A arrancada do Liberty Media no segmento de corridas

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A arrancada do Liberty Media no segmento de corridas

O grupo americano pagou US$ 8,5 bilhões pelo controle da Fórmula 1 e adquiriu 25% da Fórmula E


4 de outubro de 2016 - 12h38

Formula E. Foto: Glenn Dunbar

Formula E. Foto: Glenn Dunbar

Há três semanas, durante o Grande Prêmio de Cingapura, um fato inédito para a Fórmula 1: pela primeira vez, em décadas, o comando não estava totalmente nas mãos do inglês Bernie Ecclestone, atual CEO e, por muitos anos, o dirigente máximo do evento. Isso porque, desde setembro, a holding Fórmula One tem um novo dono, o grupo americano Liberty Media que pagará US$ 8,5 bilhões pelo controle e trouxe o executivo Chase Carey para conduzir uma nova fase nas pistas e nas áreas de marketing e comercialização de direitos da categoria.

Até então, Carey era vice-presidente da 21st Century Fox. Já o Liberty, que teve uma receita de US$ 4,8 bilhões em 2015, possui participação em empresas de mídia como Viacom e Warner. Duas semanas após ter anunciado a compra da F1, o Liberty Media adquiriu 25% das ações da Fórmula E, categoria de carros elétricos criada em 2014.

O interesse do Liberty no principal evento de automobilismo e, agora, na mais promissora dentre as categorias ainda sem tradição, aponta novos rumos para o esporte que estão ligados a uma comunicação digital e jovem e um discurso alinhado à sustentabilidade.

“O Liberty Media sempre foi conhecido pelo poder na área de comunicação. Agora, por que sair do mundo da mídia para comprar um produto como a F1? A resposta é que a F1 sempre foi forte em grandes experiências, mas é pobre em mídia”, disse Agrício Silva Neto, VP de marketing da Sky, durante o MaxiMídia 2016.

Chase Carey, chairman da Formula 1 escolhido pelo Liberty Media. Foto: Divulgação

Chase Carey, chairman da Formula 1 escolhido pelo Liberty Media. Foto: Divulgação

Anderson Gurgel, professor de marketing esportivo do Mackenzie, ressalta que será crucial para a F1 sua adequação definitiva a uma nova realidade. “Uma tentativa de mudar essa situação foi a parceria com a Heineken, realizada nos últimos meses que tem a ver com trazer jovialidade ao business que perdeu a capacidade de atrair jovens e se conectar ao cenário midiático atual.”

Para Victor Martins, jornalista especializado em automobilismo do Warm Up, agência responsável pelo site Grande Prêmio, a entrada do Liberty Media na F1 pode ser a oportunidade de o evento “sair da mesmice” e se tornar mais atrativo para o público jovem.

“Nada mais válido que um grupo de comunicação entenda que não é possível manter a barreira que a F1 sustenta até hoje nas redes sociais e veja que há receita a ser garimpada com publicidade e TV”, explica.  Ainda de acordo com Martins, no campo esportivo a expectativa é que o Liberty valorize o espetáculo dando possibilidade para que as equipes se igualem. “Hoje, todo mundo sabe que só dois pilotos podem ganhar corridas. Ninguém se empolga com isso.”

À espera de um ídolo

Na quarta-feira, 28, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), ao divulgar o calendário provisório de 2017, deixou uma observação “a confirmar” ao lado do Grande Prêmio de Interlagos, trazendo dúvidas sobre a realização no Brasil.

Além das incertezas estruturais do evento, a audiência da Fórmula 1 no Brasil já es tava em xeque quando chegou, no início de setembro, a notícia da aposentadoria de Felipe Massa e o futuro incerto de Felipe Nasr na Sauber, caso ele não renove com a escuderia suíça. Cada cota da Fórmula 1 negociada pela Globo gira em torno de R$ 79,8 milhões. Na temporada deste ano, os patrocinadores são Itaipava, Renault, Santander, TIM, ZAP e Unilever.

O piloto brasileiro Lucas Di Grassi, atual competidor da Fórmula E pela equipe Audi, acredita que a Formula 1 “deixou de se preocupar com o jovem de hoje”. “Ela cometeu alguns equívocos deixando de se preocupar com o jovem de hoje, que não possui mais aquela ligação com os automóveis como outras gerações. Já a Fórmula E tem como proposta trazer o torneio para o coração das grandes cidades e não realizar as corridas em autódromos distantes. Além disso, a F1 deixou de evoluir, de se comunicar, de ser digital”, avaliou Lucas.

 

A íntegra desta reportagem está publicada na edição 1730, de 3 de outubro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.

 

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