Mais autenticidade para as marcas
Estudo da Giovanni+Draftfcb mostra a necessidade das marcas serem mais autênticas para conquistarem a confiança do consumidor na era digital
Estudo da Giovanni+Draftfcb mostra a necessidade das marcas serem mais autênticas para conquistarem a confiança do consumidor na era digital
Janaina Langsdorff
23 de outubro de 2012 - 3h05
Nem o cérebro humano está preparado para gerenciar a quantidade de amizades capturados hoje pelas redes sociais. De cada 150 amigos no Facebook, por exemplo, o usuário se interessa realmente por 19 pessoas, mas de fato se comunica com apenas sete e só recebe respostas de cinco integrantes da sua turma. Biologicamente comprovada pelo número de Dunbar, teoria do antropólogo britânico Robin Dunbar, a constatação escancara a superficialidade dos relacionamentos, especialmente com as marcas, e traz à tona a crise de confiança que hoje assola o mundo corporativo.
Tema do estudo Trustparency – a path to build a natural brand, feito em mais de dez escritórios da Giovanni+Draftfcb nos Estados Unidos, Londres, Egito, Nova Zelândia, Arábia Saudita, Síria, Líbano, Jordânia, Índia, Filipinas e China, o cenário atual clama pela redefinição da confiança num mundo cada vez mais obcecado pelos diálogos. A pesquisa, que teve o Brasil como hub de criação, inclui até o mapeamento das emoções humanas para ajudar a entender melhor esse novo universo, hoje muito mais aberto, sem fronteiras, exposto e superficial, composto perfeito para corroer qualquer vestígio de confiança.
Ser espontânea, assumir que ninguém consegue ser confiável em tudo, reconhecer a existência de uma relação de troca, saber que a confiança é construída de forma cumulativa e estabelecer vínculos sem prender as pessoas, ou seja, garantir a liberdade do consumidor, são alguns dos principais ensinamentos do projeto que busca identificar marcas autênticas. Segundo Pedro Cruz, COO (Chief Operating Officer) da Giovanni+Draftfcb, para ser espontânea a marca precisa descobrir a essência do que realmente é ser diferente. “A marca não precisa ser moderna, família, cool, jovem, divertida ou sustentável. Cada um precisa cuidar do seu quadrado”, provoca Cruz, que comandou a apresentação do levantamento na manhã desta terça-feira 23, em São Paulo.
O coordenador do estudo lembra ainda que a imperfeição é uma forma de liberdade. “Sem vulnerabilidade não há conexão emocional. É mentira quem diz que é bom em tudo. As pessoas não acreditam mais nisso”, alerta. A pesquisa convida ainda os profissionais de marketing e comunicação a dizerem não à obsessão pela vida perfeita. “O consumidor nem sempre está no Facebook”, diz Cruz. Outra recomendação da Giovanni+Draftfcb para construir marcas confiáveis é se preparar não só para dizer, mas principalmente saber como reagir às opiniões manifestadas pelos consumidores e responder também às perguntas difíceis.
Respaldo
Desenvolvida durante o último ano, a pesquisa Trustparency – a path to build a natural brand foi elaborada em parceria com a Resulta CNP e o Dr. Gerald Zaltman, da Harvard Business School, criador do Método Zmet. A técnica, que estuda as motivações responsáveis por interferir em 95% das decisões humanas, já foi utilizada em mais de 600 estudos de 30 países nos últimos 15 anos.
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