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Marketing de Influência: como precificar o trabalho dos creators?

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Opinião

Marketing de Influência: como precificar o trabalho dos creators?

Embora os criadores de conteúdo contem com métricas que auxiliam nesse sistema, o trabalho pela produção de um reels, stories ou post no feed envolve etapas que ficam no backstage das redes sociais


15 de março de 2023 - 16h33

Crédito: DC Studio/Shutterstock

Precificar o trabalho de um criador de conteúdo pode ser complicado. Embora os profissionais contem, atualmente, com métricas que auxiliam neste sistema, o trabalho pela produção de um reels, stories ou determinada publicação no feed, por exemplo, envolve diversas etapas trabalhosas que ficam no backstage das publicações nas redes sociais. Ou seja, pensar em um roteiro que engaje a audiência do perfil/canal, conferir o melhor ângulo para iluminação, editar o material bruto gravado, além de todo o processo criativo, são etapas que não conseguimos mensurar avaliando apenas métricas. Pois, todos esses elementos contribuem e devem ser levados em consideração na hora de estabelecer o valor final.  

De acordo com um levantamento realizado pela consultoria SignalFire, existem mais de 50 milhões de criadores de conteúdo no mundo – no entanto, apenas dois milhões atuam profissionalmente na área. Além disso, uma outra pesquisa, desta vez realizada pela agência Brunch e pela consultoria YOUPIX, mostra que, em 2022, 34,6% dos produtores de conteúdo no Brasil viveram exclusivamente da renda deste trabalho. Vale lembrar que por aqui, a profissão de criador de conteúdo só foi regulamentada pelo Ministério do Trabalho no ano passado.  

O estigma sobre o tema entre os creators, que pouco falam sobre os valores, prejudica a todos. Isso porque, não há parâmetros estabelecidos no mercado e, assim, fica difícil para profissionais, agências e marcas planejarem as suas campanhas. Sabemos que estabelecer o valor da influência de um criador não é fácil, mas ajudaria se falássemos abertamente sobre dinheiro.  

Além disso, para auxiliar neste momento é preciso pensar no quanto o conteúdo é relevante para os canais do influenciador e para os seus seguidores. O profissional, antes de tudo, precisa compreender qual é o trabalho que ele desenvolve e o quanto isso pode ser relevante para quem acompanha o perfil. É preciso entender que o criador também tem o valor da sua imagem. É necessário também calcular quanto tempo será gasto testando o produto, quando for o caso. Além de como ele irá se encaixar nos conteúdos e no formato de diálogo que mantém com sua audiência. Por isso, é preciso investir tempo calculando o valor do impacto desta parceria para a marca e para a sua comunidade nas redes sociais.  

O relatório “O Marketing de Influência no Brasil”, realizada pela Influency.me, em 2022, apontou que 21% dos criadores afirmaram não saber precificar o próprio trabalho, 18% estabelecem os valores com base no número de seguidores, 11% se baseiam em números aleatórios, 20% estabelecem de acordo com a marca que irá realizar a campanha e 29% definem por meio das visualizações alcançadas pelo perfil. 

Para resolver essa questão os profissionais precisam, na hora da precificação, olhar para além dos números e métricas alcançadas. É preciso, por exemplo, levar em consideração sua autoridade no nicho de atuação e o fit cultural de sua comunidade com a marca ou produto a ser divulgado. Além disso, também entra na conta o processo criativo quando o creator participa da construção do projeto, se o conteúdo será postado também nos canais da marca (collab), se terá impulsionamento de mídia sobre esse criativo, o uso da imagem do profissional com exclusividade no segmento por um período determinado e se haverá deslocamento, tudo isso além do impacto da divulgação nos canais do profissional. Essa é uma base do que deve ser considerado na precificação.   

Por fim, não podemos nos esquecer da negociação. Nesta fase, se o creator não tiver seus parâmetros pré-estabelecidos, poderá ocorrer do desconto ser muito maior do que o necessário e com isso ele sair perdendo no valor final. Mas parcerias de longo prazo com marcas compensam por serem negociações mais vantajosas, além do combinado ficar bom para ambos, a audiência é beneficiada com mensagens passadas de formas mais suaves, porém frequentes, reforçando o posicionamento desejado. 

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