“Reinvenção é o que nos manteve vivos”, diz Hugh Forrest sobre mudança do SXSW

Isabella Lessa
7 de março de 2025 - 20h58

Embora já anunciada há bastante tempo, a reforma do Austin Convention Center pegou muita gente de surpresa na manhã desta sexta-feira, 7.

Durante as “opening remarks”, um misto de boas-vindas com resumos das principais atrações do evento e recomendações gerais, Hugh Forrest, chief programming officer do South by Southwest (SXSW), comunicou o fato à plateia do Balroom D, principal sala de conferência do Convention Center.

“Já que estamos falando de logística, deixa eu gastar alguns minutos falando sobre o elefante na sala: para aqueles que não sabem, uma vez concluído o South by Southwest 2025, esse prédio vai embora”, disse Forrest, sob um coro de “oohs” e “uaus” do público.

Mais interjeições de surpresa tomaram conta do ambiente quando ele acrescentou que, depois da demolição do prédio em abril, será iniciada uma reforma que deverá durar três anos ou mais. A intenção é criar um local duas vezes maior que o original, que seja mais acessível, sustentável e conectado aos bairros ao redor. O projeto é um investimento de US$ 1,6 bilhão.

“Esse será um desafio enorme para nós, mas também apresenta oportunidades tremendas para o South by Southwest se reinventar. Nos reinventar é o que temos feito nos últimos 30 anos. Reinvenção é o que nos manteve vivos, o que nos ajudou a sobreviver, o que nos fez prosperar”, declarou o executivo.

Ele acrescentou, ainda, que o evento nunca foi sobre prédio, arquitetura ou questão imobiliária, mas sobre pessoas. Dito isso, a organização do evento tem feito muitas sessões de brainstorming para imaginar como serão as próximas edições do SXSW sem o Convention Center.

Hoje, embora as principais sessões do evento ocorram no edifício fundado em 1992 (quando o festival estava em sua sexta edição), boa parte do conteúdo acontece em hotéis próximos. Claramente, a descentralização será ainda mais acentuada nos anos por vir.

O real elefante na sala

Dada a notícia sobre a mudança futura, Forrest falou que o real elefante na sala é o fato de “estes serem tempos interessantes para se viver nos Estados Unidos”, em uma discreta referência ao mandato de Trump no país.

“Esses tempos interessantes não mudam o que somos como South by Southwest. Aliás, esses tempos interessantes tornam o SXSW e outros eventos similares mais importantes do que nunca”, declarou.

Segundo o chief programming officer, celebrar o poder da criatividade humana e da reunião presencial entre diversas comunidades ganha ainda mais importância no conetxto atual.