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Por que o casamento entre marcas e influenciadores será para sempre?
Em painel sobre creator economy, profissionais pontuaram que empresas anunciantes não podem mais prescindir dos criadores de conteúdo para reverberar suas mensagens
Por que o casamento entre marcas e influenciadores será para sempre?
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Bárbara Sacchitiello
14 de abril de 2023 - 6h30
Não existirá mais marca sem influenciador. A frase foi dita pelo antropólogo e cofundador do Grupo Consumoteca, Michel Alcoforado, durante um painel sobre economia criativa realizado nessa quinta-feira, 13, no Rio2C.
Com a participação da médica e criadora de conteúdo Thelma Assis (vencedora do BBB 20) e Essio Floridi, diretor de vendas e operações da Samsung Ads na América Latina, o painel enveredou para a conclusão de que os trabalhos de marketing de influência não são mais adicionais e, sim, estratégias fundamentais para as marcas construírem uma relação com um consumidor que mudou muito – e que, na verdade, se importa cada vez mais com o preço e menos com as empresas de quem compra.
Esse dado, inclusive, foi citado por Alcoforado e vem de uma pesquisa feita pela própria Consumoteca com pessoas da Geração Z, de toda a América Latina. Segundo ele, um a cada quatro jovens não se importam com as marcas e nem procuram se conectar com elas.
Esse comportamento, ainda em fase de transformação, não terá mais volta, uma vez que o consumidor está mais pragmático, por conta também da aceleração do comportamento de consumo online, em que os preços – ou melhor, os descontos – acabam tendo grande influência na hora da decisão final.
E é nesse contexto de consumidores mais práticos que a figura do influenciador pode fazer a diferença. Com linhas mais tênues nas relações entre as pessoas – e sua maneira de consumir – ter uma pessoa que recomenda algum produto ou serviço, gerando confiabilidade e credibilidade, passa a ser ainda mais valioso.
“O ser humano mudou, assim como o jeito que compramos e que nos relacionamos com as marcas. Estamos ainda vivendo essa mudança. Antes, a divisão era bem clara entre quem era produtor de conteúdo, marca e consumidor. Hoje, o consumidor produz conteúdo, as marcas viraram publishers e as linha são muito tênues”, destacou Floridi, da Samsung Ads.
Como antropólogo, Alcoforado explicou que os influenciadores possuem esse poder pelo fato de as pessoas buscarem sempre um terceiro espaço de conexões. Os dois primeiros são ocupados pelas relações estabelecidas no ambiente de casa e do trabalho. “Esse terceiro espaço é onde buscamos nos identificar com os outros, expondo nosso ponto de vista e ouvindo os deles”, pontuou.
Thelma Assis é um exemplo de alguém que viu sua vida transformada pelo poder da influência – e que vem sentindo a responsabilidade de aprender a ser uma criadora de conteúdo.
Após ter sido campeã da edição de 2020 do BBB, a anestesista percebeu que seus seguidores esperavam um conteúdo. Segundo ela, foi ali que ela se deu conta de que esse novo trabalho na economia de criadores tinha de ser alicerçado em muita responsabilidade. “Se conectar com o público passa por um posicionamento forte e por entender o que as pessoas esperam. Procuro ser o mais genuína possível com meus seguidores, que esperam de mim conteúdos acadêmicos e também posicionamento em questões de empoderamento”, contou a influenciadora.
Michel Alcoforado disse, ainda, que é bem possível que todas as pessoas, de alguma maneira, se tornem influenciadores – não do tamanho e da visibilidade de Thelma, segundo ele, mas, de alguma forma, usando as redes sociais para as projeções pessoais. “Todos já viramos creators, de alguma forma. Se a pessoa não posta no LinkedIn, não arruma emprego. Se não faz uma dancinha legal no TikTok, não pega ninguém. Se não tem um feed legal no Instagram, não é visto. E cada vez mais consumiremos mais conteúdo, porque o item da distinção da sociedade moderna é o valor das nossas conversas”, analisou.
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