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Opinião

Cinco insights para sua marca prestar atenção

O que pode ser aprendido com Felipe Neto no Roda Viva


20 de maio de 2020 - 20h39

Influenciador e youtuber, Felipe Neto, no Roda Viva (Crédito: reprodução)

No Roda Vida, um dos mais tradicionais programas de entrevistas brasileiros, pelos quais já passaram nomes como Fidel Castro, Darcy Ribeiro, Elza Soares, Camille Paglia, Adelia Prado etc., a presença do youtuber Felipe Neto pode parecer uma surpresa. Mas, para qualquer um que acompanhe o cenário brasileiro — e da internet — dos últimos anos, a relevância do influenciador, que tem 38 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e que vem pautando o debate político entre os mais jovens no Twitter, onde tem 11,5 milhões de seguidores, é inegável.

Goste você ou não da persona, Felipe Neto soube se reinventar como influencer e como empresário. Do jovem virulento e zoeiro ao adulto crítico e com humildade para se colocar como aprendiz quando necessário, o que a sua marca pode aprender com os insights de Felipe Neto?

1.Às vezes é bom ouvir e não falar

Sua marca não vai ter propriedade para falar sobre todos os assuntos. Como disse Felipe durante a entrevista, “às vezes, é bom ouvir e não falar nada e dar voz a quem sabe do assunto.” Para uma marca, faz cada vez mais sentido abrir espaço nos canais para quem tem o que dizer. Um exemplo: no Dia Internacional da Mulher em 2019, trouxemos a Major Denice, do projeto Ronda Maria da Penha, para cocriar com O Boticário a campanha #SomosFeitasDeTodas que hoje é uma plataforma. Alguém com propriedade para falar de um tema difícil como violência contra a mulher trouxe muito mais relevância do que uma mensagem assinada pela marca.

2. Valorize a imprensa

Se todo mundo adora aparecer no veículo quando uma campanha ganha as ruas, os veículos precisam existir. Qual o papel da marca para que a imprensa séria continue existindo e garantindo a democracia? Se o objetivo da marca ou da campanha for aprofundar uma conversa ou se posicionar dentro de um território, considere incluir projetos especiais com veículos. Com pesquisa e reportagem, ajudam a encontrar um ângulo novo, envolvem outras entregas além da mídia e influência de uma forma diferente. Os veículos estão mais preparados para cocriar com marcas sem perder a relevância do conteúdo para o público e fazer projetos especiais que envolvem eventos e influência de um jeito diferente.

3. Volta às origens do conteúdo

Com a pandemia e o #FiqueEmCasa, as produções ficaram mais simples (e quando não foram, sofreram com a opinião pública). Felipe comentou que, apesar de seguir com a equipe profissional trabalhando cada um em sua casa, percebeu que gostou de se voltar novamente ao começo de tudo, quando o conteúdo era o mais importante. Quando as redes sociais “eram tudo mato”, o foco era fazer conteúdo que fizesse sentido para as pessoas, com menos jeito de propaganda. Com a mídia avassaladora, muitas vezes as marcas cedem à tentação de serem mais propaganda e voltar para a lógica de interrupção. Um grande exemplo de conteúdo dentro dessa lógica é o canal do Santander no TikTok, o primeiro de um banco brasileiro, cocriado com creators e com a linguagem nativa do canal, sem perder de vista o propósito útil: motivar os jovens a focar no futuro.

4.Comunicação é a parte mais importante

Qualquer marca adoraria um influencer gratuito do porte de Felipe Neto, mas o curioso é que alguns setores ainda torcem o nariz para o apoio do youtuber. O fato é que a comunicação certeira nunca foi tão importante, e obviamente o recado dele vale para a sua marca. “É importante manter o diálogo e entender onde as pessoas podem ser impactadas e como falar com elas”, disse. Assim, ele concentrou o debate no Twitter, um site de opinião, e manteve o YouTube como um canal com conteúdo para a família toda. Embora a sua marca seja sempre a mesma, a voz muda em cada canal e para cada público.

5. O influencer da sua campanha tem algo a dizer?

A pandemia acelerou uma onda de questionamento sobre a superficialidade de algumas personalidades. Sempre acreditamos que a comunicação precisa acrescentar algo em troca da atenção que as pessoas dão para as marcas. Elas precisam ser úteis, e isso pode significar desde informar e educar, representar uma causa, até entreter e distrair. Mas o post pelo post, o influencer que não tem nada para acrescentar na vida do público está sendo cada vez mais questionado. Além do Felipe Neto, outras personalidades estão se posicionando. Giovanna Ewbank em prol da luta contra o racismo; Thelma Assis, médica e vencedora do BBB 20, vem fazendo uma série de lives em seus canais sobre os cuidados a se tomar em meio à pandemia; Anitta faz live sobre política; criadores de conteúdo que têm o que ensinar e dividir estão crescendo, enquanto outros que se viram sem pauta estão perdendo a relevância.

O próprio Felipe ganhou (ainda mais) relevância quando cobrou nos últimos dias posicionamento de outros influencers. “Quem está calado é conivente. Eu como homem branco e rico, se fico em silêncio, sou conivente.”

E a sua marca?

**Crédito da imagem no topo: Eugenesergeev/iStock

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