Mais da metade das mulheres de agências já sofreu assédio

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Mais da metade das mulheres de agências já sofreu assédio

Uma em cada três entrevistadas pela associação das agências norte-americanas 4A’s perdeu uma promoção de emprego em decorrência de discriminação


12 de agosto de 2016 - 13h03

Por Lindsay Stein, do Advertising Age

Mais da metade das mulheres que trabalham com publicidade nos EUA já sofreu assédio sexual pelo menos uma vez. O dado é fruto de um estudo realizado pela 4A’s, entidade das agências norte-americanas, divulgado dias após a renúncia de Kevin Roberts ao posto de chairman da Saatchi & Saatchi em decorrência de sua declaração sobre a igualdade de gêneros, em entrevista ao Business Insider.

A pesquisa é baseada nas respostas via e-mail de 375 profissionais de publicidade, sendo que 43% ocupam cargos gerenciais e 33% pertencem a cargos sêniores. Cento e oitenta executivos do sexo masculino também responderam à pesquisa, mas para essa parte da pesquisa, a associação considerou somente os depoimentos das mulheres.

Nancy Hill, presidente da 4A’s, disse que apesar de não ter se surpreendido com os resultados, sabe que algumas pessoas serão impactadas. “Pessoalmente, o que queria fazer é apresentar algo irrefutável, pois acho que muitas pessoas não acham que é tão grave quanto é. Por estar nessa posição, as pessoas me contam suas histórias o tempo todo”, declarou.

Um fato que Nancy acredita que possa chocar as pessoas é a constatação de que uma dentre três mulheres disseram que perderam tarefas que gostariam de executar e até mesmo promoções por conta da discriminação. E 42% delas revelaram que foram deixadas de fora de uma tomada de decisão pelo mesmo motivo.

O levantamento também descobriu que quase dois terços das executivas concordam em parte e 19% concordam totalmente que houveram momentos nos quais sofreram discriminações, mas perceberam somente depois. Parte delas (39%) admitiu sentir-se vulnerável ao assédio por serem mulheres, enquanto 15% disseram que sentem-se muito vulneráveis.

Durante a conferência anual promovida pela 4A’s, Nancy desafiou os CEOs presentes aprofundarem as questões de igualdade de gênero em suas empresas. Como sugestão, sugeriu que a indústria admitisse o problema para que então as pessoas pudessem começar a agir e a criar um ambiente em que todos sintam-se seguros.

Ela também sugeriu que os currículos fossem entregues de forma que os recrutadores não possam discernir gênero e raça.

Na próxima semana, durante a Advertising Week, a 4A’s deve lançar uma pesquisa sobre o consumidor, conduzida em parceria com a SSRS, que colheu impressões do público feminino sobre a publicidade. Ainda no segundo semestre, a entidade também divulgará outras conclusões do estudo sobre diversidade de gênero com as respostas dos profissionais masculinos.

Tradução: Isabella Lessa

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