O que se sabe sobre a premiação de mulheres no esporte?

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Opinião

O que se sabe sobre a premiação de mulheres no esporte?

Elas têm alcançado conquistas incríveis em diversas modalidades, mas a presença feminina ainda é subvalorizada nesse cenário


16 de outubro de 2023 - 6h10

(Crédito: andrew_rybalko/Adobe Stock)

As mulheres têm alcançado conquistas incríveis no mundo dos esportes, destacando-se em diversas modalidades e demonstrando seu talento e dedicação. Entretanto, é inegável que a presença feminina ainda é sub-representada e subvalorizada nesse cenário, principalmente quando se trata das premiações. No Brasil, o contexto não é diferente, o que prejudica o reconhecimento e a valorização do nosso trabalho. Por isso, na coluna de hoje, vamos tratar um pouco dessa problemática, suas causas e possíveis soluções para tornar o mercado de esportes mais justo e igualitário.

Tudo bem, mas de onde vem isso? 

A discrepância nas premiações entre homens e mulheres no mercado de esportes não é nada nova e é um fenômeno que merece atenção. Ao analisar eventos esportivos, como premiações anuais ou torneios de grande visibilidade, fica evidente a falta de equidade na distribuição de prêmios entre gêneros. Enquanto os homens são frequentemente recompensados com altos valores em dinheiro, troféus e contratos de patrocínio, as mulheres enfrentam dificuldades para conquistar o mesmo status e reconhecimento.

E existem diversas razões que contribuem para essa preterição das mulheres em premiações no mercado de esportes no Brasil. Uma delas é a falta de investimento e infraestrutura adequada para o desenvolvimento de modalidades femininas, resultando em menos visibilidade e oportunidades para as atletas. Além disso, existe uma cultura arraigada de machismo e estereótipos de gênero que permeiam o ambiente esportivo, dificultando o avanço das mulheres em posições de destaque e comprometendo sua valorização e visibilidade.

Os dados mostram que os homens têm 28% mais chances de praticar esportes do que as mulheres, e um dos impactos disso é o fato de prejudicar a autoestima e a motivação das atletas, além de desencorajar a próxima geração de mulheres a seguir carreiras esportivas. A falta de reconhecimento e valorização também limita as oportunidades de patrocínio e investimento nas modalidades femininas, perpetuando um ciclo de desigualdade e desvantagem.

Ok, sabemos que existem muitos problemas, mas quais são as possíveis soluções? 

Penso que é imprescindível tomar medidas para corrigir essa desigualdade e promover a igualdade de gênero nas premiações esportivas no Brasil. Primeiramente, é necessário aumentar o investimento no desenvolvimento do esporte feminino, proporcionando mais visibilidade e recursos para as atletas. Também é fundamental estabelecer políticas que garantam a igualdade de oportunidades e a distribuição justa de prêmios em todos os eventos esportivos. A conscientização e a educação também desempenham um papel crucial na mudança de mentalidades e na desconstrução de estereótipos de gênero.

A preterição das mulheres em premiações no mercado de esportes no Brasil é uma realidade preocupante que precisa ser enfrentada e superada. O reconhecimento e a valorização das conquistas femininas no esporte são essenciais para a promoção da igualdade de gênero e para incentivar novas gerações de atletas. Somente por meio de um esforço conjunto, que envolva instituições, patrocinadores, mídia e a sociedade em geral, poderemos criar um ambiente esportivo mais inclusivo e justo, onde as mulheres sejam devidamente celebradas e premiadas por seu talento e dedicação.

Por tudo isso, deixo aqui a pergunta: ano que vem, com as Olimpíadas, teremos mudanças relevantes nas premiações? Teremos equidade? Antes de responder essa pergunta, quero contar que me sinto representada como mulher ao ter a NWB, empresa onde atuo na diretoria das operações, como indicada ao Prêmio Caboré, o Oscar da publicidade brasileira. Voltando à resposta, a boa notícia é que sim! O COB já havia anunciado que os valores das premiações de atletas individuais não terão distinção entre homens e mulheres. Claro que isso está previsto na Lei Geral do Esporte (LGE – LEI14.597) sancionada em julho. Além disso, o evento, que será sediado em Paris, terá como prioridade o tema da equidade e, pela primeira vez, haverá paridade no número de atletas: serão 5.250 homens e 5.250 mulheres. 

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