Merck lança campanha sobre maternidade planejada
Iniciativa foca em pesquisa e relatos reais para incentivar conversas sobre planejamento reprodutivo no Brasil

Maternidade consciente e planejamento reprodutivo são destaque em nova campanha da Merck (Crédito: Divulgação)
A Merck, empresa de ciência e tecnologia, acaba de lançar uma campanha nacional de conscientização sobre o poder de escolha da maternidade e a importância do planejamento reprodutivo. A iniciativa busca estimular conversas abertas sobre fertilidade entre casais, amigos, familiares e profissionais de saúde. De acordo com a companhia, o assunto ainda é raro no país, visto que, por tradição, o foco costuma ser apenas na prevenção da gravidez.
Criada pelas agências Casa Letra e DLion a partir dos resultados de uma pesquisa encomendada ao IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), a ação revela que 58% das brasileiras não conhecem métodos de preservação da fertilidade e apenas 5% já abordaram o tema com um médico.
Além do estudo, que mostra a necessidade do debate em torno do assunto, a campanha adota um formato documental e traz conversas reais entre mães e filhas, amigas e casais hétero e homoafetivos, que, até então, não haviam discutido o tema em profundidade.
Relatos reais
Com direção de fotografia intimista, a série audiovisual aborda temas como reserva ovariana, endometriose, congelamento de óvulos e menopausa, além dos desafios enfrentados por casais LGBTQIAPN+ no acesso à reprodução assistida.
Os episódios revelam dúvidas, medos e emoções que refletem a experiência de milhares de brasileiros diante do planejamento reprodutivo, muitas vezes silenciado dentro das próprias famílias. Os dilemas da escolha de ser mãe ou não, o impacto da carreira nos planos familiares, a pressão do relógio biológico, a perspectiva masculina e os desafios enfrentados por mulheres com endometriose, Síndrome do Ovário Policístico (SOP) ou em menopausa precoce são algumas das vivências relatadas.
“A campanha parte de uma provocação: afinal, quando é cedo demais para pensar sobre o tema? E, mais importante, por que não falamos sobre isso antes, justamente quando educamos os jovens a evitar uma gestação, já que os temas são relacionados?”, analisa Juliana Stevanato, gerente médica da Merck para Fertilidade. “O planejamento reprodutivo e a preservação da fertilidade devem ser entendidos como pilares integrais da saúde de homens e mulheres. Por isso, queremos incentivar conversas precoces e exames preventivos.”
Entre esses exames, destaca-se o antimulleriano (AMH), que avalia a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos disponíveis nos ovários, por meio da dosagem de hormônio no sangue. Segundo Juliana, esse indicador pode ajudar mulheres a entenderem melhor suas possibilidades reprodutivas, especialmente após os 35 anos, quando a quantidade de óvulos tende a cair de forma mais acentuada. Condições como endometriose, SOP e menopausa precoce também podem comprometer a fertilidade, tornando o diagnóstico precoce essencial.
Entre escolhas e incertezas
A campanha traz diferentes recortes para ilustrar a complexidade do tema. Em um dos vídeos, mãe e filha discutem os impactos da endometriose, expondo dúvidas sobre o desejo e o momento certo para ter filhos. Em outro, amigas dividem inseguranças sobre conciliar maternidade com carreira, viagens e projetos pessoais.
Já entre casais, o foco recai sobre o peso do relógio biológico, que, embora mais cobrado das mulheres, também afeta os homens. Segundo a OMS, um terço dos casos de infertilidade tem origem masculina, um terço feminina, e o restante está ligado a fatores combinados ou desconhecidos.
Para Raquel Soriano, head de comunicação da Merck no Brasil, a campanha é um convite à autonomia. “Desde muito cedo, somos ensinadas a evitar uma gravidez, mas nem sempre a planejar para termos escolhas futuras. A campanha é um convite para que possamos conhecer mais sobre nosso próprio corpo, conversar com as pessoas importantes na nossa história e refletir sobre o futuro com liberdade.”
Além da série documental, a ação terá desdobramentos nas redes sociais, materiais educativos e o site oficial da campanha.