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O efeito Trump nas gigantes de tecnologia

Apple, Google, Microsoft e Netflix temem perder funcionários


30 de janeiro de 2017 - 11h03

(Crédito: Drew Angerer-Getty Images)

As primeiras medidas tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às políticas de imigração no país mexeram com os ânimos dos líderes de algumas das maiores empresas de tecnologia no mundo. Formadas por um grande número de funcionários oriundos de diversas partes do planeta – e com atuação em vários países, o que exige um fluxo contínuo de entrada e saída do país – essas empresas viram-se diante da ameaça de uma crise de produção e do desenvolvimento de serviços por conta da possível perda de parte importante de sua mão-de-obra.

Ao longo do final de semana, CEO’s e presidentes de companhias como Apple, Airbnb, Facebook, Microsoft, Google, Netflix e outras criticaram diretamente as medidas tomadas por Trump, sobretudo em relação ao veto da entrada de pessoas de sete nacionalidades nos Estados Unidos.

Na sexta-feira, 27, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, usou seu próprio perfil na rede social para demonstrar preocupação sobre as decisões de Trump. Com referências à ascendência de sua família, Zuckerberg citou seus bisavós e os familiares de sua esposa (de origem chinesa e vietnamita) para exemplificar que os Estados Unidos foi construído com a força de trabalho de pessoas de todo o planeta e que isso deveria continuar sendo motivo de orgulho.

 

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Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, usou seu próprio perfil na rede social para demonstrar preocupação sobre as decisões de Trump

O presidente dos Estados Unidos suspendeu o programa de recebimento de refugiados no pais pelo prazo inicial de 120 dias. Além disso, impediu a entrada, por 90 dias, de pessoas nascidas no Iraque, Iêmen, Síria, Irã, Sudão, Líbia e Somália. De início, a medida valia, inclusive, para quem possui green card, documento que libera a residência em solo norte-americano. No entanto, no sábado, 28, a juíza federal Ann Donnely, acatou um pedido da União Americana pelas Liberdades Civis e suspendeu a deportação de refugiados e de imigrantes que tenham vistos válidos.

Mão de obra em risco
O Google também manifestou sua indignação em relação às novas medidas de imigração do governo norte-americano. De acordo com a Bloomberg News, o CEO da Alphabet (proprietária da companha), Sundar Pichai, declarou que mais de cem colaboradores da empresa poderiam ser afetados com os vetos de entrada ao país. A companhia fez um pedido para que os funcionários dos Estados Unidos que estejam fora em viagens internacionais retornem ao país. Em comunicado, Pichai disse que o Google está seriamente preocupado com o impacto que as medidas possam causas aos seus funcionários e familiares e também para a chegada de talentos ao mercado norte-americano.

A Microsoft também está preocupada com a possível baixa no recrutamento de talentos internacionais que as medidas de Trump podem causar. No fim de semana, o presidente da empresa, Brad Smith, encaminhou mensagens para investidores para alertar que a restrição à entrada de talentos internacionais poderia prejudicar a capacidade produtiva da companhia. Smith ainda disse que a companhia é a favor da construção de uma política de oportunidades para os estrangeiros que desejam trabalhar e viver nos Estados Unidos em situação regular. Mais de 70 colaboradores da Microsoft no mercado norte-americano poderiam ser afetados.

“Uma semana muito triste”. Foi dessa maneira que o CEO da Netflix, Reed Hastings, classificou os primeiros sete dias de governo de Donald Trump. Em post no Facebook, o executivo disse que as ações do presidente estão afetando colaboradores da Netflix em todo o mundo e que a proibição da entrada de pessoas servirá apenas para deixar o país menos seguro, uma vez que tais medidas só alimentam o clima de ódio.

Logo após o anúncio das novas políticas de imigração, o CEO da Apple, Tim Cook, enviou uma mensagem aos seus funcionários para alertar que a companhia não compactua com os pensamentos de Trump e para avisar que a Apple já teria entrado em contato com o governo norte-americano para explicar o quão prejudiciais as medidas podem ser para seus negócios.

Hospedagem grátis
A Airbnb não se limitou a reclamar das medidas do presidente e anunciou uma medida para tentar compensar, de alguma maneira, as pessoas que possam ser impedidas de entrar no país. Em mensagem no Twitter, o CEO da companhia, Brian Chesky, avisou que a empresa está oferecendo hospedagem gratuita a qualquer pessoa que for impedida de permanecer nos Estados Unidos por conta das novas leis de imigração. Chiesky disse que, em breve, daria mais informações sobre o programa.

Criticada por muitos cidadãos de diversas partes do mundo por fazer parte de um conselho de negócios de Donald Trump, a Uber também se pronunciou contra as restrições à entrada de estrangeiros. A empresa reconheceu que muitos dos motoristas que atuam nos Estados Unidos são estrangeiros e que podem ter problemas ao deixar ou retornar ao país. Por isso, o CEO da Uber, Travis Kalanick, declarou que a companhia estuda fornecer uma ajuda financeira para os colaboradores que, eventualmente, forem impedidos de trabalhar por causa das restrições.

Além das gigantes do Vale do Silício, outras companhias também estão se posicionando contra as restrições impostas pelo presidente. A rede de cafeterias Starbucks declarou que, nos próximos cinco anos, planeja contratar dez mil refugiados de 75 nacionalidades para suas lojas.

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