Os diferentes formatos e usos do podcast
Seja “storycast” ou “mesacast”, muitas empresas estão levando informações para seus colaboradores por meio do áudio digital
Seja “storycast” ou “mesacast”, muitas empresas estão levando informações para seus colaboradores por meio do áudio digital
O podcast é um formato que vem atraindo cada vez mais interessados, tanto para quem consome quanto para quem cria conteúdo. Quem já está familiarizado com esse tipo de áudio, percebe que cada programa tem uma maneira de compartilhar suas ideias, histórias e informações.
Mas isso vai além da autenticidade do conteúdo, pois tem uma questão de formato. O que estamos mais habituados é o “mesacast”. Mesmo que você não tenha ouvido falar nesse termo, com certeza já ouviu algum conteúdo assim. Para não deixar erros, o “mesacast” é como uma mesa redonda de áudio digital. Esse formato é usado por programas que precisam da palavra de especialistas, convidados ou que querem promover uma discussão sobre determinados assuntos. A maioria dos podcasts, atualmente, busca esse estilo por ser mais dinâmico, com pontos de vistas diferentes do interlocutor. O “mesacast” informa de maneira qualificada com a contribuição de autoridades do tema escolhido, ou seja, traz veracidade para o que se quer compartilhar, além de opiniões diversificadas que enriqueçam o debate. Além do mais famoso podcast brasileiro, o Nerdcast, destaco alguns bons exemplos nesse estilo, como o Mamilos, o Café com ADM e o Xadrez Verbal. Três podcasts bem interessantes e que, se você não conhece, deveria experimentar.
Um outro formato de podcast já é um velho conhecido do ouvinte. O “storycast” é outra maneira de transmitir o conteúdo. Se você nunca ouviu esse termo, vou puxar para o passado… Podemos dizer que o “storycast” pode ser o netinho da rádio novela. Esse formato conta histórias sem o uso de imagem, por isso precisa instigar a imaginação do ouvinte, além de informá-lo. No Brasil, o projeto Humanos, do Ivan Mizanzuk, criado em 2015, é um bom exemplo disso. Já em sua 4ª temporada, o podcast traz histórias reais narradas pelo próprio Ivan. O caso Evandro, popularmente conhecido no Paraná como As Bruxas de Guaratuba, vai até virar uma série de televisão. Esse formato, que é muito popular nos EUA, já tem algumas versões internacionais adaptadas para o português, como o Guerras Comerciais, um bom exemplo de “storycast”. Criada e produzida pela Wondery, uma gigante da área, essa série traz as histórias das maiores batalhas empresariais como Coca versus Pepsi, Nike versus Adidas e, mais recentemente, Facebook versus Snapchat, dando exemplos de passagens históricas ligadas à ascensão dessas marcas até os anos atuais. É um bom exemplo para falar sobre o formato.
O Spotify também tem adaptado histórias para o português e lançou, recentemente, Sofia, uma rádio novela adaptada para o português com a participação de atores como Otaviano Costa, Cris Viana, Hugo Bonemer e Monica Iozzi. Há também programas que compartilham pela voz de um único narrador informações, insights, novidades e opiniões. É o caso do Café Brasil, um dos podcasts mais antigos em português, com 16 anos de atividade e mais de 1,4 mil programas publicados e narrados semanalmente pelo Luciano Pires. Vale escutar o programa 275 no qual ele destrincha a música Bohemian Rapsody em uma narrativa única, é de arrepiar!
Para não me estender ainda mais, trago uma novidade em termos de uso: o podcast como ferramenta de endomarketing. Seja tanto “storycast” quanto “mesacast”, muitas empresas estão levando informações para seus colaboradores por meio do áudio digital. A mensagem é produzida com foco no ouvinte, comunicando-se diretamente com ele, para dividir dados, novidades, informações. Em vez de “prender” as pessoas a um e-mail, a empresa consegue se fazer presente de uma forma imersiva e inovadora. Basf e Novartis já embarcaram nessa experiência aqui no Brasil.
Vale sempre resgatar que o podcast tem a vantagem de levar uma mensagem que será ouvida em ambiente imersivo mesmo quando o ouvinte está desempenhando outra função, como se locomovendo ou cozinhando. Ou seja, você não precisa parar tudo para assimilar um conteúdo, se informar ou se entreter.
A busca pelo bom conteúdo só tem aumentado. Por isso, é importante repensar a forma como esse conteúdo será compartilhado. O áudio está trazendo oportunidades para pessoas físicas e jurídicas, atraindo todo tipo de estilo e gosto. Entender o consumidor e refletir sobre como partilhar o conteúdo da sua marca é um bom começo para saber qual o caminho seguir entre tantas opções existentes no mercado, mas são as boas histórias que vão sempre captar a atenção das pessoas.
*Crédito da foto no topo: Ajwad Creative/iStock
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