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Discriminação é maior para profissionais de marketing

Pesquisa da The Harris Poll e grupo de ação pela diversidade Hue, nos EUA, aponta que área é a mais atingida pela desigualdade de salários e oportunidades


22 de março de 2021 - 13h03

67% dos homens negros afirmaram que seus empregadores não ofereceram oportunidades para avançar na carreira, na comparação com 22% dos homens brancos (Crédito: Nuthawut Somsuk/istock)

Por Mike Juang, do AdAge

Uma pesquisa, realizada nos Estados Unidos pela companhia de análise de mercado The Harris Poll e o grupo de ação pela diversidade Hue, apontou que os profissionais de marketing são os mais atingidos pela discriminação, a falta de equidade nas remunerações, de acesso a oportunidades, além dos abusos ao bem-estar no contexto de trabalho.

O estudo engloba nessa categoria profissionais de publicidade, comunicação e design. De acordo com o levantamento, os funcionários dessas áreas têm duas vezes mais chances de relatarem que seus empregadores não recrutaram ou proporcionaram igualdade de acesso a oportunidades para negros, indígenas ou pessoas de cor (termo usado no vocabulário norte-americano para caracterizar pessoas que não são consideradas brancas, sob a sigla, em inglês, BIPOC). Apenas um em cada sete profissionais de marketing afirmaram que seus empregadores estão investindo financeiramente para promover a diversidade racial.

A pesquisa também indicou que a as mulheres negras e asiáticas são os dois grupos com maior propensão de não se sentirem vistas no trabalho pelo que são: 67% dos homens negros e 46% das mulheres asiáticas afirmaram que seus empregadores não ofereceram oportunidades para avançar na carreira, na comparação com 33% das mulheres negras, 28% das mulheres brancas e 22% dos homens brancos.

Ao mesmo tempo, em todo o estudo, os profissionais de marketing foram os mais propensos a afirmar que, nos últimos seis meses, seus chefes “se comprometeram a construir um ecossistema mais igual para as pessoas de cor” e “contratar alguém para liderar a diversidade e a inclusão”, mostrando que as palavras no mundo do marketing não estão conectadas com as ações. A pesquisa, que foi conduzida em 2020, entrevistou 2.250 adultos norte-americanos.

Anunciantes e agências passaram o último ano prometendo comprometimento para combater injustiça racial e desigualdades. No começo deste mês, o magnata da mídia Byron Allen convocou as marcas a cumprirem suas promessas e apoiar empresas de mídia pertencentes a pessoas negras ou de outras minorias, ameaçando possíveis ações legais contra marcas e agências.

E nesta semana o mundo da publicidade respondeu aos crimes de ódio contra asiáticos, asiático-americanos e comunidades das ilhas do Pacífico, após tiroteios ocorridos em casas de massagem de Atlanta, na qual oito pessoas foram mortas.

*Tradução: Taís Farias 

**Crédito da foto no topo: Cassi Josh/ Unsplash

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