22 de junho de 2021 - 10h35
Vocês lembram de um episódio de Pica-Pau que se passa dentro de uma fábrica de vassouras? A bruxa, sem saber qual vassoura é a sua, fica testando uma por uma e dizendo “E lá vamos nós!”, sem nunca conseguir voar.
Às vezes, acho que o mercado é assim em relação a causas: sempre diz “agora, vai”, mas não decola. Porém, dessa vez, parece que alguma coisa está diferente. Parece que agora é pra valer.
A voz que grupos minorizados alcançaram por meio de plataformas digitais, como o YouTube, combinada com a capacidade de cobrar ações concretas de grandes marcas não permite mais a superficialidade. Green, pink ou black washing são descobertos e denunciados em instantes.
Não à toa, Cannes abre com a gigante Procter & Gamble, assumindo compromissos públicos. Ainda é propaganda, mas também é uma prestação de contas. A diferença que vejo é que agora estamos falando de metas e tem muita gente de olho se estão sendo de fato cumpridas.
Também na abertura, o grande Yuval Harari enalteceu o feminismo como uma revolução diferente. De forma pacífica, as mulheres estão avançando rumo à equidade de gênero a passos largos. Mesmo que mais devagar do que gostaríamos, em termos históricos, é uma mudança acelerada.
Foi um belo primeiro dia de festival. Podem me chamar de inocente, otimista ou sonhador, mas eu quero acreditar. Vejo novas lideranças no mercado tentando fazer diferente, pensar diferente, colocar gente diferente para dentro.
E lá vamos nós. Finalmente.
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