iPhone chega aos dez anos e lança o X da questão

Buscar

iPhone chega aos dez anos e lança o X da questão

Buscar
Publicidade

Marketing

iPhone chega aos dez anos e lança o X da questão

Até que ponto os smartphones da Apple serão atraentes o suficiente para que o consumidor continue a trocá-los versão após versão?


12 de setembro de 2017 - 15h09

(Atualizado às 17:25 horas)

O touch screen, ou tela sensível ao toque, apareceu comercialmente em 1994, com o IBM Simon. O assistente pessoal (ou PDA) da IBM viria a ser chamado, no ano seguinte, de “smartphone”, palavra criada justamente para definir um telefone que unia elementos de computação num só aparelho. Apenas 13 anos depois, em 2007, o smartphone provocaria uma imensa revolução no segmento, com o uso massivo do touch screen. Anunciado em janeiro de 2007, o iPhone chegou ao mercado em julho daquele ano. A Apple colocaria o setor de ponta cabeça ao chegar com um aparelho totalmente touch e iniciaria o ecossistema dos aplicativos (os apps agora completamente absorvidos). Mas, em 2007, tudo era diferente: a Nokia dominava o mercado mundial de celulares, o BlackBerry era o queridinho dos descolados e a Motorola disputava pedaços da torta com Ericsson, Sony, Siemens…

 

Steve Jobs Theatre (Justin Sullivan – Getty Images)

Corte para 2017: a Apple chega ao iPhone 8, décima versão de um aparelho cujas vendas superaram no ano passado um bilhão de unidades. Ano a ano, a Apple criou e atendeu expectativas mundo afora, inclusive com o poder de formar filas nas lojas às vésperas da chegada do aparelho. Isso perdurou durante anos:

– 2007: iPhone
– 2008: iPhone 3G
– 2009: iPhone 3GS
– 2010: iPhone 4
– 2011: iPhone 4S
– 2012: iPhone 5
– 2013: iPhone 5S e 5C
– 2014: iPhone 6
– 2015: iPhone 6S e iPhone 6S+
– 2016: iPhone 7, iPhone 7+ e iPhone SE

Em 2011, o arquiteto da Apple e de seus produtos, Steve Jobs, faleceu e a empresa passou a ser comandada pelo CEO Tim Cook. Há uma série de críticas após essa data sobre a forma como a Apple foi dirigida e os lançamentos subsequentes (iPhone, iPad, notebooks) foram criticados por carecer de grandes inovações que Jobs costumava apresentar enquanto estava vivo. Na aparência, a Apple continua a ter um cuidado especial com o design: Jonathan Ive permanece, desde 1996 no comando do time de design, permanece como chief design officer e é o responsável por tudo o que diz respeito a essa área – hardware, interface do usuário, lojas da Apple e até mesmo a nova sede da empresa, a Apple Park, em Cupertino. Aliás, nesta terça-feira, 12, foi a primeira vez que a sede recebeu o público: o evento de lançamento do iPhone X aconteceu no auditório Steve Jobs Theater, dentro da Apple Park.

Mudança radical

O iPhone, nesta década, foi responsável por mudar radicalmente a forma como se trabalha o valor do aparelho móvel. Até 2007, o acesso à internet era, predominantemente, fixo: 50% dos usuários usavam banda larga fixa e 42% o faziam via modem (conexão discada). Em 2008, a Apple lançaria a App Store e criaria o ecossistema de apps. De julho de 2008 a junho deste ano, a App Store contabiliza 1800 bilhões de downloads de apps, os quais renderam US$ 70 bilhões aos desenvolvedores, conforme balanço da própria Apple.

Após dez anos de existência, se a Apple mudou o mundo móvel, o mundo também mudou em relação à Apple. Os antigos concorrentes acabaram: a Nokia foi adquirida pela Microsoft; a Motorola foi comprada pelo Google que, depois, a vendeu à chinesa Lenovo; a Ericsson e a Siemens deixaram de fabricar aparelhos para se dedicar a equipamentos de redes; a Sony, que mantinha parceria com a Ericsson, passou a vender seus próprios celulares sozinha. O Google criou o Android que é mais popular do que o iOS, da Apple, e equipa as grandes marcas como Samsung e LG. No ano passado, das vendas de celulares no Brasil, mais de 95% eram equipados com Android e pouco mais de 4% com iOS. Mundialmente, segundo dados do IDC, a Samsung foi a empresa que mais vendeu aparelhos, com 23,3% do mercado, seguida pela Apple, com 12%. Em contraponto, disputam cada pedaço desse percentual as chinesas Huawei, OPPO e Xiaomi. O gigantesco mercado consumidor chinês é um dos mais cobiçados pelas fabricantes.

