SXSW dá um autêntico show de informação e sinergia
O SXSW oferece novas formas de elaborar ideias e pensamentos a partir de depoimentos das mentes mais brilhantes do nosso ecossistema. Que experiência rica!
O SXSW oferece novas formas de elaborar ideias e pensamentos a partir de depoimentos das mentes mais brilhantes do nosso ecossistema. Que experiência rica!
17 de março de 2023 - 10h23
Tudo o que aconteceu neste SXSW foi absolutamente especial. Estive em painéis riquíssimos, voltados ao tipo de debate que elimina a miopia para que possamos ver melhor, entender mais e atuar de forma mais consistente em um universo que não para de se transformar. E todos os setores da indústria estão envolvidos nisso, a indústria automobilística, com as novidades apresentadas sobre veículos elétricos, as empresas voltadas ao saneamento básico, ou os desenvolvedores do metaverso. Essas palestras mostraram que o mundo adquiriu uma condição de transversalidade onde sempre haverá uma intersecção para unir processos que pareciam distantes.
Por isso, a singularidade de cada projeto é uma condição a ser decodificada para que possamos impulsionar a inovação de maneira consistente e eficaz. Esse debate é aquele que escancara os desafios permanentes que enfrentamos no dia a dia, e que mudam em velocidade espantosa. Se há algo em comum em praticamente todos, é a necessidade de olhar o futuro com dados acionáveis de maneira a criar uma gestão eficiente. O SXSW oferece novas formas de elaborar ideias e pensamentos através de depoimentos de mentes brilhantes.
Em resumo, vivemos um mundo em transformação. Exemplo clássico são os hábitos de consumo transformados pelo uso da tecnologia, e como isso fez com que o marketing se transformasse em um organismo vivo em constante transformação na luta para manter-se no topo com ações que sejam eficientes e façam a sua marca crescer. Na palestra de Ethan Decker, intitulada The Laws and Levers of Brand Science (As leis e as alavancas da ciência da marca), ele diz que “Em alguns segmentos não faz sentido desenvolver uma conexão intensa com o consumidor, simplesmente porque as pessoas não se importam com a forma como uma marca de papel higiênico, por exemplo, atua nas mídias sociais ou qual pode ser o propósito de sua marca”.
Segundo ele, o comprador mediano é preguiçoso demais para se deparar com questionamentos difíceis e complicados que sirvam de base às suas decisões. “É preciso entender quais as perguntas que esses consumidores fazem a si próprios na hora da compra. Isso porque a quando se pensa em crescimento, a penetração no mercado chega a ser 15 vezes mais importante do que a frequência de compra”, é bom ouvir umas verdades, não é? Por exemplo, Dan Cullen-Shute, CEO da Creature London nos apresentou um olhar crítico sobre como a publicidade se transformou para alcançar prêmios.
“Ao observarmos os premiados com o Leão de Cannes, notaremos que 90% deles foram criados para ganhar o Leão de Cannes. Dirigidos para esse fim. Ok, não há nada de errado em desenvolver um criativo para esse fim, desde que essas grandes ideias alcancem um público mais amplo e não apenas os iniciados. Caso contrário, não estarão ligados a uma estratégia de mídia que realmente funcione”, explica.
Ele aponta para o caminho a ser perseguido que é deixar a indústria da publicidade sempre melhor do que a encontramos “Voltemos a fazer com que as pessoas sorriam, criemos coisas épicas, ou ridículas, se for apropriado. Vamos colocar o coração no que fazemos e amamos que é criar coisas incríveis que fazem as marcas crescerem para que toquem os corações de nossos públicos. E que o prêmio seja uma consequência disso, não o principal KPI.”
Em outra seção sensacional, Conny Braams da Unilever, abordou as tendências atuais e os desenvolvimentos nas estratégias de marketing. Ela afirmou que “o caminho é uma maior integração entre marca, desempenho e vendas. Enfrentar o desafio de combinar a construção de marcas e, ao mesmo tempo, impulsionar a conversão foi a tarefa número um para marqueteiros e agências. A estrutura interna da Unilever já reflete isso com uma combinação de equipes anteriormente separadas, agora todas trabalhando juntas para o objetivo comum, indo até o ajuste do design do produto para esta nova realidade.”
Ela também pontuou que para a Unilever, a mídia de varejo é uma ferramenta perfeita para controlar “a última milha” na loja onde decisões de compra realmente são tomadas. “O varejo digital e a mídia varejista permitem que as marcas assumam muito mais controle neste ponto. As interações com os consumidores não devem ser puramente transacionais, mas criativas e divertidas e que as marcas tenham acesso aos dados gerados. Mais uma vez, a convergência é fundamental para o marketing futuro.”
Ter acesso aos dados, neste caso, é sobre o desempenho dos criativos nas diferentes redes sociais para que as campanhas possam ser melhor estruturadas. Não se trata de dados pessoais. Tema que também foi abordado em outros painéis, com o fim dos cookies sendo considerado um ponto decisório para que as marcas assumam de fato em uma gestão data-driven e entendam como seus criativos podem alcançar melhores resultados, independentes de cookies. E assim se chega à IA, que oferece todo esse processo onde dados de análise das peças e de seus desempenhos são transformados em insights criativos acionáveis, gerando criativos inteligentes.
A Inteligência Artificial esteve literalmente em todos os cantos. Dominou os palcos e as conversas de café. Falou-se muito de Inteligência generativa, Web3, e até mesmo metaverso. Mas sempre tendo a Inteligência Artificial como principal abordagem do tema, até mesmo quando se falou em substituir a mão de obra humana. John Maeda, VP de Design da Microsoft pensa diferente: “Você precisa pensar em usar a IA a seu favor para executar tarefas que não gosta. Isso fará com que tenha mais tempo para aquilo que realmente ama. Antes de serem uma ameaça a milhares de empregos, o que ela é de fato é uma ferramenta útil no trabalho”.
Em breve estaremos no Web Summit discutindo esses e outros temas. Mas é exatamente essa energia que transforma a nossa atuação cotidiana. Chegar no trabalho com essas informações e como reiniciar a leitura para obter uma nova interpretação, mais lúcida, mais clara, sem imagens embaçadas pela miopia. E quero estar ao seu lado debatendo, discutindo e servindo como diapasão para o que se passa nas mentes brilhantes dos principais gestores de marketing do Brasil. Estou pronto para isso e conto com você para essa partilha de conhecimento.
Até já.
Compartilhe
Veja também
SXSW confirma Arvind Krishna, CEO da IBM, como primeiro keynote
Além do executivo da big tech, festival confirma nomes já veteranos da programação, como Amy Gallo e Rohit Bhargva
SXSW 2025 anuncia mais de 450 sessões
Pertencimento e conexão humana estão entre os principais temas da programação do evento, que conta com 23 trilhas de conteúdo