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Os próximos passos do metaverso nos games já começaram

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Opinião

Os próximos passos do metaverso nos games já começaram

Vamos planejar a presença das marcas no metaverso assim como hoje planejamos a presença digital de uma marca, escolhendo em quais redes atuar, como e por quê


15 de agosto de 2022 - 10h53

The Sandbox funciona na blockchain e te dá a possibilidade de comprar uma “land” (sim, uma espécie de terra) e transformar isso em um business (Crédito: Divulgação)

Sabemos que os games são a principal manifestação do metaverso que temos hoje. Por sua capacidade de reunir pessoas em uma dimensão própria e proporcionar interatividade e compartilhamento de experiências simultâneas únicas, eles têm nos dado um gostinho do que a ideia de metaverso promete.

E, novamente, eles estão se preparando para a próxima fase do metaverso.

Vou listar aqui 3 games – ou melhor, plataformas – para ficar de olho:

 

1. Fortnite e sua plataforma aberta para creators

O Fortnite abriu os olhos do mundo para o potencial de experiência do game por meio de shows como de Travis Scott, Ariana Grande e do brasileiro Emicida. E ele não vai parar por aí.

Tim Sweeney, ninguém menos que o CEO da Epic Games, já disse que o Fortnite vai deixar de ser um game para se transformar numa plataforma. E esse movimento já começou. Recentemente, a Epic abriu sua plataforma para creators e desenvolvedores usarem o modo criativo do jogo e toda a sua tecnologia para dar vida a mapas e mundos próprios, com a possibilidade de receberem uma porcentagem de lucro obtido com cada mapa.

Isso quer dizer que vamos ver todo o potencial do Fortnite como plataforma ganhar vida na mão de desenvolvedores do mundo inteiro. O jogo será cada vez mais um ponto de partida para algo maior. Será um começo, e não mais o fim em si.

Para marcas, isso traz inúmeras oportunidades. Tanto de se unir a um desses creators para criar uma experiência ultra interativa da marca para o consumidor, quanto de identificar alguma ilha criativa já existente e anunciar nela.

Os brasileiros da Pixel Hunters já saíram na frente nessa. O mais recente mapa criado pela galera daqui foi destaque no perfil global de Fortnite: aqui.

 

2. Zepeto e o game que não se define como um game

O segundo metaverso para ficar de olho é o Zepeto. Com redes sociais recém lançadas no país, o game está reforçando seu trabalho com a comunidade brasileira e investindo em atrair ainda mais jogadores para a plataforma no país.

Tendo um approach diferente do Fortnite, o jogo se define como algo muito além de um game somente. Por todo o seu potencial, ele inclusive está mais próximo de uma rede social propriamente dita. Lá fora, também é chamado de “avatar-based social network” (“rede social baseada em avatares”, em tradução livre). E tudo começa mesmo a partir do seu avatar. Você entra na plataforma e tem a possibilidade de construir um com inúmeras possibilidades de personalização. E, partindo dele, você tem acesso a várias experiências imersivas no jogo, interatividade com outros jogadores, acesso a ambientes exclusivos e add-ons para turbiná-lo. Você tem ainda a possibilidade de ter sua própria rede social dentro do game, adicionar amigos, gerar conteúdo para seu feed e exportar tudo para as redes sociais fora do Zepeto. Então, se o seu avatar in game fizer uma dancinha, você pode compartilhar no seu perfil no TikTok, e assim por diante.

O Zepeto também permite aos jogadores e desenvolvedores a criação de experiências imersivas dentro do game, tornando o jogo um palco para infinitas possibilidades interativas entre as pessoas.

Para as marcas, as possibilidades também são inúmeras: desde lançar linhas de roupa branded, como a própria Gucci já fez, até criar espaços e lojas conceito dentro do game, patrocinar alguns dos mapas imersivos, entre outros.

O Zepeto tem a ambição de ser mais uma rede social que pode substituir todas as outras. Então vale ficar de olho, pois a marca está apenas começando aqui no Brasil e tem muito espaço para crescer.

 

3. The Sandbox e a promessa de um metaverso descentralizado

Uma outra plataforma promissora é a Sandbox. Ela funciona na blockchain e te dá a possibilidade de comprar uma “land” (sim, uma espécie de terra) e transformar isso num business. Como dono da “land”, a plataforma te oferece possibilidades criativas ilimitadas. Você pode usar a sua “land” do jeito que a sua criatividade permitir. Criar um jogo, galeria de arte visual, ambientes para reuniões virtuais, construir uma experiência interativa, convidar outras pessoas para conhecerem sua “land”, vendê-la ou mesmo alugar o espaço. E ainda te dá a possibilidade de transformar suas criações em NFTs e comercializá-las. No Sandbox, a sua criatividade pode, literalmente, virar um negócio.

E isso abre espaço para que existam profissões dentro desse metaverso. Para se criar experiências e construções em cada “land”, serão necessários arquitetos, gamer designers e desenvolvedores, por exemplo, que dominem a plataforma e que tenham criatividade para transformar as oportunidades em experiências dentro da Sandbox.

As possibilidades são realmente ilimitadas no jogo. No mundo inteiro, temos várias marcas e personalidades que já garantiram as suas “land” e já estão operando nelas.

A Warner Music, por exemplo, tem uma “land” onde desenvolverá experiências únicas musicais para conectar os artistas e o público de formas sensoriais.

A Adidas, como parte de seu esforço de dominar o metaverso antes da concorrente, comprou seu terreno na Sandbox e já lançou junto uma coleção de NFTs especiais, chamadas “Into the Metaverse” (“dentro do metaverso”, em tradução livre.

Até mesmo o rapper Snopp Dogg está na Sandbox. Sua coleção de NFTs dá aos holders a possibilidade de entrar no espaço do artista no metaverso. Então a Sandbox se tornou mais um meio para o artista se conectar com sua comunidade e construir valor para os holders de seu NFT.

Esses são apenas alguns dos metaversos que vão moldar o próximo capítulo dessas plataformas no Brasil. Com diferentes plataformas coexistindo, cada uma com suas particularidades e possibilidades, veremos surgir no curto e médio prazo a necessidade de realizar estratégias de metaverso para as marcas. Vamos planejar a presença delas no metaverso assim como hoje planejamos a presença digital de uma marca, escolhendo em quais redes atuar, como e por quê.

Diante de tantas possibilidades, a maior certeza que nós temos é a de que estamos construindo juntos esse futuro: as publishers, as marcas, nós – publicitários – e, claro, os gamers.

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