Experiência acima da exposição

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Opinião

Experiência acima da exposição

Aconteceu em Los Angeles um dos maiores Salões do Automóvel nesse período pós-pandemia


10 de dezembro de 2021 - 15h13

Los Angeles acabou de ser palco de um dos maiores Salões do Automóvel do mundo nesse período de pós-pandemia. Além da sensação de liberdade de poder ir e vir, o que pode ser visto nos 92 mil m² do espaço, foi uma feira de envergadura. Para esta edição, saltou aos olhos um elemento totalmente novo que foi a vontade das marcas em oferecer aos visitantes algo que fosse além dos estandes e dos lançamentos. Estou falando da geração de uma experiência que chama o público para o lúdico.

No lobby principal, do Los Angeles Convention Center, pavilhão que faz parte do complexo do Staples Center, estádio que sedia os principais jogos de basquete da liga norte-americana, era possível ter a impressão de que algum foguete seria lançado para Marte logo ali, devido sua magnitude em termos estruturais e principalmente de pé direito.

Estande da Subaru (Créditos: André Luis)

Nos estandes das montadoras chamava a atenção os espaços dedicados a realização de test-drives. Sim, literalmente, no ambiente interno havia espaços destinados para realização da degustação atrás do volante. Algo bem impressionante e que se destacava pela imponência e pela forma como o público era tratado.

Tudo foi possível, diga-se de passagem, por meio dos carros elétricos, mas é nítido observar a preocupação das marcas em trazer mais a experiência em detrimento da sua área de exposições. Algo que contrasta com as edições do passado, onde as montadoras preenchiam o máximo que podiam o piso do estande com o intuito de exibir todo o seu portfólio.

Agora testemunhar essa mudança de mindset é algo que acredito ser uma forte tendência que vai ditar as regras a partir de agora, já que temas como empatia, otimismo e imaginação devem fazer parte das estratégias das empresas que se mostram dispostas a ajudar as pessoas a se conectarem com as inovações apresentadas de maneira natural e sempre que possível com atividades exclusivas.

Por exemplo, para demonstrar toda a força de seus modelos de SUVs, as marcas construíram verdadeiros playgrounds de obstáculos dos mais variados tipos. Tive a sensação, algumas vezes, de estar andando em um parque de diversões. Boa parte das montadoras possuíam espaço no lado externo do pavilhão para a vivência. Houveram duas grandes montadoras alemãs que decidiram não construir estandes internos no pavilhão para apenas proporcionar o ambiente de test-drive.

Vale lembrar que antigamente, o máximo de experiência que você conseguia era sentar no banco do motorista, com o veículo desligado, é claro.

Ao proporcionar este tipo de vivência, o setor mostra seu intuito de estar mais próximo do consumidor e ele, mais familiarizado com o seu produto. Deste modo, se estabelece um vínculo emocional. No meu caso, vou sempre me lembrar dos momentos em que um 4×4 entrou e saiu com facilidade de um tanque de areia, ou então subiu uma rampa tão íngreme que cheguei a comentar com o piloto que parecia que estávamos subindo uma montanha russa.

A conclusão é que acredito que estamos entrando em um novo momento, com menos espaço para exposições – algo passivo por parte do visitante – para mais experiências com a marca, com a tendência de um visitante mais ativo.

É o elevar a experiência humana para um patamar que influencie no desenvolvimento e na transformação dos negócios a partir da conexão de ideias e tecnologias. A partir desse conceito é trabalhar para desenvolver ações capazes de proporcionar às pessoas uma jornada memorável de modo que seja possível direcionar e otimizar as interações criadas. Isso, com certeza, leva a um engajamento e a uma lembrança de marca de longo prazo, o que facilita o relacionamento das marcas com seus públicos.

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