SXSW
Além da tecnologia: a importância do fator humano às marcas
Conectando tecnologia, emoção e comunidade: a essência do marketing moderning
Conectando tecnologia, emoção e comunidade: a essência do marketing moderning
10 de março de 2024 - 19h27
Os primeiros dias do SXSW têm sido inspiradores, marcados especialmente pelas linhas tênues que a inteligência artificial vai percorrer, bem como toda a aplicabilidade que ela pode construir com a interface humano-computador (IHC) e de como isso vai acontecer no futuro. Mas, o que mais tem me chamado atenção na edição deste ano não são as tecnologias, é o fator humano.
Como CMO, acredito firmemente na capacidade transformadora das marcas quando se aprofundam no entendimento e na valorização do fator humano. Minha experiência no SXSW deste ano reforçou essa crença, destacando-se não apenas pela inovação tecnológica, mas pela essencialidade das conexões humanas.
O encanto do storytelling, como discutido por Cheryl Miller Houser na palestra “The Science & Craft of Storytelling: How to Make People Care”, mostrou que, no meio de tanta discussão sobre tecnologia, o que conecta as pessoas ainda é a emoção. Por mais inovadora que uma marca seja, o ser humano ainda é o grande ativo que faz tudo ser construído e crescer.
O encanto do storytelling é tocar corações e mentes por meio da emoção, essência que torna uma marca memorável e autêntica. Em um mundo dominado por tecnologia, o diferencial competitivo não é mais apenas a inovação, mas a capacidade de criar um vínculo emocional com as pessoas. Essa conexão não surge de algoritmos ou dados; ela nasce da empatia, do entendimento genuíno e da comunicação de histórias que ressoam em um nível pessoal. Para mim, esse foi um dos highlights, que conversa com outra palestra que acompanhei, “From Viewers to Engaged Brand Community With Culture-Driven Content”, da Sarah Baus, gerente sênior de conteúdo e comunidade, e do Mostafa ElBermawy, fundador e CEO, ambos da NeoGood.
A construção de comunidades em torno de marcas é outro aspecto que ganha uma nova dimensão quando vista sob a perspectiva do valor humano. Como a construção de comunidades gera valor para a empresa? Muitas vezes queremos fazer investimentos baseados em performance e em ROI, mas que vislumbram no curto prazo. Comunidades não são meramente conjuntos de consumidores, elas são grupos de indivíduos unidos por valores e experiências compartilhadas. O engajamento não é um fim, mas um meio para criar um ecossistema em que cada membro se sente valorizado e compreendido. Isso transcende a ideia tradicional de ROI (sigla em inglês para Retorno de Investimentos), focando em resultados que, embora mais difíceis de medir, são mais valiosos no longo prazo. Neste cenário, os creators têm papel importante. Sejam nanos, sejam grandes, eles falam da vida como ela é, são eles mesmos, cada um com suas características, o que promove conexão com pessoas e engaja novos participantes para a comunidade.
Outro destaque do SXSW foi a conversa entre Guy Kawasaki, da Canva, e Mark Rober, da Crunch Labs, que era engenheiro da Apple. Ao sair da companhia, Rober viralizou fazendo vídeos totalmente inovadores e que saem da obviedade e, hoje, tem milhões de seguidores no YouTube. Ele pensa em inovação o tempo todo e, no papo com Kawasaki, Rober mostra como construir coisas que não existem e que fazem tocar cada indivíduo, criando, novamente, a conexão humana. Foi muito bacana entender como ele pensa e como leva de forma totalmente disruptiva ideias para tudo que encontra. É um lembrete vívido de que a inovação verdadeira começa com a curiosidade humana e a vontade de explorar o desconhecido. Por trás de cada grande invenção, há um desejo de tocar vidas e fazer conexões significativas.
O SXSW expandiu para além da tecnologia, mostrando a importância do fator humano para as marcas, primordial para quem quer criar uma conexão que seja profunda e que agregue valor para todo mundo. É ter a pessoa no centro da tomada de decisão, priorizando sua jornada e experiência em todas as etapas.
O que levo do SXSW é uma reafirmação de que, na tomada de decisões estratégicas de marketing, deve haver uma compreensão profunda do valor inestimável das relações humanas. As tecnologias virão e irão, mas as conexões que construímos, baseadas em histórias reais e empatia genuína, são as que sustentam o crescimento duradouro e significativo das marcas.
O futuro do marketing não depende apenas de nossa habilidade de adotar novas tecnologias, mas, fundamentalmente, de nossa capacidade de entender, valorizar e cultivar o elemento humano. É nessa interseção entre inovação e emoção que as marcas não apenas sobrevivem, mas prosperam. Porque, no final, é disso que tudo se trata: conexões humanas.
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