Estádios para 70 mil são inviáveis, diz KPMG

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Estádios para 70 mil são inviáveis, diz KPMG

Andrea Sartori, que conduziu estudo da consultoria sobre construção de estádios, afirma que é difícil equilibrar custos e receitas em grandes empreendimentos


30 de novembro de 2011 - 12h10

Com as obras em andamento nas 12 cidades sede da Copa do Mundo de 2014 a pleno vapor, o painel “Tendências em desenvolvimento e comercialização de estádios de futebol” apresentado na Soccerex trouxe importantes lições para os empreendedores envolvidos com os preparativos no Brasil. De acordo com o levantamento da KPMG, apresentado pelo italiano Andrea Sartori , sócio e consultor de esportes da empresa, o tamanho do estádio é diretamente proporcional aos riscos para seus investidores. Para ele, a tendência é que estádios com capacidades superiores a 70 mil pessoas sejam inviáveis no equilíbrio financeiro. “Além do investimento maior, dificilmente haverá eventos o ano todo para ocupar plenamente sua capacidade. Mas os custos de manutenção estarão sempre presentes”, alertou.

Nesse sentido, ele elogiou as obras do estádio olímpico de Londres onde uma estrutura temporária atenderá a demanda de 70 mil lugares para os Jogos de 2012. “A estrutura fixa será para 40 a 50 mil lugares, o que considero tamanho ideal para um modelo de negócios sustentável”, disse.

Para demonstrar sua tese, o consultor italiano apresentou números que mostram que os maiores estádios do mundo tendem a ter um custo por assento construído maior. O campeão é o novo estádio de Wembley (Londres), concluído em 2006, ao custo de 10.137 euros por assento; seguido pelo Emirates Stadium, também na capital inglesa, a 7.292 euros por cadeira.

Na mão inversa, os projetos alemães são um exemplo de racionalização de custos. O Allianz Arena em Munique teve custo de apenas 4.864 euros por cada um de seus 69 mil lugares enquanto o Veltins Arena, em Gelsenkirchen, investiu apenas 3.113 euros por cada um de seus 61.673 assentos. Os 33,5 mil lugares do modesto Coafe Stadium, em Mainz, custaram cada um impressionantes 1.313 euros.

Não há dados sobre estádios brasileiros no estudo. Sartori, porém, evitou comentar os projetos de obras de estádios em andamento no Brasil. Ele afirmou que não existe uma única fórmula que possa ser aplicada a todos os mercados. “Cada projeto é um caso único. O estudo que nos elaboramos é em cima das métricas que podem ajudar a calcular os riscos de retorno para cada projeto. Não há, por exemplo, sentido construir um estádio médio para um clube europeu sem aspiração de jogar a Champions League", afirmou Sartori. No caso dos cinco maiores mercados do futebol europeu – Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido -, ele chama a atenção para o fato de a maioria dos principais estádios serem públicos e pouco rentáveis.

Para ele, os terrenos mais fertéis hoje para a construção de estádios privados e altamente lucrativos são a Rússia e a Turquia. “São mercados emergentes, com grandes populações apaixonadas por futebol e poucos estádios modernos”, aponta.

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