Brasileiros trocam estabilidade financeira por prosperidade
Levantamento realizado pelo Itaú Unibanco e Consumoteca revela mudanças comportamentais quanto ao dinheiro

Relatório completo da pesquisa foi apresentado em um evento de lançamento (Créditos: Divulgação)
O brasileiro está menos preocupado com estabilidade financeira e mais engajado na busca por prosperidade — um desejo apoiado por estratégias de renda, investimento e educação.
Isso é o que revela a pesquisa Consciência e prosperidade: a nova relação do brasileiro com o dinheiro, realizada pelo Itaú Unibanco em parceria com o Grupo Consumoteca.
O levantamento mapeou as mudanças no comportamento dos brasileiros em relação ao dinheiro nos últimos 45 anos. Foram mais de 5 mil pessoas entrevistadas, com idade acima de 18 anos, em 15 estados brasileiros. A margem de erro é de aproximadamente 2,8 pontos percentuais.
A busca por bem-estar financeiro é visível principalmente entre os jovens: 80% da geração Z acredita que terá um padrão de vida superior ao de seus pais. Os dados revelam um pensamento distinto das gerações anteriores, que priorizavam a estabilidade em meio a um cenário econômico instável.
Essa mudança comportamental se deve, em parte, à maior estabilidade econômica observada no Brasil desde a implementação do Plano Real, além da evolução da tecnologia aplicada aos serviços financeiros — que aproximou o consumidor do dinheiro de forma mais simples e acessível.
A pesquisa também revela que oito em cada dez brasileiros busca novas formas de lidar com as finanças, priorizando a diversificação, autonomia e estratégias de investimento.
Entre os interesses mais comuns estão: investimento para gerar renda passiva (49%), empreendedorismo (45%) e investimento em educação e capacitacão (41%). Essas escolhas se alinham a outra tendência apontada pelo estudo: mais de 80% dos brasileiros acreditam que investir é essencial para garantir o futuro, pois oferece maior controle, liberdade de escolha e capacidade de planejamento.
Relacionamento com os bancos e tecnologia
O relacionamento com os bancos também mudou. No passado, as instituições financeiras eram vistas apenas como locais para realizar transações ou guardar dinheiro. Segundo os dados atualizados da pesquisa, apenas 22% dos brasileiros ainda mantêm essa percepção, enquanto 41% já consideram o banco um aliado estratégico na organização das finanças, na orientação de decisões e no apoio a projetos pessoais.
O avanço da tecnologia tem papel direto nessa transformação. Cerca de 20% dos entrevistados afirmam que se sentiriam confortáveis em contar com o auxílio da inteligência artificial para tomar decisões financeiras de forma consciente e informada.
Entre os recursos tecnológicos mais valorizados estão os relatórios detalhados sobre gastos (37%), os assistentes virtuais de aconselhamento financeiro (34%) e os relatórios automatizados em aplicativos (43%).
Apesar das diferenças comportamentais entre gerações, o Brasil vive um momento de transformação mais ampla na forma como o consumidor se relaciona com o dinheiro. Independentemente de idade, faixa de renda ou região, os brasileiros estão cada vez mais focados na busca por prosperidade.
Cerca de 60% dos entrevistados afirmam que considerariam financiar compras se tivessem mais conhecimento sobre o tema — um contraste com parte da população que, no passado, costumava associar o financiamento a endividamento.
“Bem-estar financeiro não é apenas sobre acúmulo, é sobre tomar as melhores decisões financeiras em cada momento. No contexto brasileiro, isso significa reduzir o estresse de lidar com dinheiro e construir, de forma consciente, um caminho para atingir objetivos de curto, médio e longo prazo. Hoje, o tema deixou de ser individual e passou a fazer parte das conversas — entre famílias, casais e amigos — como parte de um debate sobre escolhas inteligentes e planos de vida”, afirma João Araújo, diretor de estratégia e ciclo de vida do cliente do Itaú Unibanco.