Tecnologia: quais as novas possibilidades para o trabalho publicitário?
Em meio à crise das big techs, startups criam novos modelos de negócio e entrega para especialistas em tecnologia
Tecnologia: quais as novas possibilidades para o trabalho publicitário?
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Renan Honorato
31 de julho de 2023 - 16h25
Empresas de tecnologia e marketing reclamam, desde o início do ano, da escassez de talentos em tecnologia. Cerca de 86% dos fundadores de empresas asiáticas de desenvolvimento tecnológico disseram expandir o número de funcionários especializados, sendo a média salarial desse setor 38% maior que doutros funcionários, como vendas e marketing.
Todavia, o primeiro semestre foi marcado por uma série de demissões massivas. Como caso da Accenture que pretende cortar 2,5% da força de trabalho até final de 2023, o equivalente a cerca de 19 mil postos de trabalho. A multinacional Dell também pretende cortar mais de 6 mil pessoas da grade de trabalhadores. Conhecido como turnover no mundo publicitário, a rotatividade de funcionários também passou a afetar o setor de tecnologia.
Douglas Garcia trabalhou por 12 anos com desenvolvimento de produtos, tendo participado de projetos para Itaú e, mais recentemente, no iFood. Segundo ele, o ano em que trabalhou no iFood quase pareceu uma década, devido ao sistema de trabalho das startups. “O iFood muda muito rápido. Eu mesmo trabalhei em quatro contextos diferentes com três supervisores em um único ano”, comenta. Em março de 2023, Garcia foi demitido.
Nesse interim, o profissional com expertise entrou para a plataforma de projetos Bossa Box. Fundada em 2017, a empresa foi construída com enfoque em agilidade e otimização para criação de produtos digitais, como aplicativos e sites.
Desse modo, no modelo de trabalho da startup, os prolancers – como são conhecidos os colaboradores da empresa – trabalham de forma customizada e são remunerados a partir de uma relação entre expertise e força de trabalho.
“Estamos sempre tentando calibrar essa questão da remuneração. Atualmente, o modelo que adotamos é um sistema fixo de remuneração condizente em cada fase do projeto, sendo que, se o profissional entregar abaixo do 80% esperado, ele não recebe naquela própria fase”, explica João Zanocelo, head de produto da Bossa Box.
Todavia, ele acredita que esse não seja ainda o modelo ideal, sendo estudado pelo executivo como aprimorar a partir de bonificações, por exemplo. “O sistema de horas é um modelo esquisito de venda de trabalho. Porque se sou um cara sênior, por exemplo, vou ter mais incentivo em fazer em mais tempo que em menos horas. O que acabamos vendo é um superfaturamento do valor do trabalho”, opina.
No momento da entrevista, a Bossa Box contava com cerca de 120 prolancer alocados em 20 projetos. Como a criação do aplicativo da Housi, spin-off da Vitacon, que funciona num sistema de locação de curto e médio prazo. O mindset da empresa é conseguir alocar em até 10 dias os profissionais ideias para marcas. Além dos prolancers, a startup conta com cerca de 40 funcionários em posições estratégicas de gestão, como na coordenação de projetos.
Contudo, não são apenas as empresas de tecnologia que estão buscando alternativas ao modelo de entregas do mercado. A Faster criou um sistema de assinaturas no qual cada marca tem direito às peças publicitárias de forma ágil e customizada.
Com a estimativa de ser 25% mais barato que as agências, a startup trabalha com entregas 24h a partir de briefings rápidos. “Com o crescimento dos canais de aquisição, as empresas precisam de muito mais designs do que precisavam no passado”, comenta Daniel Dahia, co-fundador e CRO da Faster.
As empresas, quando assinam algum dos planos da Faster, acabam por ter sistemas de créditos pré-aprovados. Todavia, em outras palavras, determinados produtos e serviços oferecidos pela startup consumem determinados número de fichas. “Com isso, a partir desse modelo, deixamos as empresas mais independentes e ágeis”, diz Vitor Filipe, CEO da startup.
A empresa é composta por aproximadamente 100 pessoas, em diferentes sistemas de trabalho, desde CLT à PJs. Por fim, Netflix, Nubank, Heineken, Nomad foram algumas das empresas que buscaram os serviços da startup.
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