Opinião
Made in Brazil?
Como as datas comemorativas internacionais influenciam no nosso comportamento de compra
Como as datas comemorativas internacionais influenciam no nosso comportamento de compra
Ano após ano, as datas comemorativas da cultura americana têm sido absorvidas pelos brasileiros. Com a globalização, a disseminação da informação cada vez mais rápida, a maior disponibilidade de produtos importados, o acesso de mais brasileiros à viagens internacionais e as redes sociais aproximando pessoas do mundo todo, é inevitável que isso aconteça. E não acredito que seja um fenômeno apenas brasileiro, embora sejamos muito suscetíveis a tudo o que venha dos EUA.
Nesse contexto, as marcas – algumas delas também americanas que encontraram no Brasil um mercado ávido por seus produtos – se apropriaram dessas datas para atrair os consumidores e criar novos momentos de compra, que antes não existiam. O Valentine’s Day, por exemplo, é uma data que vem ganhando força a cada ano, mas ainda não tem o apelo da Black Friday, por exemplo, talvez pelo fato de já termos um Dia dos Namorados, em junho.
Não é possível notar que o consumo tenha mudado muito de 2020 para 2021, já que a grande mudança ocorreu de 2019 para 2020. Em 2021 se acentuou o comportamento de consumo que surgiu com a pandemia: os consumidores tiveram mais tempo para pesquisar e comprar, dias antes e não apenas no dia da Black Friday, por exemplo e também teve um aumento exponencial das vendas online, que fizeram com que as marcas tivessem que se preparar às pressas.
Como o brasileiro adora uma festa, acho que a maioria aceita numa boa, pois é mais uma oportunidade de comemorar e se divertir. Porém, existem os que exageram na idolatria, em detrimento da sua própria cultura e os ufanistas, que defendem a sua cultura acima de qualquer outra.
Algumas escolas, principalmente de educação infantil, por exemplo, não comemoram o Halloween, mas sim o Dia do Saci, no mesmo dia 31 de outubro, como uma forma de manter vivo o folclore brasileiro, tão rico de personagens misteriosos e sobrenaturais. Acho isso muito importante, pois o folclore representa a identidade de um povo, é o que diferencia uma nação da outra e fortalecer isso na primeira infância, quando somos tão influenciáveis e estamos formando a nossa base, fortalece a cultura popular.
O último Halloween, por exemplo, teve suas peculiaridades. Acho que, com a pandemia, as pessoas passaram a comemorar mais a data em casa, em festinhas menores com amigos e familiares, investindo na decoração da casa, nas fantasias e tudo mais.
As marcas podem usar esses momentos como mais uma forma de se conectar com seu público, elegendo a linha que querem seguir ou que faz sentido para ela. Por exemplo, a Natura é uma marca brasileira, que defende a natureza, a floresta e o povo indígena. Faz muito mais sentido para ela fazer uma comunicação defendendo o Dia do Saci do que o Halloween, então, os exemplos e cada caso, sempre vão variar de acordo com a cultura organizacional de cada instituição.
Para isso, é necessário conhecer muito bem o seu consumidor e o seu comportamento de navegação na internet, para se comunicar com ele de uma maneira mais assertiva na hora de oferecer o seu produto.
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