Opinião

O tempo, o espaço e a mídia sempre em movimento

Assim como em Interestelar, a relatividade do tempo também nos desafia em mídia e negócios: transformações que levavam cem anos agora acontecem em dez, exigindo de nós constante atualização

Leonardo Lazzarotto

CEO da Tailor Media 8 de outubro de 2025 - 6h00

No filme de Christopher Nolan (Interestelar, 2014), uma das metáforas mais belas sobre o tempo: Matthew McConaughey cruza galáxias e retorna para descobrir que sua filha, antes criança, agora é mais velha do que ele. É o choque existencial da relatividade e um lembrete de que o tempo não é igual para todos.

Na mídia e nos negócios, vivemos algo parecido. O tempo se comprime e se expande diante de nossos olhos. Projetos já nascem com prazo de validade. E, a cada instante, vemos os meios envelhecendo e rejuvenescendo ao mesmo tempo: o rádio que virou streaming, a TV se conectou, o jornal que saiu das bancas para caber na palma da mão, o OOH tornou-se interativo e mensurável, enquanto influenciadores e plataformas que abriram novas galáxias de conexão.

Estamos todos em constante viagem espacial. Perdidos entre métricas, dados e formatos, orbitamos em torno da atualização permanente. Ser profissional de marketing, comunicação e mídia é lidar com essa relatividade: acelerar no tempo das inovações sem perder o espaço da relevância.

Cada campanha é um salto entre dimensões: medir em tempo real, explorar novos territórios, transformar inventários tradicionais em experiências digitais. Nosso papel é traduzir essa jornada e entregar às marcas não apenas novidades, mas soluções que unam estratégia, criatividade e tecnologia com propósito.

Se Nolan nos mostra que o tempo pode ser cruel, o mercado prova que ele também pode ser generoso. Quanto mais abertos estivermos às mudanças, mais oportunidades teremos de transformar a mídia em atração, não em interrupção. Em presença, não em ruído. Em vida, não apenas em publicidade.

Einstein escreveu: “O tempo e o espaço são modos pelos quais pensamos, não condições nas quais vivemos.” A mídia também é assim: um espaço vivo, em permanente movimento, que hoje nos permite conectar marcas e consumidores de formas que, até ontem, pareciam ficção científica.