Marketing

As maiores barreiras enfrentadas pelos influenciadores

Estudo da Mosaico destaca diversidade, inclusão e riscos da inclusão sazonal no marketing digital

i 4 de agosto de 2025 - 6h02

Agência Mosaico publica estudo sobre marketing de influência no Brasil

Agência Mosaico publica estudo sobre marketing de influência no Brasil (Créditos: Divulgação)

A Agência Mosaico lança o estudo “Creators e Marcas da Diversidade”, que analisa o cenário da influência no Brasil com foco na diversidade.

A pesquisa mapeia desafios, perfis de criadores e a dinâmica de trabalho com marcas, reunindo dados para fortalecer a inclusão no mercado de influência e criação de conteúdo.

O documento teve como objetivo dar voz e visibilidade a criadores de conteúdo pertencentes a grupos diversos, incluindo pessoas LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência (PcDs), com deficiência, racializadas, com corpos fora do padrão, com mais de 60 anos ou fora do eixo Rio-São Paulo e de comunidades periféricas.

“Nosso objetivo foi entender não apenas os desafios e a realidade dos influenciadores, mas também saber a percepção deles em relação às marcas. A pesquisa foi um recurso essencial para fornecer insights necessários que ajudem a direcionar estratégias mais eficazes no marketing de influência. Há um material rico que as marcas podem consultar”, complementa Yhevelin”, destaca Yhevelin Guerin, sócia e business intelligence da Mosaico e coordenadora da pesquisa.

Desafios e avanços na representatividade do marketing de influência

A pesquisa revela um cenário de contrastes no marketing de influência brasileiro.

Enquanto a representatividade LGBTQIAPN+ (82,1%) e de corpos diversos (76%) tem alta visibilidade e lembrança de marca, a presença de influenciadores mais maduros (32,1%) e racialmente diversos (35%) ainda é limitada.

Apenas 38,6% citaram marcas que incluem pessoas com deficiência, evidenciando a baixa participação de PcDs nas ativações.

Beleza, Higiene e Perfumaria (60,2%) e Vestuário e Acessórios (44,3%) lideram em volume de ativações, refletindo as tendências do setor.

No entanto, o maior pico de trabalho ocorre no Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ (20,73%), superando datas comerciais como Black Friday (15,85%) e Dia dos Namorados (10,57%).

Setores como Concessionárias e Montadoras (40,8%), Serviços Financeiros (28%) e Saúde e Academia (26,4%) ainda reproduzem um padrão branco, heteronormativo e pouco inovador, deixando de refletir a diversidade real do país.

Os próprios criadores apontam barreiras estruturais: preferência por mega influenciadores (43,7%), falta de representatividade nas campanhas (27,3%), orçamentos reduzidos para criadores diversos (25,7%) e a persistência de preconceitos e estereótipos (20,4%).

Apesar disso, 92,3% relataram experiências positivas com marcas com as quais já trabalharam, valorizando liberdade criativa, autenticidade, propósito, relacionamento e representatividade. atributos considerados mais importantes até mesmo do que a remuneração justa.

Metodologia 

A pesquisa quantitativa contou com 246 respostas e revelou a pluralidade de identidades do setor: a maioria se identifica como Mulheres Cis (53,7%) e Homens Cis (37,4%), com representações também de pessoas Não-Binárias (3,3%), Mulheres Trans (2,0%), Homens Trans (2,0%) e Travestis (1,6%).

A faixa etária predominante é de 26 a 35 anos (59,8%), seguida por 36 a 45 anos (22,8%), com baixa participação de jovens (15 a 19 anos – 0,8%) e pessoas acima de 60 anos (1,6%).

Em relação à raça, 50,8% se identificam como Brancos, 28,5% como Pretos, 16,3% como Pardos, 3,7% como Amarelos e 0,8% como Indígenas, refletindo a diversidade étnica brasileira.

Ao focar nas vertentes da diversidade, o estudo mostra que 60,2% dos participantes pertencem à comunidade LGBTQIAPN+, 41,5% fazem parte da diversidade regional, 40,2% se identificam com a diversidade racial, 26% possuem corpos considerados fora do padrão, 15,9% vivem em comunidades periféricas, 7,7% são pessoas com deficiência (PcDs) e 1,6% fazem parte da geração prateada, com mais de 60 anos.

O universo dos microinfluenciadores (entre 10.001 e 100.000 seguidores) predomina na amostra, representando 54,5% dos participantes, seguido pelos mesoinfluenciadores (26%).

O Instagram é a principal plataforma de atuação para 86,18% dos respondentes, enquanto TikTok (8,54%) e YouTube (3,25%) têm menor representatividade.

Para ter acesso a pesquisa completa, clique aqui.