7 de março de 2023 - 6h00

Crédito: Shutterstock

As qualidades do ChatGPT são inegáveis, mas é sobre os defeitos dele que eu queria falar hoje. Entre as pessoas que criticam essa inteligência artificial, o que mais tenho visto são comentários de que ele é raso, repetitivo, pouco criativo, limitado no tempo e até inverídico em alguns momentos. E, quer saber? Os críticos estão certos. A ferramenta realmente deixa a desejar e comete esses erros e outros mais – o que tem levado, inclusive, muita gente a acreditar que seu impacto poderá ser limitado no curto prazo.

Quando trazemos essa perspectiva para o mundo do marketing e publicidade, fica claro, para mim, que a contribuição do ChatGPT será na lógica da inteligência híbrida, que tanto já falei. Em poucas palavras, a soma das Inteligências Artificiais e Humanas, em harmonia, tirando o melhor da contribuição de cada uma.

Esse conceito tem se materializado no dia a dia da iD\ e a prova mais recente foi o experimento de conteúdo que pilotamos de maneira inédita com 08 grandes marcas no aniversário de São Paulo – a primeira iniciativa do tipo criada com o ChatGPT e Midjourney no Brasil, tendo o direcionamento e prompts feitos por profissionais em transformação, textos e imagens pelas ferramentas e pouquíssimas interferências humanas no refino.

Porque ainda não dá para ser de outro jeito. Sozinha, essa ferramenta não é capaz de superar o trabalho de grandes profissionais e agências de publicidade. Mas como apoio na fase dedescoberta e automação para o ganho de eficiência e agilidade no processo produtivo ela é fenomenal. O que me leva a crer que o impacto dessa e outras ferramentas para grandes anunciantes será ainda limitada no curto prazo.

Agora, pare. Zoom out.

A grande revolução dessa ferramenta que já está acontecendo enquanto falamos é para outro público, o pequeno negócio. Se para os grandes que investem milhões em cérebros, estratégia, criatividade e mídia, o ganho atual ainda é marginal, para o SMB ele já é exponencial.

Porque o pequeno não tem orçamento para contratar os grandes profissionais.

Porque o pequeno às vezes sabe muito pouco ou nada de marketing.

Porque o pequeno raramente tem tempo para investir em coisas que não tenham impacto direto no dia a dia.

Em resumo, porque o pequeno, como se diz por aí, tá vendendo o almoço para pagar a janta e nem consegue entender o potencial que essa ferramenta pode trazer.

Agora imagina ter uma ferramenta que sugere uma estratégia de comunicação, que prepara um plano de social media. Que monta um calendário de postagem. Que sugere KPIs de acompanhamento. Que escreve os posts. Que cria as imagens desses posts. E ainda automatiza os dados para uma visão de resultados.

“Ahhh mas o nível é muito baixo….”. PARA MIM. PARA VOCÊ. Mas não se deixe enganar, volto à minha máxima: não existe diferenciação e crescimento sem inovação.
E para quem não tem nada, as ferramentas de inteligência artificial generativa podem representar uma revolução na forma de se comunicar e vender.

Veja esse exemplo de comando/prompt que dei para o ChatGPT ser meu gerente de marketing e criar um plano para aumentar as vendas de uma sorveteria artesanal fictícia:

O ChatGPT é um produto inacabado. Ao mesmo tempo, é algo genial e, o mais importante, está em evolução constante – ele aprende com o uso e muito rapidamente. Se hoje ele já pode representar uma revolução para os pequenos, é muito pouco provável que ele não faça o mesmo para os grandes em algum momento. Negar o ChatGPT e se esconder atrás de críticas rasas, repetitivas, pouco criativas e até inverídicas – é negar o futuro. Começar a trabalhar com ele desde já, o integrando a processos existentes é tirar proveito da sua agilidade em dar o primeiro passo. Mesmo para as grandes marcas, ao menos com a iD\, o presente já é híbrido. E vou repetir: O ChatGPT é mediocre, mas com você ele pode não ser.