ProXXIma coloca eleições do México no palco
O pleito presidencial acontece em julho e o ProXXIma México abriu a sessão de seminários com especialistas discutindo o papel do digital nesse cenário
O pleito presidencial acontece em julho e o ProXXIma México abriu a sessão de seminários com especialistas discutindo o papel do digital nesse cenário
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7 de abril de 2012 - 3h00
O ProXXIma México, primeiro evento da plataforma ProXXIma realizado fora do Brasil, abriu a sessão de seminários com uma discussão focada no papel do digital – sobretudo das redes sociais – nas eleições presidenciais do México, que acontecem em julho. Que a mídia social ganhou a atenção dos três principais candidatos, não há dúvidas. Mas os especialistas que participaram do debate, o argentino Juan Pablo Manazza (diretor geral da Agência Viva) e o mexicano Juan Saldívar (fundador da SWStragetists), mostraram que ainda há muito a aprender nesse quesito e que falta um maior engajamento dos políticos com o público. O painel teve moderação de Pyr Marcondes, diretor da plataforma ProXXIma.
Para Saldívar, as redes sociais são fundamentais para qualquer eleição com voto popular, mas seu papel será mais relevante no futuro. Um dos targets que ele considera importante para os três candidatos mexicanos são os dez milhões de eleitores que terão em julho a primeira oportunidade em suas vidas de votar para presidente. São pessoas com forte envolvimento digital. Ele observou que hoje no México há 42 milhões de pessoas conectadas. Delas, 32 milhões têm perfis nas redes sociais. Tal mídia é considerada por essa parte da população um de seus principais meios de informação, inclusive no que se refere às eleições. Atentos a esses números, Enrique Peña Nieto (do PRI), Josefina Vázquez Mota (do PAN) e Andrés Manuel Lopez Obrador (do PRD), que estão na corrida presidencial, lançaram suas campanhas nas redes sociais.
Manazza, por sua vez, comentou que as redes sociais não influenciam os resultados em eleições presidenciais. Isso porque quem decide o vencedor do pleito, no final, é a população adulta que nem de longe está tão conectada como os jovens destacados por Saldívar. “As redes sociais não influenciam em nada”, provocou. Ele ressaltou, no entanto, que o case que mais trouxe lições para a política foi o da eleição de Barack Obama. “Mas o importante não foi mandar e-mails segmentados, e sim mobilizar pessoas”, afirmou, referindo-se à estratégia do então candidato democrata, que utilizou intensamente e-mail marketing em um momento em que as redes sociais não eram as grandes forças que são atualmente.
Outro aspecto essencial para que os candidatos se conectem com os eleitores, na visão de Manazza, é saber criar um envolvimento emocional. O argentino lembrou que recebeu de Obama um e-mail assim que ele foi anunciado presidente. “Meu amigo Obama me saudava. Digo ‘meu amigo’ porque o e-mail veio assim: ‘meu amigo Juan Pablo’. Então, somos amigos”, disse, arrancando risos da plateia. Manazza completou afirmando que os candidatos devem ter em mente que precisam agir como pessoas e não como marcas, o que é um erro, especialmente se agirem como marcas mal geridas na mídia social.
Saldívar seguiu nessa linha, acrescentando que, de fato, as redes não são soluções para nada se não forem trabalhadas estrategicamente. “Elas realmente não vão determinar quem ganhará as eleições, mas estabeleceram um novo paradigma de conexão entre as pessoas. Candidatos devem pensar em como vão se engajar com seus eleitores. Tende-se a acreditar que uma boa estratégia é aquele que tem um número grande de seguidores ou de likes. No entanto, uma boa métrica é avaliar a influência que o candidato teve, em função de comentários e recomendações feitas pelas pessoas nas redes. Outra métrica essencial para saber se a estratégia deu certo é ver o resultado. Se o candidato ganhou, então ela deu certo”, declarou.
Nesse sentido, Saldívar apontou que uma equipe ideal para um bom desenvolvimento de uma plataforma digital para os políticos seria ter especialistas em tecnologia, em estatísticas, em conteúdo e em marketing. Manazza emendou que, ainda assim, é preciso ter um dream team dentro do dream team. Isso porque na América Latina há ainda um caminho largo a percorrer. Ele criticou que as campanhas políticas da região copiem conceitos praticados nos países de primeiro mundo, em vez de focar em suas próprias necessidades. Manazza explicou que um candidato político deveria se lembrar que, em vez de se posicionar simplesmente como marca na mídia social, ele teria de se concentrar em suas responsabilidades sociais. O argentino afirmou também que há uma tendência em se planejar apenas para Twitter e Facebook. “O Google tem um kit para eleições, assim como o YouTube. Há outras estratégias para explorar”.
Outro lado da moeda foi igualmente abordado por Manazza. Ele lamentou que o conteúdo vindo do público esteja muito focado em discussões fúteis. Uma delas é a respeito do conhecimento de inglês por parte dos candidatos. Outro exemplo diz conta de quem gosta de frequentar a noite mexicana. “Por que não se discutem propostas? O que sei dos candidatos mexicanos têm muito mais a ver com as queixas das pessoas feitas na mídia social do que das histórias de suas vidas. Nós, latino-americanos, estamos debatendo com pouca profundidade as questões políticas”.
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