Marketing

Governo terá comitê para enfrentar crise do metanol

Grupo conferirá mais agilidade na contenção de casos de intoxicação e fortalecerá cooperação com o setor de bebidas

i 7 de outubro de 2025 - 16h33

O Governo divulgou nesta terça-feira, 7, que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) estará à frente de um comitê para discutir os casos de intoxicação por metanol.

metanol

Grupo foi anunciado durante reunião que reuniu representantes do Governo Federal e entidades do setor (Crédito: Siamionau Pavel/Shutterstock)

A medida foi anunciada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante reunião com representantes do Governo Federal, como Ministério da Saúde (MS), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), entre outros, e entidades do setor, como a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD).

Funcionando inicialmente por meio de reuniões virtuais, o grupo deverá garantir mais rapidez e articulação nas respostas para conter os casos, bem como coordenar ações entre o governo e o setor privado para a troca de informações, comunicação e monitoramento.

O ministro reconheceu que a crise é também econômica e pontuou que a ação do governo vai além da repressão, incluindo também uma abordagem pedagógica e cooperativa e incentivando o diálogo transparente sobre a crise.

Entre as demais ações que já vêm sendo tomadas estão o mapeamento de tecnologias de detecção do metanol desenvolvidas por universidades brasileiras. A adoção de ferramentas do tipo pode garantir maior previsibilidade ao mercado e segurança aos consumidores, disse o Secretário Nacional do Consumidor, Paulo Pereira, durante o encontro.

Para as entidades setoriais, a recomendação é a de que mantenham participação ativa por meio do envio de denúncias, compartilhamento de padrões técnicos e identificação de práticas suspeitas no mercado.

Manifestação de associações

Também nesta terça-feira, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) e a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) manifestaram “profunda preocupação com a crise de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no Brasil”.

De acordo com as associações, a falsificação de destilados cresceu 25,8% entre 2023 e 2024, de acordo com dados da ABCF. Bebidas adulteradas já representam 36% da comercialização.

“Certamente, o surgimento do metanol, substância altamente tóxica, em bebidas destinadas ao consumo humano, é um crime contra a saúde pública e exige uma resposta imediata das autoridades. Portanto, é urgente restabelecer um sistema nacional de rastreabilidade que garanta autenticidade e segurança dos produtos”, indica a nota.

Além disso, a ABCF e a Fhoresp defendem a reativação do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), criado em 2008 para combater sonegação e adulteração de cervejas e refrigerantes principalmente. O sistema foi suspenso em 2016 e, cinco anos antes, passou a abranger destilados. Também ressaltaram a necessidade de respeitar as normas federais que estabelecem responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e definem as regras da logística reversa do vidro.

No último sábado, 4, a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) chegou a divulgar  uma carta aberta nas redes sociais manifestando a sua solidariedade às vítimas de intoxicação por bebidas falsificadas e a seus familiares, bem como repudiando as ações criminosas. No domingo, 5, a entidade também veiculou um vídeo com o conteúdo no intervalo do Fantástico, da Globo.