Segunda onda da diversidade na comunicação tem novas demandas

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Opinião

Segunda onda da diversidade na comunicação tem novas demandas

A diversidade é um ambiente em que todos estejam seguros e à vontade para construir e trocar com autenticidade plena


25 de novembro de 2022 - 10h00

(Crédito: iStock)

Muito pouco tempo atrás consumidores, agências e clientes compreendiam trabalhar diversidade e inclusão por meio da representatividade, que consistia em ter modelo, artista ou celebridade com algum recorte diverso, seja de raça, gênero ou orientação sexual. Uma espécie de token, um processo de validação por meio de um símbolo reconhecidamente pertencente a um grupo racial, LGBTQIAP+ ou outra comunidade diversa.

Com o avançar dos movimentos de diversidade, equidade e inclusão, uma nova onda de entendimento do tema surge, talvez até a partir da popularização do termo ESG, que vem tomando conta das preocupações corporativas mais distintas, já que exige desenvolvimento de negócios considerando aspectos ambientais, sociais e de governança também. Esse movimento mais robusto e maduro começou a gerar novas demandas para além das atividades empresariais e alcançaram a comunicação das marcas.

Já não é mais suficiente ter representatividade, o que os criativos das agências e os times de comunicação das empresas devem entregar agora é protagonismo. O significado disso é ter pessoas diversas em todo o processo de comunicação das marcas. Desde a ideação de uma campanha, ao planejamento e produção.

Recentemente uma campanha de produto foi criada exatamente nesse modelo, com protagonismo. Tanto o cliente como a agência perceberam coerência em envolver pessoas reais e em postos de destaque, de fato relevantes, desde a concepção até a produção, diante e atrás das câmeras.

Um ambiente em que todos estavam muito seguros e à vontade para construir e trocar com autenticidade plena, já que repertórios e vivências se reconheciam, convergiam e se complementavam, trazendo fluidez natural ao processo.

Ao reconhecer a diversidade das pessoas, os grupos minorizados e sub-representados é possível ter a compreensão efetiva de que eles não acessam diversos espaços e que são estrutural e sistematicamente impedidos de avançar socialmente, economicamente, culturalmente, profissionalmente. Em paralelo, esse modelo oportuniza atacar a estrutura que limita a oportunidade e o desenvolvimento profissional das pessoas e se revela um caminho reparador e muito valioso socialmente, já que toda a construção e narrativa têm perspectiva genuína.

Tomar a decisão de ousar e elevar a conversa para um patamar mais autêntico e com as vozes certas foi, neste projeto, e passa, cada vez mais, a ser crucial para o sucesso de todas marcas, seus produtos e resultados de vendas também.

Mudar a concepção e a mentalidade criativa e entregá-las autenticamente às pessoas que vivem de verdade a realidade é o certo, é como deveriam ser feitas as campanhas, as comunicações das marcas desde sempre.

De fato, transgredir essa lógica de que duas ou três pessoas em um elenco bastam para trabalhar diversidade, é de alta importância. Pensar num novo modo de desenhar projetos com mentes e corpos diversos para entregas mais reais e efetivas para empresas e consumidores é via de mão única e sem retorno.

O protagonismo é o único caminho estratégico e verdadeiro para praticar Diversidade, Equidade e Inclusão.

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