10 de outubro de 2019 - 14h48
*Por Dan Whateley, do AdAge
(Crédito: Warner Bros. Entertainment)
Foi criticado por ter cenas extremamente violentas e um retrato simpático de seu protagonista homicida. E recebeu a classificação R (regra de classificação indicativa vigente nos Estados Unidos) por conter violência. Tudo isso pode explicar porque a Warner Bros está promovendo “Coringa” como mais um filme de arte com um orçamento pequeno e sem parcerias de marca.
O estúdio se recusou a discutir sua estratégia de marketing do filme com o Ad Age. Mas a promoção de “Coringa” contrasta com a de outras produções do estúdio em 2019. “It – Capítulo Dois” também classificado como R por “mostrar conteúdo violento e imagens sangrentas por toda parte”, contava com as marcas Carl’s Jr, AT&T, Cold Stone e Shell entre seus parceiros de promoção.
O lançamento do filme em quadrinhos do estúdio em 2016, “Suicide Squad”, um filme classificado como PG-13 (com conteúdo não apropriado para pré-adolescentes), com Jared Leto como Coringa, garantiu uma parceria com a Samsung e, globalmente, arrecadou US$ 746 milhões em bilheteria.
É mais fácil comercializar super-heróis que lutam pelo bem. Os lançamentos de super-heróis se apoiaram em anúncios atraentes do Super Bowl e em grandes parcerias de marcas com empresas como Geico e Coca-Cola.
Mesmo sem muitas das ferramentas de marketing que acompanham os filmes de quadrinhos, “Coringa” dominou os cinemas dos EUA no fim de semana passado, arrecadando US$ 93,5 milhões e estabelecendo um recorde de bilheteria para outubro. No mesmo final de semana, o filme lucrou US$ 248,2 milhões mundialmente.
O filme ganhou o maior prêmio no Festival de Cinema de Veneza no mês passado e já há rumores do Oscar sobre o desempenho de Joaquin Phoenix como protagonista. Mas alguns críticos estão dizendo que o filme é muito violento. A polícia dos EUA aumentou sua presença nos cinemas das principais cidades do país, após receber alertas do FBI de conversas online sobre cometer atos de violência nas exibições. Um teatro de Huntington Beach, Califórnia, teve que fechar na última quinta-feira, 3, depois que uma ameaça foi relatada à polícia norte americana.
“Não se engane: nem o personagem fictício Coringa nem o filme é um endosso de qualquer tipo de violência no mundo real”, disse a Warner Bros em comunicado. “Não é a intenção do filme, dos cineastas ou do estúdio manter esse personagem como um herói”, completou.
O impulso promocional do filme começou ano passado com umas postagens no Instagram em setembro de 2018 do diretor e co-roteirista Scott Phillips, provocando um pico de duas semanas nas pesquisas pela palavra “coringa” no Google, de acordo com dados do Google Trends. Em abril deste ano, Phillips apresentou o primeiro trailer do filme na CinemaCon. A Warner Bros veicula spots de TV tradicionais e publica outdoors na Times Square e na Sunset Strip, mas não tem planos de trabalhar com marcas para promover o filme. Além disso, o estúdio também bloqueou jornalistas de imprensa e transmissão de suas estreias no tapete vermelho em Hollywood e Nova York.
**Tradução: Amanda Schnaider
***Crédito da imagem no topo: istock