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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Kevin Bacon e missão da NASA para Lua movimentam o SXSW

Bacon relembra a experiência de gravidade zero nas filmagens de Apollo 13 e tripulação da missão Artemis II conta como será a viagem à lua


8 de março de 2025 - 6h00

Depois de atrair filas que chegaram até as escadas externas do Austin Convention Center, Kevin Bacon arrancou gargalhadas da plateia do primeiro dia do South by Souwest 2025.

Antes de falar sobre a sua nova série The Bondsman, que estreia em 3 de abril no Prime Video, na qual interpreta o caçador de recompensas Hub Halloran, o ator compartilhou experiências de sua extensa carreira em filmes, como Clube dos Cafajestes, Footloose, Sexta-feira 13 e Apollo 13.

Kevin bacon Nasa Lua

Kevin Bacon conta como passou de garçom a um ator de Hollywood (Crédito: Getty Images)

Natural de Filadélfia, na Pensilvânia, o mais novo de seis irmãos revelou que quis se tornar ator antes mesmo de saber o que a profissão significava. “Quando eu entrava em uma sala com meus familiares em uma festa, sentia esse desejo estranho, forte e ardente de que todos olhassem para mim”.

Apesar de ter feito teatro em sua terra natal, a atuação entrou de forma séria na sua vida depois do ensino médio, ao se mudar para Nova York. Nesse período, enquanto trabalhava como ajudante de garçom, Bacon se matriculou em um workshop profissional de atuação na Circle in the Square Theatre.

“Eu amava filmes, mas estava realmente mais interessado em fazer teatro”, afirmou. Apesar disso, Bacon foi encontrado pelo diretor de Clube dos Cafajestes, que estava passando pela escola atrás de “alguns novatos” e, após fazer uma careta a pedido do diretor, ganhou o papel de Chip Diller. Lançado em 1978, o filme se tornu um cult e impactou significativamente a carreira do ator.

Consequentemente, depois dessa experiência, vieram outros filmes que marcaram a carreira de Bacon, como Sexta-Feira 13, que conquistou milhares de fãs em todo o mundo. “A foto que mais autografei na vida foi de mim morto com uma flecha na garganta, jorrando sangue”, disse o ator, provocando risos na audiência.

Porém, a vida do astro mudou mesmo ao conseguir o papel de Ren McCormak, em Footloose, de 1984. Ele não sabia que era um filme sobre dança e chegou a dispensar o coreógrafo. “O roteiro não foi escrito dessa forma, não havia nenhuma indicação além de uma fala. Eu não era um dançarino treinado”, contou.

Portanto, para participar do filme, foi necessário que ele tivesse uma rotina de dança. Além disso, dublês de corpo foram usados para cenas específicas do ator no filme. A atuação de Bacon em Footloose parece ter deixado uma marca no ator, que, com frequência, é convidado para dançar.

“Meu pior pesadelo é estar em um casamento e o DJ coloca a música. As pessoas literalmente formam um círculo ao meu redor e batem palmas como se eu fosse um macaco treinado”, brincou. Convidado para fazer sessões de fotos sem camisa e posar para revistas adolescentes para promover Footloose, Bacon não queria essa imagem para si. “não queria ser um pop star”. Apesar disso, ele se orgulha do filme.

Experiência extraterrestre

Além de praticar suas habilidades de dança, ao longo da carreira Bacon também passou por experiências extraterrestres ao filmar as cenas de gravidade zero de Apollo 13, gravadas em uma aeronave KC-135, também conhecida como “vomit comet” (cometa do vômito, em português), usada pela Nasa simular a ausência de gravidade e treinar astronautas.

Com isso, os atores do filme tiveram que passar por um treinamento para se preparar para os desafios de atuar em gravidade zero. Bacon revelou que gravaram 600 vezes dentro desse ambiente, que simulava a real experiência dos astronautas no espaço. “Quando nos veem flutuando no filme, realmente estamos flutuando”, enfatizou.

Da Lua para Marte

Verdadeiros astronautas da Nasa também foram destaque na programação do primeiro dia do SXSW. Jeremy Hansen, Christina Koch, Reid Wiseman arrastaram multidões de pessoas ao Ballroom EF no Austin Convention Center para falar sobre a missão Artemis II da Nasa, primeiro passo da campanha Artemis para levar humanos a Marte.

Astronautas da Artemis II da NASA estiveram no palco do SXSW 2025 (Crédito: Reprodução/YouTube)

Em abril de 2026, os três astronautas, acompanhados pelo piloto Victor Glover, estarão a bordo do foguete Space Launch System (SLS) e da nave espacial Orion, na primeira missão tripulada da Nasa, com o objetivo de estabelecer uma permanência de longo prazo na Lua.

Com duração de nove dias e cobrindo cerca de 650 mil milhas, a missão testará as capacidades fundamentais de exploração do espaço, incluindo um sobrevoo lunar, para testar sistemas e se preparar para futuras missões em Marte, além da realização de pesquisas científicas.

“É objetivo da Nasa colocar os humanos em Marte. Estamos trabalhando na Estação Espacial Internacional nos últimos 25 anos, sabemos como viver e trabalhar fora do nosso planeta, e agora vamos extrapolar esse conhecimento para a Lua e, em seguida, vamos avançar para Marte”, disse Wiseman.

Além de chegar à Lua, a missão tem três propósitos, segundo Hansen: inspiração, capacidade e colaboração. “Precisamos de muito mais capacidade se realmente quisermos chegar a Marte”, afirmou.

O astronauta explicou que, a atualmente, há parceiros comerciais colaborando com a Nasa para desenvolver tecnologias inovadoras e soluções para a exploração espacial, aprimorando as capacidades das missões. “O espaço mudou. Não são mais apenas os governos que fazem isso. Estamos trabalhando juntos para criar capacidade, inventar ou reinventar como fazemos a indústria, como a indústria pode evoluir e inovar para atender às necessidades dessas novas capacidades”, completou.

O ano de 1972 foi a última vez que um homem foi à Lua, na missão Apollo 17. A missão Artemis II, no entanto, quer levar a primeira astronauta mulher, Christina Koch, e o primeiro afrodescendente, Victor Glover, para o satélite. A primeira fase da campanha sem tripulação aconteceu em 2023, que enviou a cápsula Orion da NASA a uma viagem de 2,25 milhões de quilômetros para uma volta na Lua.

Entre os maiores desafios para chegar a Marte estão a radiação e a falta de capacidade confiável de geração de alimentos no espaço. “Não há razão teórica pela qual não possamos ir a Marte. Só precisamos encontrar algumas dessas soluções de engenharia”, explicou Christina.

De surpresa, Glover, que não estava presencialmente no painel, deixou um vídeo à plateia no qual convocou os participantes do festival para uma competição para desenhar a mascote de indicador de gravidade zero (ZGI) da missão.

Essas mascotes são pequenos itens carregados a bordo, que indicam visualmente quando a nave atingiu a ausência de peso da microgravidade, ou seja, alcançou o espaço. A mascote voará a bordo da Orion com a tripulação do Artemis II, e o dono do projeto vencedor levará para casa US$ 1.225.

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