Jovens priorizam reputação ao escolher universidade
Brasileiro está mais motivado a estudar e a escolha da instituição se dá pela credibilidade e força da marca

Identificação com a instituição ganha importância entre estudantes (Créditos: Anatoliy Cherkas/Shutterstock)
Reputação e percepção de marca são fatores determinantes para jovens brasileiros na hora de escolher uma universidade.
É o que releva o estudo “Branding Brasil Segmentos — Edição Educação 2025”, desenvolvido pela Valometry, ferramenta de gestão de brandig da agência anacouto. Quase duas mil pessoas foram ouvidas em todas as regiões do Brasil, entre maio e agosto deste ano.
O levantamento revela a maneira como o branding tem se consolidado também no setor da educação, com pessoas buscando não apenas conhecimento técnico, mas identificação com a marca.
No Rio de Janeiro, as universidades com melhor percepção entre estudantes foram a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Confira o ranking completo abaixo.
| Força das marcas do setor de educação | |
| Instituição | Força |
| Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) | 74 |
| PUC-Rio | 74 |
| UNIP Rio de Janeiro | 73 |
| Universidade Estácio de Sá | 72 |
| Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) | 71 |
| Universidade Federal Fluminense (UFF) | 71 |
| Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) | 68 |
| Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) | 68 |
| Uninter Rio de Janeiro | 68 |
| Faculdade SENAI Rio | 67 |
| Força das marcas (BVS) | |
| Índice | Força |
| 90-100 | Muito Alto |
| 70-89 | Alto |
| 50-69 | Médio |
| 30-49 | Baixo |
| 0-29 | Muito baixo |
Para pessoas acima de 60 anos, no entanto, o levantamento revela que a prioridade na escolha de uma instituição está relacionada principalmente ao custo e à localização.
Entre as principais razões que levam os brasileiros a estudar estão: melhoria na carreira (64%), interesse pessoal (46%), obter aumento salarial (30%) e exigência da empresa (1%). O mapeamento revela, ainda, uma inversão de percepção em relação a anos anteriores, quando o diploma era visto mais como uma obrigação do que uma oportunidade.
O desejo de estudar está presente em cerca de seis a cada dez brasileiros, que afirmam pretender iniciar ou retomar os estudos. O levantamento indica também que o aprendizado contínuo é visto como essencial por oito em cada dez entrevistados.
“O ensino superior passa por uma transformação que vai muito além da digitalização. O estudante deixou de buscar apenas conhecimento técnico e passou a buscar identificação com marcas que traduzem propósito, confiança e pertencimento”, explica Ana Couto, CEO da agência anacouto.
Preferências
Entre os cursos mais procurados, estão graduação e tecnólogo (59%), seguido de especializações e MBAs (34%). O formato de ensino também acompanha a tendência de personalização: cursos com alta carga prática, como medicina e engenharia, mantém a modalidade presencial como preferência. Já áreas de gestão, humanas e comunicação ganham força no modelo híbrido.
As universidades, por sua vez, precisam se adaptar aos novos formatos de consumo. Plataformas como o TikTok aumentam a fadiga mental e cognitiva dos estudantes — cuja atenção dura, em média, oito minutos —, mas a maior parte das instituições de ensino ainda não incorporou essa nova lógica em seus métodos de ensino.
“O ensino superior é um espelho do Brasil contemporâneo: há excesso de informação, mas carência de sentido. O papel das marcas é devolver significado. A reputação passou a ser o que sustenta o negócio — e a confiança, o que converte”, acrescenta Ana Couto.
Segundo o levantamento, gerações mais jovens utilizam ferramentas digitais, como redes sociais, YouTube ou Chatbots para buscar informações sobre o curso — cerca de 60% dos estudantes afirmam utilizar inteligência artificial (IA) para auxiliar nos trabalhos acadêmicos. Já entre pessoas acima de 45 anos, o Google e sites institucionais continuam sendo os canais que transmitem mais confiança.
Acesso à educação
Apesar do interesse crescente do brasileiro por educação formal, o acesso permanece desigual. Segundo o estudo, 23% dos respondentes dependem de bolsas e descontos, enquanto apenas 9,2% afirmam contar com apoio de financiamento estudantil.
Entre os principais fatores que impedem o acesso ao estudo estão custo elevado (43%), principalmente entre os mais jovens, e falta de tempo (35%), predominante entre pessoas de 30 a 45 anos.
“Quando o aluno paga do próprio bolso, ele se comporta como consumidor. E, como todo consumidor, escolhe pela marca em que confia. É aí que o branding se torna um ativo de negócio e não um detalhe”, explica Ana Couto.
Metodologia
O Branding Value Score (BVS) mensura a força da marca a partir de uma metodologia proprietária da Valometry, que combina a análise de ondas de valor, relevância e nível de conhecimento de organização.