Made in Brazil?

Buscar
Publicidade

Opinião

Made in Brazil?

Como as datas comemorativas internacionais influenciam no nosso comportamento de compra


20 de maio de 2022 - 6h00

Crédito: Reprodução / Bradesco

Ano após ano, as datas comemorativas da cultura americana têm sido absorvidas pelos brasileiros. Com a globalização, a disseminação da informação cada vez mais rápida, a maior disponibilidade de produtos importados, o acesso de mais brasileiros à viagens internacionais e as redes sociais aproximando pessoas do mundo todo, é inevitável que isso aconteça. E não acredito que seja um fenômeno apenas brasileiro, embora sejamos muito suscetíveis a tudo o que venha dos EUA.

Nesse contexto, as marcas – algumas delas também americanas que encontraram no Brasil um mercado ávido por seus produtos – se apropriaram dessas datas para atrair os consumidores e criar novos momentos de compra, que antes não existiam. O Valentine’s Day, por exemplo, é uma data que vem ganhando força a cada ano, mas ainda não tem o apelo da Black Friday, por exemplo, talvez pelo fato de já termos um Dia dos Namorados, em junho.

Não é possível notar que o consumo tenha mudado muito de 2020 para 2021, já que a grande mudança ocorreu de 2019 para 2020. Em 2021 se acentuou o comportamento de consumo que surgiu com a pandemia: os consumidores tiveram mais tempo para pesquisar e comprar, dias antes e não apenas no dia da Black Friday, por exemplo e também teve um aumento exponencial das vendas online, que fizeram com que as marcas tivessem que se preparar às pressas.

Como o brasileiro adora uma festa, acho que a maioria aceita numa boa, pois é mais uma oportunidade de comemorar e se divertir. Porém, existem os que exageram na idolatria, em detrimento da sua própria cultura e os ufanistas, que defendem a sua cultura acima de qualquer outra.

Algumas escolas, principalmente de educação infantil, por exemplo, não comemoram o Halloween, mas sim o Dia do Saci, no mesmo dia 31 de outubro, como uma forma de manter vivo o folclore brasileiro, tão rico de personagens misteriosos e sobrenaturais. Acho isso muito importante, pois o folclore representa a identidade de um povo, é o que diferencia uma nação da outra e fortalecer isso na primeira infância, quando somos tão influenciáveis e estamos formando a nossa base, fortalece a cultura popular.

O último Halloween, por exemplo, teve suas peculiaridades. Acho que, com a pandemia, as pessoas passaram a comemorar mais a data em casa, em festinhas menores com amigos e familiares, investindo na decoração da casa, nas fantasias e tudo mais.

As marcas podem usar esses momentos como mais uma forma de se conectar com seu público, elegendo a linha que querem seguir ou que faz sentido para ela. Por exemplo, a Natura é uma marca brasileira, que defende a natureza, a floresta e o povo indígena. Faz muito mais sentido para ela fazer uma comunicação defendendo o Dia do Saci do que o Halloween, então, os exemplos e cada caso, sempre vão variar de acordo com a cultura organizacional de cada instituição.

Para isso, é necessário conhecer muito bem o seu consumidor e o seu comportamento de navegação na internet, para se comunicar com ele de uma maneira mais assertiva na hora de oferecer o seu produto.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • It’s the end of the metaverse as we know it

    It’s the end of the metaverse as we know it

    A natureza onipresente da internet atual entra em conflito direto com a concepção do metaverso como um espaço distinto para o qual se entra

  • Hospitalidade ou trauma hospitalar?

    Lógica de negócio justifica instalação de cafés e restaurantes em complexos hospitalares, mas isso pode afetar percepção de suas marcas