Tudo mudou. Mas nada mudou
Essência de uma boa ideia segue inalterada e segue dando frio na barriga de quem vê
Essência de uma boa ideia segue inalterada e segue dando frio na barriga de quem vê
14 de junho de 2025 - 10h13
2005. Sou selecionado para representar o Brasil como Young Lion no Festival de Cannes.
E lá vou eu, pela primeira vez, cheio de amor para dar para a propaganda. O carioca que só tinha trabalhado em agência pequena e estava em São Paulo há dos anos, partindo para conhecer o topo da pirâmide da propaganda mundial. Não é que parecia um sonho.
Era um sonho.
Me alojei no Palais e fiquei vendo tudo, aprendendo, anotando e entrando naquele universo da “melhor propaganda do planeta”. De chinelo, salgado depois de um mergulho no mar, almoçando e jantando panini e dormindo depois do trilho do trem. Foi o melhor ano, disparado. Voltei querendo fazer mais e melhor e estou tentando até hoje.
20 anos, dezenas de novas categorias e milhares de palestras depois, lá vamos nós de novo. Tudo novo, bem diferente de 20 anos atrás.
Só que não.
De tudo que eu vi até agora e vai estar lá competindo em Cannes, as melhores ideias são as mais simples e poderiam ter sido feitas em 2005. Um olhar verdadeiro, humano, quase primitivo. E a marca está ali, protagonista, vendendo seu peixe. Coisa linda.
Sim, temos novas tecnologias e ampliamos as possibilidades de comunicação para uma marca, ótimo. Mas a essência de uma boa ideia segue inalterada e segue dando frio na barriga de quem vê. Grrr, de Honda, deu frio na barriga em 2005.
E esse ano, o que vai causar essa sensação na gente? Vamos lá ver.
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