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Brasil deve liderar mercado regional da menopausa até 2030

Estudo aponta crescimento da economia climatérica, com potencial de movimentar mais de US$ 527 milhões no período

i 23 de julho de 2025 - 17h15

(Crédito: Shutterstock)

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Com crescimento acelerado, o mercado da chamada economia climatérica já movimenta mais de US$ 384 milhões no Brasil e deve ultrapassar US$ 527 milhões até 2030. É o que aponta o novo relatório do hub de inteligência data8 em parceria com a startup NoPausa, “Economia Climatérica”, que revela a força do país como liderança regional em um setor ainda cercado de tabus, desinformação médica e oportunidades econômicas.

De acordo com o estudo, o Brasil, que já é líder entre os países da América Latina nesse mercado emergente de soluções voltadas à menopausa, perimenopausa e pós-menopausa, seguirá como protagonista regional até 2030.

A liderança do país será impulsionada, segundo o levantamento, por mudanças no comportamento das consumidoras e pela crescente valorização da saúde feminina madura. Globalmente, o mercado da menopausa deve atingir a marca de US$ 60 bilhões até 2026.

Falta de informação e negligência médica

Apesar desse avanço, o relatório expõe um cenário preocupante: 57% das mulheres brasileiras com útero e mais de 50 anos não sabem o que é climatério, e 77% ainda associam a menopausa à perda de vitalidade ou à finitude.

Na área médica, a lacuna é igualmente expressiva. Apenas 20% dos ginecologistas no país têm formação específica sobre o tema, o que contribui para diagnósticos errados, tratamentos ineficazes e um custo médio de até US$ 20 mil por mulher nessa fase da vida.

Futuro promissor

Mesmo diante desses desafios, há sinais de mudança. O estudo mostra que 67% das mulheres maduras no Brasil realizam check-ups anuais, 46% tomam vitaminas específicas para a faixa etária e 39% seguem dietas balanceadas.

Esse novo perfil de consumo tem acelerado setores como suplementação, cosméticos, dispositivos de saúde íntima e tecnologia vestível. Casos de marcas como Kindra, Womaness, Vichy, Joylux, Embr Wave e Peri revelam o potencial de inovação do setor, seja de skincare e nutricosméticos a sensores corporais que monitoram sintomas em tempo real.

Segundo o data8, o envelhecimento feminino precisa ser reconhecido como diverso, potente e economicamente estratégico. Para a sócia-fundadora Adriana de Queiroz, coordenadora do relatório, esse novo olhar é também uma forma de combater o etarismo.

“Essa é uma fase da vida que afeta bilhões de pessoas no mundo, mas ainda cercada de tabus e negligência médica. O relatório mostra que existe uma grande oportunidade de inovação, acolhimento e impacto econômico a partir dessa agenda”, afirma.

Nos Estados Unidos, os mercados de menopausa e de gravidez já superam todos os demais da saúde feminina. Na América Latina, o Brasil deve liderar essa revolução até o fim da década.