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Opinião

O que há de errado?

Se as indústrias sofrem com o capitalismo desenfreado, com a busca excessiva de lucratividade, por que a publicidade estaria isenta destas mazelas?


20 de março de 2017 - 13h11

 

(Crédito: reprodução)

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O que há de errado em consumir carne? Para alguns, tudo, para outros, nada, para outros, tanto faz. Mas bastava deixar a discussão sobre consumir a carne e não papelão, ossos e misturas bizarras.

O que há de errado em consumir leite? Para alguns, nada, para outros, tudo. Mas a discussão era sobre consumir leite, e não outros tantos líquidos, hormônios e pus.

O que há de errado em consumir vegetais que não são orgânicos e certificados? Para alguns, nada, para outros, tudo, mas a discussão deveria ser sobre consumir vegetais e não coliformes fecais, toneladas de lixo processado no açúcar.

E o que isto tem a ver com a publicidade? Absolutamente tudo.

Se as indústrias sofrem com o capitalismo desenfreado, com a busca excessiva de lucratividade, por que a publicidade estaria isenta destas mazelas?

Não se trata apenas de conhecimento técnico da publicidade digital. Trata-se de um capitalismo que embaça os olhos, que permite ajustes, que permite, permite e permite.

Traga este exercício para a sua realidade. Aplique conceitos econômicos de equilíbrio entre oferta e demanda. Pense e reflita onde estão os hormônios e as massas de papelão do nosso mercado.

O que há de errado em impactar pessoas que não estão interessadas em seu produto?

O que há de errado em ofertar produtos de forma excessiva a pessoas que não estão no momento da compra?

O que há de errado em ter um altíssimo volume de clique e nenhum KPI de negócio associado ao impacto da comunicação?

O que há de errado em deixar um terceiro operar sua verba e fechar os olhos para evitar o trabalho exaustivo de construir a publicidade digital do nosso país?

Não se trata apenas de conhecimento técnico da publicidade digital. Trata-se de um capitalismo que embaça os olhos, que permite ajustes, que permite, permite e permite.

Pense. Evite as massas de papelão, os hormônios, a supervalorização, a exaustão dos seus fornecedores, as relações embaçadas, o que já está fora da validade. Seja corresponsável pela cadeia produtiva e de serviços prestados ao seu redor.

Vou dormir com esta hoje.

 

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