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Nem CMO nem CGO: a hora é do CPO

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Opinião

Nem CMO nem CGO: a hora é do CPO

Construir com clareza o propósito de uma empresa, de uma equipe, da família ou de uma comunidade tornou-se uma poderosa alavanca para os líderes verdadeiramente inspiradores


8 de agosto de 2019 - 15h11

(Crédito: Romain V/Unsplash)

Na sopa de letrinhas que se transformaram os cargos de lideranças nas empresas, o CMO (Chief Marketing Officer) tem perdido território. É o que deixa claro recente matéria do M&M, destacando que quem está ganhando espaço nessa corrida organizacional é o CGO (Chief Growth Officer). É incrível como no mundo da liderança o buraco está quase sempre no andar de cima.

Está mais do que claro que necessitamos de um novo tipo de líder porque os modelos vigentes não são adequados para uma realidade que já não mais existe. No fundo, a escassez de líderes competentes é uma das maiores causas de muito dos problemas que nos afligem. Construir com clareza o Propósito de uma empresa, de uma equipe, da família ou de uma comunidade tornou-se uma poderosa alavanca para os líderes verdadeiramente inspiradores.

O que falta nas empresas é, sem dúvida, o CPO (Chief Purpose Officer). Não se trata de um cargo, mas de uma liderança com senso de propósito. Alguém que nos liberte de alguns mitos que empobrecem a forma de pensar sobre a liderança. Muitas crenças e dogmas podem ter sido úteis no passado, mas com certeza não se adequam mais ao que é necessário para o exercício da liderança de forma eficaz daqui para a frente. O verdadeiro líder que a Nova Era do Management não precisa, necessariamente, ter gente atrás de si, mas ao seu redor. Esse é o “Líder Inspirador”, aquele que constrói o futuro com sua equipe, estabelecendo em conjunto o propósito, em vez de simplesmente comandá-la.

O líder eficaz sabe construir com suas equipes o rumo a seguir, tem coragem para tomar decisões difíceis e sabem se cercar de profissionais que os complementam, inclusive para complementar seu nível de carisma quando as circunstâncias exigem.

Esse profissional constrói um propósito comum com suas equipes, em vez de apenas oferecer empregos, tarefas ou metas. Fornece às pessoas aquilo que mais desejam: significado para suas vidas, uma bandeira, uma razão de existência. Acredita que elas estão dispostas a dar o melhor de si e até a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma causa, um porquê para o seu cotidiano. O líder inspirador turbina as pessoas, maximiza o uso da energia humana por meio de causas que lhes alimentem a convicção de que podem mudar o mundo com seu trabalho e engajamento.

Esse profissional atua onde faz diferença. Não comanda apenas uma equipe de subordinados dentro das paredes de uma empresa. Exerce a liderança também “fora”, para cima e para os lados: lidera clientes, parceiros, comunidades e influencia chefes, colegas e acionistas. Atua como um integrador entre equipes na empresa, construindo pontes entre pessoas, com os clientes, parceiros, fornecedores, comunidades.

As empresas vencedoras nessa nova época serão aquelas que souberem montar verdadeiras “Fábrica de Líderes”. A sobrevivência – ou a sustentabilidade a longo prazo das empresas – será diretamente proporcional à sua capacidade de desenvolver líderes de qualidade, além de oferecer produtos ou serviços de qualidade. Líderes eficazes, repito, não apenas gerentes eficientes.

Se construir e definir com clareza um propósito é uma poderosa alavanca para o exercício da Liderança Inspiradora, fundamental e determinante é a convergência desse propósito com o propósito de vida do próprio líder e dos membros da sua equipe. Nessa convergência entre o Propósito Organizacional e o Individual talvez resida uma das chaves do sucesso e da felicidade no mundo empresarial.

*Crédito da foto no topo: Jehyun Sung/ Unsplash

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