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Mais da metade dos brasileiros dizem que o sistema falhou

Estudo da Edelman Significa aponta que a confiança em empresas, governo, ONGs e mídia caiu


9 de março de 2017 - 14h59

(Crédito: reprodução)

(Crédito: reprodução)

Para Rodolfo Araújo, líder das áreas de marca, inteligência e insight da Edelman Significa, o conceito de confiança possui como seu complemento a ideia de reputação ,“pois olha adiante para as expectativas da sociedade”. Acontece que, em 2017, o termo encontra-se cada vez menos incluído no vocabulário daqueles que usufruem de serviços de instituições como empresas, governo, ONGs e mídia. A confiança global nestas instituições caíram em comparação com o ano passado. “Reputação concentra-se nas conquistas e dissabores até o tempo presente e sedimenta o terreno para o nível de confiança”, complementa o profissional.

Os dados são da 17ª edição do estudo Edelman Trust Barometer 2017, promovido pela agência de comunicação integrada Edelman Significa. Com resultados obtidos por meio de entrevista com mais de 33 mil pessoas, entre 13 de outubro e 16 de novembro de 2016, foi registrado, em níveis globais, queda em todos os segmentos analisados. Enquanto 55% dos respondentes confiavam nas empresas na versão de 2016 do estudo, na nova edição, esse índice caiu para 52%. Também houve redução em relação ao governo: passou de 42% para 41%. A confiança em ONGs passou de 55% para 53% e, em mídia, 48% para 43%.

Nos dados sobre o Brasil a variação também é para baixo. A pesquisa analisou que, em empresas, a confiança foi de 64% para 61%; nas ONGs de 62% para 60% e, na mídia, de 54% para 48%. Porém, o Brasil posiciona-se como antepenúltima em termos de confiança no poder público – ficando à frente apenas da África do Sul e da Polônia –, mesmo com o aumento de três pontos da credibilidade da população no poder público, que antes era de 21%.

 

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Dados do Brasil

Todo este quadro arremata na falta de confiança da população brasileira no sistema – que inclui empresas, governo, ONGs e mídia –, uma vez que 62% dos entrevistados afirmam que ele falhou que (o índice global é de 53% ) e apenas 13% dizem acreditar que ele funciona. “Há um irreversível movimento que exige das instituições uma reconexão com os cidadãos. A pesquisa identifica, globalmente e no Brasil, uma desilusão generalizada perante o sistema. No entanto, essa sensação não pode dar espaço a respostas fáceis. Uma reflexão ampla se faz necessária”, diz Rodolfo Araújo.

Além disso, 70% dos brasileiros encontram-se temerosos em relação à corrupção. A pesquisa da Edelman Significa lista o desgaste de valores sociais (27%), inovação tecnológica (25%), globalização (22%) e imigração (19%) como os próximos itens que deixam os entrevistados do Brasil com um pé atrás quanto ao sistema atual.

A falta de confiança nas instituições gera a incredulidade no sistema e, esta incredulidade, diversos medos na sociedade

A falta de confiança nas instituições gera a incredulidade no sistema e, esta incredulidade, diversos medos na sociedade. Esta caixa de ressonância faz com que os medos acabem ocasionando a crença em critérios pessoais e não em opiniões opostas. No Brasil, 57% dos entrevistados preferem as ferramentas de busca, enquanto, 43% escolhem informações dadas por editores humanos. No âmbito da mídia, 83% brasileiros usam ferramentas de busca para ganhar conhecimentos.

“Confiança é, ao mesmo tempo, um sentimento que pauta relações, um termômetro que revela o ânimo de uma sociedade e um ativo a ser mantido e desenvolvido pelas marcas. Quanto mais confiança, menor o custo para operar. Além disso, favorece o crescimento da receita, a atração de talentos, a obtenção de crédito, entre outros pontos positivos”, reflete Rodolfo, destacando que o discurso institucional das empresas está em crise.

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