Para marcas, Covid-19 terá impacto maior que crise de 2008

30 de março de 2020 - 8h48

*Por George P. Slefo, do AdAge

A batalha em andamento contra a pandemia do novo coronavírus mostra um quadro sombrio entre agências e marcas, segundo relatório do Interactive Advertising Bureau (IAB), divulgado nesta sexta-feira, 27.

Entre 18 e 24 de março, o IAB entrevistou 400 planejadores de mídia e marcas e constatou que 74% acreditam que o coronavírus terá um impacto maior nos investimentos em publicidade nos EUA do que a crise financeira de 2008. Enquanto isso, cerca de 24% disseram ter interrompido todos os anúncios no primeiro semestre, enquanto quase a metade (46%) ajustou seus investimentos com mídia no mesmo período.

As descobertas são significativas, pois o IAB sugeriu que 2020 poderia ser um ano em baixa. O setor registra um crescimento recorde a cada ano desde 1996, ou desde que o IAB começou a monitorar a receita de anúncios digitais, mas viu um declínio em 2009, quando a economia dos EUA estava em crise.

A pandemia deverá ter um impacto considerável durante todo o ano, segundo o relatório, que prevê uma “recuperação” nos investimentos durante os meses de maio e junho, mas um declínio nos seis meses finais do ano.

De acordo com o levantamento do IAB, 63% dos que ainda estão anunciando ajustaram suas mensagens para focar no marketing baseado em missões, marketing relacionado a causas, construção de marca ou marketing de desempenho.

A pesquisa também reflete Disney, Hulu e Discovery saindo dos próximos upfronts, já que 73% disseram que o coronavírus afetará seus planos de investimentos para TV. No geral, o IAB diz que espera um declínio de 20% nos negócios com os canais de TV em relação ao que foi originalmente previsto.

A Magna, do Interpublic Group, afirmou na quinta-feira, 26, que está cortando sua previsão de publicidade para o ano, à medida que os profissionais de marketing continuam a lidar com a pandemia de Covid-19, afirmando que prevê um declínio de 2,8% nas vendas de anúncios nos EUA este ano; previa anteriormente um crescimento de 6,6%.

**Tradução: Amanda Schnaider

***Crédito da imagem no topo: Reprodução