar os recursos organizacionais e permitir conexões, acreditamos que o CTO pode ser instrumental em liderar mudanças fundamentais. Dado o alto nível de complexidade de estruturas das empresas maduras, o CTO é particularmente efetivo dentro do contexto de grandes e médias empresas como um criador de sinergia.

Grandes e médias empresas recorrentemente enfrentam dois desafios relacionados à competição disruptiva. O primeiro é que elas estão sobrecarregadas com o peso de suas estruturas e cadeias de valor de uma era anterior. Essas estruturas e cadeias de valor as impedem de competir efetivamente.

O segundo desafio é o reflexo do entrelaçamento de diferentes setores de uma organização – o que pode levar a consequências não planejadas que recorrentemente acabam com programas de transformação. Um executivo aprendeu isso da maneira mais difícil: “Não pensaria que fazendo uma simples mudança, puxando uma alavanca aqui, faria outras dez coisas explodirem atrás de mim”.

É aqui que o CTO, como um criador de sinergia, pode ser instrumental.

O cargo facilita a abordagem conectada para a transformação, levando em conta a natureza altamente interligada das organizações. O CTO pega recursos tradicionais de uma organização – como pessoas, dados e infraestrutura – e os posiciona a todos de forma transversal para os encorajar a abraçar um modelo de execução em rede. É uma abordagem que considera elementos importantes, como um modelo go-to-market de uma companhia, ou o engajamento dos stakeholders, e como isso é organizado. A movimentação mobiliza recursos para alcançar objetivos de forma holística.

Oito principais tarefas do CTO

Para o CTO conseguir mobilizar recursos com sucesso e permitir conexões, ele ou ela deveriam estar preparados para facilitar ou supervisionar diretamente tarefas. Essas tarefas foram derivadas de entrevista com mais de mil profissionais que implementaram uma abordagem conectada à transformação.

1. Mapeamento da jornada do consumidor

Entender o impacto da jornada do consumidor com mapeamento e análise. Como Cynthia Stoddard, CIO da Adobe, descreve, “você precisa olhar continuamente para si mesmo e ser inovador, e dizer ‘como eu posso me conectar melhor com o consumidor? Como eu faço a jornada dele mais leve’?”.

2. Design de modelo de negócio

Desenvolver insights nas expectativas do consumidor e no que eles estão dispostos a pagar. Isso inclui uma fundação sólida na inteligência competitiva com um entendimento de quanto valor seus competidores disruptivos estão criando para seus consumidores.

3. Arquitetura do negócio

Mapear os nodos e conexões da companhia – seus recursos e seus relacionamentos. Com uma visão de que indivíduos e times fazem o que, CTOs podem orquestrar melhor os recursos necessários quando a mudança for precisa.

4. Avaliação de capacidade

Avaliar a capacidade e prontidão dos recursos dentro de uma organização. Ao identificar falhas da capacidade anteriormente, o CTO pode priorizar investimento e acabar com esses buracos.

5. Comunicação e treinamento

Desenvolver e escalar uma narrativa motivacional que explique o porquê uma companhia precisa de transformação. Complementar isso com uma educação do stakeholder em todos os níveis da organização.

6. incubação e plataformas de escala

Prover plataformas, incluindo orquestra de dados, que aumentam a escala. Na ABB, uma gigante industrial suíça, um fator importante de mudança foi a plataforma “ABB Ability”, que é composta por uma série de protocolos e tecnologias que trabalham em harmonia em todos os produtos e serviços da ABB.

7. Venture funding interno

Assuma o papel do investidor interno. Monte um fundo para esforços que promovem resultados cross-funcionais. Como Frederic Herren da SGS, um provedor de testes global, lembra, “ninguém ouve uma central de custos. Você precisa ter os meios financeiros para ser um parceiro de negócios atrativo”.

8. Trabalhar de forma ágil

Incorpore modos ágeis de trabalho para acelerar transformações. Promova experimentação e aprendizado e insira isso na execução da cultura corporativa. “Não podemos fazer transformação de forma regular, não basta apenas mudar da movimentação natural de uma queda d’água para o método ágil, mas precisamos mudar o rumo da cachoeira completamente. Precisamos entender como o negócio está sendo tocado, quais os nossos desafios e como faremos para enfrentar tudo isso de uma vez”, afirma Roel Louwhoff, CTO da ING.

Se sua organização recentemente nomeou um CTO, trabalhe para construir um laço forte entre a pessoa e os outros líderes, incluindo o CFO, CIO e o COO. Por fim, o objetivo de uma transformação de sucesso é mobilizar de forma a criar um resultado que seja de múltiplas frentes e que isso seja feito continuamente.

Traduzido por Salvador Strano

 

*Crédito da imagem no topo: FangXiaNuo/iStock

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