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Opinião

Toda marca começa por dentro

Enquanto marcas correm para conquistar o consumidor, muitas esquecem de encantar quem está do lado de dentro. E isso não é só um erro humano — é uma falha estratégica

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2 de junho de 2025 - 12h12

Enquanto as empresas correm para conquistar o coração do consumidor, muitas esquecem de conquistar primeiro o coração de quem está do lado de dentro. É um paradoxo cruel: investe-se milhões em campanhas publicitárias para seduzir o mercado, mas pouco se investe em cultivar a cultura, o pertencimento e a alma da própria organização.

E isso é um erro estratégico — não apenas humano.

Empresas não são feitas de prédios, processos ou produtos. São feitas de pessoas. E se essas pessoas não acreditam no que fazem, não sentem orgulho do que constroem e não veem sentido no lugar onde passam grande parte da vida, o resto vira teatro corporativo. Roteiros bem escritos com plateias vazias.

A construção de marca começa de dentro para fora. Sempre.

Quando a cultura organizacional é forte, viva e coerente, ela se torna o maior ativo de reputação da empresa. Colaboradores engajados falam com verdade, não com script. Compartilham experiências reais, não postagens encomendadas. Eles se tornam os influenciadores mais autênticos que qualquer marca pode ter. E o melhor: estão ali, todos os dias, vivendo a marca na prática.

Você pode até não saber, mas sua empresa já tem centenas de vendedores. Cada colaborador é um ponto de contato da marca com o mundo. O jeito como atendem um cliente, como falam da empresa no almoço com amigos, ou como contam sua história no LinkedIn, molda a percepção da sociedade sobre a marca.

Ignorar isso é desperdiçar um exército de embaixadores em potencial.

A pergunta não é se seus colaboradores influenciam a marca.

A pergunta é: eles estão influenciando a favor ou contra?

Cultura não é um cartaz na parede com palavras como “inovação”, “respeito” e “colaboração”. Cultura é aquilo que acontece quando ninguém está olhando. É a congruência entre discurso e prática. É o senso de pertencimento que transforma metas em propósito, salário em orgulho, tarefas em missão.

E, sim, tudo isso impacta diretamente nos resultados. Pesquisas da Gallup mostram que empresas com equipes altamente engajadas são 21% mais lucrativas. Não é coincidência. É consequência.

Além disso, um estudo da Deloitte revelou que 94% dos executivos e 88% dos funcionários acreditam que uma cultura corporativa forte é essencial para o sucesso dos negócios. Ainda assim, poucos líderes olham para a cultura como um diferencial competitivo.
Marcas memoráveis são construídas por dentro.
Não basta vender. É preciso vibrar com o que se vende. E isso começa com gente. Gente que acredita, que pertence, que se conecta. Porque, no fim do dia, antes de ser cliente, todo colaborador é — ou deveria ser — o primeiro fã da marca que ajuda a construir.
Portanto, antes de perguntar “como vamos vender mais?”, talvez seja hora de perguntar: “como fazemos nossos próprios colaboradores acreditarem mais na gente?”
Você já olhou para dentro hoje?

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