São Paulo recebe 1ª Japan House do mundo
Iniciativa do governo japonês terá unidades também em Londres e Los Angeles; no Brasil, investimento de R$ 100 milhões até 2019
Iniciativa do governo japonês terá unidades também em Londres e Los Angeles; no Brasil, investimento de R$ 100 milhões até 2019
Roseani Rocha
2 de maio de 2017 - 20h32
O circuito cultural da Avenida Paulista ganhará a partir do próximo sábado, 6 de maio, mais um espaço. A Japan House foi apresentada à imprensa nesta 3ª-feira, 2, e será dedicada à cultura contemporânea do Japão, mesclando arte, tecnologia e negócios. No prédio de 2.500 metros quadrados – projetado pelo japonês Kengo Kuma em parceria com o escritório paulistano FGMF Arquitetos – além do espaço de exposições e uma área multimídia, haverá uma loja permanente, pop up stores das marcas Muji e Beams Japan, um imi Café e um restaurante, sob coordenação do chef Junji Sakamoto (mas a promessa é de que a gastronomia surpreenda, mergulhando num nível mais profundo que o dos sushis, sashimis e temakis, já bastante conhecidos no Brasil).
Angela Hirata, presidente da Japan House São Paulo, conta que o espaço receberá investimento de R$ 100 milhões do governo japonês, até 2019. No entanto, também conta com a parceria de empresas brasileiras e japonesas. A exposição inaugural “Bambu – Histórias de um Japão”, por exemplo, tem apoio da Lei Rouanet e patrocínio do Bradesco, MUFG e Mitsubishi Electric. Com curadoria de Marcello Dantas, fica em exibição até 9 de julho, apresentando obras que constituem uma cronologia de mais de 150 anos de arte em bambu, com esculturas de artistas como Chikuunsai IV Tanabe, Hajime Nakatomi, Shigeo Kawashima e Akio Hizume. Para 2017, estão previstas oito exposições e essa deverá ser a média do local. Às exposições estarão associados também workshops e palestras. No próximo dia 12, Hiroyuki Hashiguchi, cocurador da exposição Bambu, dará palestra sobre o papel desse elemento nos rituais espirituais japoneses. No dia seguinte, Hajime Nakatomi promove uma oficina sobre como fazer joias em bambu.
O objetivo de Angela Hirata e sua equipe de 31 profissionais é que o espaço passe a se sustentar sozinho a partir de 2019. Segundo a executiva, outras cinco empresas brasileiras estão negociando patrocínios, mas os nomes só poderão ser anunciados após fechamento dos contratos, o que deve ocorrer em um mês. Já o Shopping Paulista será parceiro na construção de um jardim japonês, na Praça Oswaldo Cruz, cujas obras devem ter início em dois meses.
Como a ideia é que a Japan House São Paulo funcione como um hub, as atividades não estarão restritas ao espaço da Avenida Paulista. Estão previstas exposições itinerantes e o concerto de abertura ocorrerá no domingo, 7, no Auditório Ibirapuera, com apresentações dos músicos Jun Miyake e Ryuichi Sakamoto.
Além da Japan House São Paulo, o governo japonês inaugurará espaços semelhantes em Los Angeles e em Londres (as datas não foram divulgadas) e a ideia é estar presente em todos os continentes. O investimento em outras unidades, no entanto, dependerá do desempenho das três primeiras inauguradas. A iniciativa não deixa de ser uma aposta de marketing relevante do país, que sediará em 2020 os próximos Jogos Olímpicos e que, nos últimos anos, perdeu um pouco sua aura de vanguarda e tecnologia de ponta para vizinhos como Coreia do Sul e mesmo a China.
Comunicação
Se como governo o Japão não tem sido tão bom de marketing – fato que a própria Angela Hirata admite, e que pode estar ligado até à cultura discreta, que valoriza mais “o existir que o exibir” – para a inauguração da Japan House, ao contrário, há um trabalho de marketing bem estruturado. O planejamento começou há um ano e meio. Além de eventos prévios, nesta terça-feira, também começou a ser veiculada campanha de divulgação do espaço, criada pela agência Dentsu, que foi selecionada para o projeto, após uma licitação realizada no Japão, da qual participaram outras três agências.
A mídia off-line abarca mobiliário urbano, circuito digital da Elemídia em prédios comerciais e anúncios de mídia impressa, nas revistas Joyce Pascowitch e Poder, além do jornal Nikkei Shimbun. No digital, serão feitas inserções semanais no Facebook e Instagram; já no portal Hypeness, haverá um canal dedicado à Japan House São Paulo. Por fim, também coube à Dentsu criar uma versão em português, baseada no site japonês do projeto.
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