O lançamento do iPhone 8, que marca a décima geração do smartphone da Apple, pode significar que os smartphones (da Apple e dos demais fabricantes) estão num ponto em que as inovações de design e hardware são insuficientes. Se os smartphones fazem as redes móveis evoluir e vice-versa, talvez esse modelo comece a demonstrar sinais de cansaço. A presente atualização do iPhone pode não responder a essa dúvida, mas lança um X sobre a questão de quanto tempo mais os consumidores globais vão apenas trocar aparelhos porque novas versões foram lançadas.

O valor adicionado que significou o iPhone em 2007 há muito deixou de ser um componente do aparelho. E os preços cada vez mais altos das (superficiais) inovações talvez comecem a afugentar os antigos compradores afoitos que, durante anos, foram capazes de atravessar a madrugada em longas filas só pela primazia de adquirir o aparelho da Apple antes dos demais mortais. Talvez os chineses, com aparelhos baratos, sejam a resposta ao X dessa questão.

O X da questão

Nesta terça-feira, 12, a Apple anunciou três aparelhos: o iPhone 8 e o iPhone 8+, que são, basicamente, evoluções do predecessor iPhone 7 sem muitas modificações e o iPhone X (pronuncia-se iPhone 10, em referência aos dez anos da marca). O iPhone X, o mais caro da marca até agora (chega nos Estados Unidos com o preço inicial de US$ 999), é, em muitas características, bastante similar ao Samsung S8+: traz o reconhecimento de face (FaceID), elimina o botão home, vem com tela OLED infinita e tem dimensões tão estendidas quanto as do aparelho top da Samsung.

Então, o que é o iPhone X? Os sites americanos especializados em tecnologia animaram-se a classificá-lo como “o futuro do smartphone” e até mesmo “o melhor lançamento da Apple nos últimos anos”. Será? Concretamente, a tela OLED aumenta a a vida útil da bateria e expande a visão do usuário. O site Vox fez uma avaliação interessante sobre o iPhone X e um dos problemas apontados pelo portal é que não há fabricante global, atualmente, capaz de fabricar telas OLED de alta qualidade no volume que a Apple necessita. Por esse motivo, a Apple decidiu criar uma categoria nova de smartphone e colocar o iPhone X acima dos aparelhos considerados top de linha. Segundo o site, o iPhone X com tela OLED e outros elementos de alta qualidade torna-se, assim, o mesmo iPhone, só que com preço premium. Como a maior parte das pessoas não quer pagar mais pelo mesmo, o iPhone X deve ser consumido em baixa escala e, dessa forma, manter-se como categoria superior.

O problema desse argumento é que o iPhone, em si, sempre foi mais caro do que os congêneres de concorrentes. O iPhone X, portanto, torna-se um produto premium. Algo que os compradores do iPhone 8 não terão. Ou seja, se a Apple já vê declinar suas vendas ano a ano por conta, principalmente, do preço, não é com o iPhone X que isso se reverterá. O mercado sabe disso. Não à toa, assim que se desvendaram os novos aparelhos, as ações da Apple caíram imediatamente, numa resposta dos analistas à falta de perspectivas com as vendas do iPhone 8, 8+ e X. Efetivamente, o mercado não ficou excitado com os novos modelos.

O que a Apple faz com o iPhone X, diz o site Vox, é vender o conceito de que o melhor telefone é uma ideia poderosa que, potencialmente, transcende a estreita análise custo-benefício. Retirar voluntariamente o status do seu mercado de massa como o melhor é um movimento arriscado. Por isso, o site considera que, se existe um risco com esse passo, é o fato de que este seja o lançamento do iPhone mais excitante em anos. A confirmar.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • O Boticário patrocina Festival Folclórico de Parintins

    O Boticário patrocina Festival Folclórico de Parintins

    Marca do Grupo Boticário estará presente no Bumbódromo, nas festas dos bois Caprichoso e Garantido e em festas de rua

  • Projeto quer capacitar publicitários das periferias

    Projeto quer capacitar publicitários das periferias

    Edição 2024 do PerifaCriativa já conta com Ampfy, Suno United Creators, Agência Solano Trindade, Greenpark, BR Media, JNTO, Vitrio e Fillet como empresas madrinhas