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Opinião

Hope for the best, prepare for the worst

Sairemos um pouco machucados do outro lado, mas o esporte continuará desempenhando seu importante papel de "curandeiro" global


23 de março de 2020 - 19h24

(Crédito: Simonkr/iStock)

O esporte costuma desempenhar um papel fundamental em nossas vidas, como promover união, criar relações entre as pessoas, trazer diversão, paixão, inspiração e até a cura. Porém, nesses tempos esquisitos que estamos vivendo, as notícias da nossa indústria estão repletas de preocupação, seriedade e de recomendações para mantermos distância uns dos outros.

Ao paralisar competições, esvaziar arenas e colocar a saúde pública antes do lucro, o esporte foi a primeira indústria culturalmente relevante a fazer as pessoas se darem conta de que estamos diante de uma situação desconhecida, imprevisível e que nos força a mudar de hábitos. Pela primeira vez, temos a chance de se sentar, respirar, refletir e pensar nos próximos passos de forma criativa. Se a crise é a mãe das invenções, então acabamos de tirar a licença Covid-19 de ousadia para testar modelos que nunca teriam sua chance em condições normais, já que teríamos que pedir autorização para muita gente e temer a reações dos mais conservadores.

Se nossos dias recentes têm nos colocado diante do desafio de entender o que vem a seguir, a primeira providência é evitar nos perdermos em meio a tantas notícias desanimadoras. E se você é uma referência no papel profissional ou pessoal que desempenha, então é sua obrigação pensar em como atravessar essa tormenta, envolver as pessoas que te cercam, usar todos os recursos disponíveis para aprimorar seus talentos e estar pronto para quando o apito ou a sirene tocarem.

Nossa responsabilidade é multiplicada aqui, pois se de um lado temos colaboradores, investidores, patrocinadores e emissoras, de outro, temos os fãs que têm nas suas modalidades de preferência um pedaço tão importante de suas vidas. Para alguns chega a ser religião, para outros, passatempo, mas para todos, indispensável. Quantos memes já recebemos nas redes sociais nessa última semana brincando com as consequências do esporte ao vivo ter sumido da televisão?

O segundo passo é estender a mão. Se dentro de quadra, de campo ou da água somos concorrentes, que tal entender como outras ligas, clubes e entidades estão lidando com essa paralisação e como estão se preparando para o recomeço? As equipes estão sendo motivadas? Como fazem isso? Existe chance ser feito algo em conjunto, promovendo encontros virtuais de nossos atletas, propriedades e bases de fãs?

O terceiro passo é aproveitar o período de desaceleração forçada para entender com mais detalhe o significado que cada esporte tem para seus respectivos fãs, entender que essas pessoas têm agora mais tempo livre na frente da TV, celular e tablets do que costumam ter e estão ávidos para consumir conteúdo. Se momentaneamente não se pode oferecer a emoção do “ao vivo”, que tal revisitar os acervos históricos de conquistas, gols mais bonitos, manobras mais radicais, jogadas mais criativas, lances mais polêmicos e entreter esses fãs de maneira interativa e divertida? Alguém já parou para pensar que temos uma chance enorme de conquistar novos fãs originalmente de outras modalidades, já que estes agora têm mais tempo para consumir?

Tenho conversado com muita gente e a opinião é unânime de que sairemos um pouco machucados do outro lado, mas que o esporte continuará desempenhando seu importante papel de “curandeiro” global. No maior mercado esportivo do mundo, a crise das empresas pontocom fez com que muitas entidades esportivas passassem a ter controle de seu ambiente digital. O 11 de Setembro, por exemplo, deu início a uma nova era de exigências e protocolos de segurança para arenas, fãs e atletas, enquanto a crise de 2008 mudou a forma como as associações de jogadores avaliavam os consultores financeiros.

E agora, o que a Covid-19 vai transformar?

**Crédito da imagem no topo: Reprodução

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